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“Ouro Azul” recurso essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias atrai investidores globais

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 17/05/2024 às 20:01
Atualizado em 16/07/2024 às 18:33
“Ouro Azul” descoberto em grande quantidade no Brasil, recurso essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias pode destravar a economia 
“Ouro Azul” descoberto em grande quantidade no Brasil – Foto: Divulgação/Otempo
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Novas tecnologias podem emergir em diversos setores com a exploração do cobalto. Entenda a importância do “ouro azul” e como o Brasil se destaca nesse mercado.

Conhecido como “ouro azul“, o cobalto tem um papel essencial no mundo moderno. Desde a criação de novas tecnologias até a transição para energias limpas. O cobalto está dentro das baterias de lítio, e é um elemento-chave nelas. Além disso, ele também é utilizado para fazer airbags, ferramentas de diamantes, tintas, aço rápido, ímãs e muito mais. São diversas aplicações, tanto comerciais, quanto industriais e militares.

Busca por cobalto cresce de forma rápida

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A busca por cobalto tem crescido intensamente nos últimos anos. Segundo a estatística, a demanda, que era de 71 mil toneladas em 2017, deve chegar a 222 mil toneladas até 2025, principalmente com a popularidade crescente dos veículos elétricos e a transição global para fontes de energia “mais limpas”.

A União Europeia pretende acabar com a venda de veículos novos movidos a gasolina e diesel até 2035. Isso significa mais carros elétricos, ou seja, demanda de mais cobalto para o avanço de tecnologias. A demanda por cobalto no nível global no mercado de veículos elétricos aumentou 60% só em 2022. O Cobalto é estratégico para o futuro das economias de baixo carbono.

Toda essa situação não seria um problema se o processo de mineração do “ouro azul” não fosse tão controverso, por problemas associados à poluição, trabalho análogo à escravidão e exploração de menores. E existe ainda um problema irremediável: a demanda é crescente, mas o recurso é finito.

Apesar de que o mundo ainda possui quantidades significativas de reservas conhecidas de petróleo, essas reservas são continuamente descobertas, exploradas e refinadas para atender à demanda global por energia. E nesse problema com o cobalto, o Brasil pode ajudar, visto que possui grandes reservas.

Empresas planejam investir no Brasil para exploração de cobalto

Recentemente, o Brasil tem se destacado como um player importante no mercado global de cobalto. Estudos geológicos revelaram a presença de grandes depósitos do ‘ouro azul’ em várias regiões do país. E essas descobertas estão nos transformando em uma fonte alternativa do metal, dando um pouco de esperança para os que se preocupam com as reservas tão limitadas e que podem impactar tecnologias.

Em 2023, o subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, José Fernandez, anunciou que o país pretende investir em alguns setores no Brasil, incluindo na extração de minerais críticos, como o cobalto. Segundo Fernandez, expandir a exploração do metal por aqui é um dos objetivos da administração de Joe Biden, já que 80% dela está concentrada em autocracias, como a China. 

A China é uma preocupação para os Estados Unidos também se tratando de cobalto. A posição de domínio que o país asiático estabeleceu no abastecimento desse mineral acaba deixando vários países à sua mercê, o que pode significar uma grande ameaça à competitividade da indústria americana.

No Brasil, a China já tem duas fabricantes de automóveis elétricos instaladas, a BYD e a Great Wall Motors. Contudo, os Estados Unidos não perde tempo, e a TechMet é uma das brasileiras que já recebeu dinheiro americano.

A empresa, que fica no interior do Piauí, recebeu um aporte de 25 milhões de dólares da agência governamental americana Development Finance Corporation, em 2020, para a exploração de níquel e cobalto, que podem gerar novas tecnologias. 

Entenda como o Brasil pode contribuir para a corrida do ‘ouro azul

Segundo o secretário José Fernandez, o Brasil tem grandes reservas de minerais críticos, falta apenas o capital para a exploração. Ele também afirmou que os Estados Unidos está pronto para incentivar empresas brasileiras que trabalham com responsabilidade, respeitando os direitos trabalhistas e o meio ambiente.

Em 2023, a empresa britânica Brazilian Nickel, divulgou um plano de investimento de 6 bilhões de dólares para o desenvolvimento de um projeto de níquel e cobalto no Piauí.

Hoje a empresa tem uma unidade em outra região do estado, onde produz 600 toneladas de níquel por mês. Mas a ideia é que a nova instalação produza 25 mil toneladas de níquel por ano, a partir de 2026, e 800 toneladas de cobalto por ano, a partir de 2027.

A australiana Jervois Global  ambém planeja investir no Brasil. Os esforços da empresa vão para reabrir uma refinaria já existente, localizada em São Miguel Paulista, em São Paulo. A ideia é que, de início, a refinaria produza 10 mil toneladas métricas por ano de níquel e duas mil de ouro azul. Ou seja, o Brasil tem um grande potencial para ajudar a suprir a demanda por cobalto nos próximos anos.

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CACÁ.
CACÁ.
29/05/2024 20:10

…MTO LOUCO…! #DA HORA!

Abalen Abirached
Abalen Abirached
21/05/2024 03:56

É realmente uma tristeza o país ser grande fornecedor de matéria prima no lugar de fornecer produtos acabados com valor agregado. O que ganhamos com isso? Muito pouco em relação do que ganharíamos se tivéssemos uma forte indústria de transformação. Quando esses recursos acabarem estaremos fritos e pobres e dependentes de quem preservou seus recursos naturais… Acorda Brasil!!!!

Patricia Pereira Vallim
Patricia Pereira Vallim
19/05/2024 08:30

Como sempre o Brasil é usado por outros países para extração de minérios, e isso acontece desde sempre. O que é do Brasil deveria ficar aqui, e ser explorado conscientemente, com responsabilidade, respeitando os direitos trabalhistas e o meio ambiente. O que o Brasil precisa é ter coragem de tomar conta do que tem e investir aqui mesmo na extração e com isso desenvolver tecnologias BRASILEIRAS, e não ficar à mercê de outros países como sempre acontece. o Brasil precisa deixar de ser uma “mina” para os outros países, principalmente os USA, e começar a investir em empresas tecnológicas, garantindo assim um futuro mais promissor para a população. O Brasil é riquíssimo em minérios, precisamos proteger o que é nosso e não ficar “ajudando” os outros países até que eles esgotem nossos recursos.

Última edição em 1 ano atrás por Patricia Pereira Vallim
Renato
Renato
Em resposta a  Patricia Pereira Vallim
20/05/2024 13:59

Nosso presidente deveriá tomar vergonha,e criar uma estatal brasileira para explora esses recursos e aperfeiçoar sua tecnologia.
Para que não sejamos mais colônias de nenhum país.

Elivando
Elivando
Em resposta a  Renato
23/05/2024 19:24

Meu amigo, fazer estatal demora, ele quer vende pra fora, porque é mais rápido pra colocar no bolso

Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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