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Os motores de navios são enormes e essenciais para a indústria naval. Mas como são feitos?

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/06/2024 às 20:09
Os motores de navios são enormes e essenciais para a indústria naval. Mas como são feitos?
Os navios de grande porte, como cruzeiros e porta-contêineres, possuem motores de dimensões colossais. Essas máquinas não só impulsionam os navios, mas também geram energia para diversos setores a bordo. Pesando toneladas e com tecnologia avançada, esses motores permitem que grandes embarcações atravessem vastos oceanos e transportem cargas pesadas. Imagem: Nauctis/Divulgação

Os navios de grande porte, como cruzeiros e porta-contêineres, possuem motores de dimensões colossais. Essas máquinas não só impulsionam os navios, mas também geram energia para diversos setores a bordo. Pesando toneladas e com tecnologia avançada, esses motores permitem que grandes embarcações atravessem vastos oceanos e transportem cargas pesadas.

No passado, os navios utilizavam motores a vapor. Com o tempo, esses foram sendo substituídos por motores a diesel, que são mais eficientes, leves e requerem menos manutenção. Hoje em dia, além dos motores diesel, muitos navios também são movidos a eletricidade e gás natural, permitindo velocidades maiores e maior capacidade de carga.

A fabricação de motores para grandes embarcações é um processo demorado, que exige milhares de horas de trabalho. A maioria dos grandes navios utiliza motores diesel de dois tempos, que são mais eficientes no consumo de combustível e têm manutenção mais simples.

O cárter do motor

A produção de motores marítimos começa com a criação do cárter, que é o maior e mais importante componente do motor. Esse processo ocorre em uma fábrica de processamento de metal na Alemanha.

Os trabalhadores preparam materiais como aço, ferro bruto, eletrodo de grafite, lâminas de metal e carbeto de silício. Esses materiais são fundidos em um forno a 1.500°C. O magnésio é adicionado à mistura fundida, que é então vertida em moldes enormes feitos de areia de quartzo.

Os moldes resfriam durante semanas antes de serem abertos. O cárter é removido do molde e limpo de qualquer areia aderida utilizando uma máquina vibratória e depois jateado com esferas de ferro.

O virabrequim

Outro componente essencial dos motores de navios é o virabrequim, feito de aço e materiais carbonosos. O material do virabrequim é aquecido e colocado em uma máquina de forjamento por impacto cruzado, utilizando um martelo hidráulico. O virabrequim aquecido é resfriado em água para ficar mais forte e duro.

O virabrequim é forjado novamente utilizando um molde pesado. O componente gira em altas velocidades para medir qualquer desequilíbrio. Após o balanceamento, o virabrequim passa por uma inspeção final e é lavado antes de receber um número de motor único.

A fabricação de motores de navios é um processo complexo e minucioso, que envolve várias etapas e a utilização de tecnologia avançada. Essas peças gigantescas são essenciais para a indústria naval, permitindo que grandes embarcações naveguem pelos oceanos e transportem cargas ao redor do mundo.

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Licínio Martins
Licínio Martins
26/06/2024 11:27

É quase assim mas não é Bem assim. Na década de 70, trabalhei para a Ishikawajima do Brasil, onde eram construídos os maiores navios e os maiores motores já construídos ao sul do Equador. Montamos muitos motores Sulzer RND-90, nacionalizando muitos componentes. Eixo, bielas, pistões, camisas, mancais e muitos outros componentes eram trazidos do Japão. Muita coisa importante foi nacionalizada, tal como cabeçotes, cabeçotes insertos, hastes de êmbolo e por aí… Esses motores trabalhavam com diesel apenas em situações excepcionais. Seu funcionamento era com “óleo pesado”, sendo a tubulação aquecida para permitir a solubilização de tal combustível. Sua rotação de trabalho ia de 90 a 110 rpm e seu consumo na época era de 115gramas de óleo por Hp em uma hora de funcionamento (115g/Hp/h). Era aplicado em navios de 131.000twd composto com 10 cilindros de 900mm de diâmetro, gerando 29.000 bhp. Poderia tem mais 2 cilindros, chegando perto de 40.000 bhp mas nunca fabricamos com 12 cilindros. É o que lembro.

José Rabello
José Rabello
Em resposta a  Licínio Martins
26/06/2024 13:56

Era motor de 2 tempos ou 4 tempos?

Geormesio gomes da silva
Geormesio gomes da silva
Em resposta a  Licínio Martins
26/06/2024 17:08

Certamente vc trabalhou na construção do “DOCE CORAL” navio da docenave onde eu tive o prazer de embarcar e ser mecânico, entrei por diversas vezes dentro do RND90, era muito sofrimento com o peso das ferramentas e temperatura mas foi um grande de prazer e me traz muita saudades lembranças

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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