A carbonização pode comprometer o desempenho e a durabilidade de muitos motores de carros populares no Brasil. Conheça os propulsores mais suscetíveis, as causas e como prevenir esse problema custoso.
A carbonização de motores de carros é um desafio persistente no cenário automotivo brasileiro, afetando desempenho, consumo e, em casos graves, a vida útil do veículo. Alguns propulsores populares no país demonstram uma suscetibilidade acentuada a esse fenômeno.
Em maio de 2025, a carbonização continua sendo uma “dor de cabeça” para muitos proprietários de motores de carros no Brasil. Este problema compromete o funcionamento, eleva o consumo de combustível e pode diminuir a durabilidade do veículo. Motores tecnologicamente avançados, com injeção direta (GDI) e turbo, podem ser mais sensíveis, especialmente com a qualidade variável de combustíveis e óleos no país e práticas de manutenção nem sempre ideais. Conhecer os motores de carros mais afetados é crucial.
Entendendo a carbonização: o que é, onde ocorre este problema e quais os sintomas em motores de carros?
A carbonização é o acúmulo gradual de depósitos sólidos de carbono (fuligem, resíduos da queima incompleta de combustível e da decomposição do óleo) em componentes internos do motor. Ocorre principalmente em válvulas de admissão (crítico em motores GDI, que não as “lavam” com combustível), cabeça dos pistões, câmara de combustão, bicos injetores e, em motores diesel, no coletor de admissão e válvula EGR.
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Sintomas comuns de um motor carbonizado incluem perda de potência, aumento do consumo, falhas na aceleração, marcha lenta irregular, dificuldade na partida e ruídos como “batida de pino”. Aumento na emissão de poluentes também é um sinal. As causas gerais envolvem o tipo de injeção, qualidade de combustível e óleo, estilo de condução (muitos trajetos curtos) e o sistema de ventilação positiva do cárter (PCV).
Motores THP (PSA/Stellantis): um histórico conhecido de carbonização em Peugeot e Citroën
O motor THP (Turbo High Pressure), da parceria PSA (Peugeot-Citroën, hoje Stellantis) e BMW, equipou modelos como Peugeot 3008, 208 GT, 308 e Citroën C4 Lounge, DS3 (especialmente versões iniciais a gasolina). Sendo um motor de injeção direta, é vulnerável à carbonização nas válvulas de admissão.
A sensibilidade à gasolina brasileira de baixa qualidade ou octanagem inferior à recomendada (premium) e falhas na sonda lambda também contribuem para depósitos na câmara de combustão e bicos injetores. A manutenção meticulosa (óleo correto, filtros, velas) é crucial.
Motores VW TSI (EA211 e EA888): a vulnerabilidade da injeção direta em alguns Volkswagen
Os motores TSI da Volkswagen, como os populares 1.0 TSI e 1.4 TSI (família EA211 em Up! TSI, Polo, Virtus, Golf) e 2.0 TSI (família EA888 em Jetta, Golf GTI), também podem sofrer com carbonização. O principal local de acúmulo é nas válvulas e dutos de admissão, devido à operação “a seco” da injeção direta.
Uso urbano severo, combustível e óleo de má qualidade são fatores agravantes. Curiosamente, um Golf 1.4 TSI em teste de longa duração pela Quatro Rodas mostrou motor limpo, indicando que a manutenção rigorosa e o tipo de uso podem mitigar o problema. Soluções incluem limpeza de bicos e válvulas, e o uso de “oil catch can”.
Motores diesel 2.0 Multijet (Stellantis): o desafio da fuligem no sistema de admissão em Fiat e Jeep
O motor diesel 2.0 Multijet, presente em veículos como Fiat Toro diesel, Jeep Renegade diesel e Jeep Compass diesel, tem um histórico de problemas de carbonização. O acúmulo de carbono concentra-se no coletor de admissão e na válvula EGR (Recirculação dos Gases de Escape).
Isso ocorre devido à fuligem da combustão do diesel, qualidade do combustível (diesel S-10 é recomendado) e a recirculação de gases. Sintomas incluem perda de potência e aumento de consumo. Limpezas regulares do sistema de admissão e EGR são recomendadas.
Como combater a carbonização nos motores de carros
A prevenção é a melhor abordagem. Siga rigorosamente o plano de manutenção do fabricante, usando óleo com a especificação correta e trocando filtros nos prazos. Utilize combustível de boa qualidade (gasolina aditivada/premium ou diesel S-10) e considere aditivos de limpeza. Evite trajetos curtos frequentes. Se a carbonização ocorrer, métodos incluem limpeza química ou manual em oficina. Para motores GDI, um “oil catch can” pode ajudar a reduzir depósitos nas válvulas de admissão.
A carbonização crônica afeta diversos motores de carros populares no Brasil, como os THP, alguns VW TSI e os diesel 2.0 Multijet. O problema é multifatorial, envolvendo design do motor, qualidade de insumos e manutenção. Proprietários e compradores devem pesquisar o histórico do motor, aderir à manutenção preventiva e estar atentos aos sintomas. A conscientização e a exigência por motores mais robustos e informações claras são fundamentais para um mercado automotivo mais confiável.