Nos últimos anos, a corrida tecnológica militar tem se intensificado, e um novo jogador entrou forte no tabuleiro da guerra naval. Um relatório da China State Shipbuilding Corporation revelou que Pequim pode estar desenvolvendo um submarino com mísseis hipersônicos, uma arma capaz de mudar radicalmente o equilíbrio de forças no Indo-Pacífico. Mas o que isso significa para o futuro das tensões militares na região?
O Indo-Pacífico se tornou uma das regiões mais militarizadas do planeta. Com a presença crescente dos Estados Unidos e seus aliados, a China tem buscado reforçar sua posição estratégica, e o desenvolvimento de um submarino com mísseis hipersônicos parece ser a resposta mais recente.
Esse submarino seria um trunfo na dissuasão naval chinesa, pois poderia operar furtivamente, lançar ataques em velocidades extremas e até carregar ogivas nucleares. Seu principal objetivo? Equilibrar o jogo contra a presença militar ocidental na chamada “primeira cadeia de ilhas”, que se estende do Japão até as Filipinas.
O que sabemos sobre o submarino chinês?
Embora Pequim não tenha confirmado oficialmente sua existência, o relatório da China State Shipbuilding Corporation revela detalhes impressionantes sobre a embarcação.
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O submarino, flagrado por imagens de satélite em Wuhan, apresenta um sistema de lançamento vertical (VLS) para mísseis balísticos e de cruzeiro, além de uma barbatana de cauda em formato de X, que aumenta sua manobrabilidade e estabilidade em águas profundas.
Mas o grande diferencial está nos mísseis hipersônicos. Diferente dos mísseis convencionais, eles podem atingir velocidades superiores a Mach 5, tornando quase impossível sua interceptação. Isso dá ao submarino chinês uma capacidade de ataque quase invulnerável, podendo atingir alvos estratégicos antes mesmo que sejam detectados.
Estratégia militar e o impacto global
A presença desse submarino no arsenal chinês pode mudar o equilíbrio de forças no Pacífico. Os Estados Unidos têm reforçado sua estratégia de contenção, mas a China agora apresenta uma ameaça que pode contornar essas barreiras de defesa.
Se operando isoladamente ou em pequenos grupos, esse submarino poderia forçar os adversários a dispersarem suas forças, aumentando a dificuldade de defesa contra possíveis ataques. Sua capacidade de operar no disputado Mar da China Meridional coloca as rotas marítimas comerciais em alerta.
A resposta dos Estados Unidos e aliados
Os EUA, já preocupados com a crescente expansão militar chinesa, vêm reforçando sua presença na região. Em abril de 2024, instalaram lançadores de mísseis Typhon na Ilha de Luzon, nas Filipinas. Esses sistemas são capazes de atingir alvos na China, Rússia e Coreia do Norte, aumentando a pressão sobre Pequim.
A resposta chinesa foi imediata: classificaram os lançadores como uma ameaça estratégica e pediram sua remoção. No entanto, os EUA estudam levar esses sistemas para outros países, como Japão, Alemanha e Dinamarca, ampliando sua rede de contenção contra a China.
Diante desse cenário, a corrida armamentista no Pacífico se intensifica. A China aposta na tecnologia furtiva e nos mísseis hipersônicos, enquanto os EUA reforçam sua defesa e presença em territórios aliados.