Plataforma pioneira instalada em águas rasas em 1969 abriu caminho para tecnologias modernas, como os FPSOs em águas ultraprofundas.
Em 1969, o Brasil deu um salto histórico na exploração offshore com a P-1, primeira plataforma móvel brasileira de perfuração para extração de petróleo no subsolo marinho. Operando em águas rasas, ela confirmou a existência do campo de Guaricema, em Sergipe, e acumulou 242 mil metros perfurados até sua aposentadoria, em 1995. Hoje, seu legado inspira projetos como os FPSOs P-88 e P-89, voltados para águas ultraprofundas.
P-1: o marco histórico da exploração offshore brasileira
A P-1 foi instalada em uma época em que o país buscava superar os limites da produção terrestre de petróleo. Com tecnologia adaptada para operar em lâminas d’água rasas, a plataforma confirmou em 1969 a viabilidade do campo de Guaricema, em Sergipe, marcando o início da exploração offshore nacional. Seu sucesso técnico acelerou investimentos em pesquisa e inovação para avançar mar adentro.
Ao longo de 26 anos, a P-1 acumulou 242 mil metros de perfuração, equivalente a 27 vezes a altura do Monte Everest. Operando em profundidades inferiores a 100 metros, a plataforma utilizava sistemas de ancoragem fixa, tecnologia pioneira para a época. Sua aposentadoria, em 1995, coincidiu com o início da era de exploração em águas profundas no Brasil.
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Legado da P-1 inspira novas tecnologias em águas ultraprofundas
A expertise adquirida com a P-1 permitiu o desenvolvimento de plataformas como os FPSOs P-88 e P-89, capazes de operar em lâminas d’água superiores a 2.000 metros. Essas unidades modernas processam até 150 mil barris diários de petróleo, um avanço técnico impensável sem os testes pioneiros da plataforma sergipana.
O país é hoje responsável por 23% da produção global de petróleo em águas profundas, segundo a ANP. A trajetória começou com a P-1 e evoluiu para complexos sistemas como o pré-sal, que demanda pressões de até 700 bar e temperaturas de 80°C. A Petrobras estima que, até 2027, 70% de sua produção virá de águas ultraprofundas.