Conheça os detalhes da estrutura colossal que sustenta a ponte Golden Gate, uma maravilha da engenharia com fios de aço suficientes para circundar o planeta
A ponte Golden Gate, inaugurada em 1937 em São Francisco, EUA, é um dos maiores ícones da engenharia mundial. Sua sustentação, no entanto, depende de uma proeza técnica muitas vezes invisível aos olhos: dois cabos principais que, juntos, contêm 129.000 quilômetros de fios de aço. Essa distância impressionante é suficiente para dar mais de três voltas completas na linha do Equador.
Esses cabos não são apenas longos; eles são o resultado de um design e construção meticulosos que superaram os desafios da época. Eles representam a espinha dorsal da estrutura, garantindo sua flexibilidade e resistência contra os ventos fortes e a atividade sísmica do estreito de Golden Gate. Entender sua composição é desvendar um dos segredos da longevidade desta ponte monumental.
A engenharia em números, as especificações exatas dos cabos principais
A força da ponte Golden Gate reside em dados impressionantes. Cada um dos dois cabos principais de suspensão tem um diâmetro de 36 3/8 polegadas, o equivalente a 0,92 metros. Essa estrutura maciça é, na verdade, um agrupamento preciso de milhares de componentes menores.
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Cada cabo é meticulosamente formado por 27.572 fios individuais de aço galvanizado. Esses fios são organizados em 61 feixes distintos, com uma média de 452 fios por feixe. O peso total de ambos os cabos, somando os suspensores e acessórios, chega a 24.500 toneladas. A falha de um único fio não compromete a integridade do cabo inteiro, uma demonstração de redundância e design inteligente para garantir a máxima segurança.
Os fios que realmente dão mais de três voltas no Equador
A alegação de que os fios da ponte poderiam circundar a Terra é um fato comprovado. A circunferência equatorial do nosso planeta é de 40.075,017 quilômetros, de acordo com dados geográficos. O comprimento total dos fios de aço nos cabos da ponte é de 129.000 quilômetros.
Um cálculo simples confirma a afirmação popular com alta precisão. Ao dividir o comprimento total dos fios pela circunferência da Terra (129.000 km / 40.075 km), o resultado é aproximadamente 3,22. Isso significa que o aço contido nos cabos da ponte daria mais de três voltas completas no planeta, uma prova da escala monumental dos materiais utilizados.
A fiação dos cabos da ponte Golden Gate em 1935
Diferente do que se pode imaginar, os gigantescos cabos não chegaram prontos ao local da obra. Eles foram construídos diretamente sobre o estreito, utilizando um método inovador para a época conhecido como “fiação de cabos”, supervisionado pela empresa John A. Roebling and Sons, a mesma que construiu a Ponte do Brooklyn.
Os cabos não foram pré-fabricados e transportados. O processo, que começou em outubro de 1935, envolvia puxar um fio de aço de cada vez de uma ancoragem à outra, passando pelo topo das torres. Essa tarefa foi repetida mais de 27 mil vezes para cada cabo. De forma notável, a equipe concluiu a fiação em 20 de maio de 1936, após apenas 6 meses e 9 dias, terminando o trabalho oito meses antes do previsto no cronograma.
Corrosão e manutenção contínua desde 1968
A durabilidade da ponte Golden Gate depende de uma batalha constante contra os elementos. Já em 1968, inspeções detectaram corrosão nos fios externos dos cabos principais. Investigações concluíram que é praticamente impossível vedar completamente um cabo, pois a umidade inevitavelmente se infiltra com o tempo.
A água é identificada como o “pior inimigo do cabo”, pois, ao reagir com poluentes, causa a corrosão do aço. Para combater esse problema, foi implementado um moderno sistema de desumidificação. Ele injeta ar seco dentro dos cabos, mantendo a umidade relativa abaixo de 40%, nível no qual a corrosão praticamente cessa. Essa manutenção proativa é crucial para garantir a integridade da ponte para as futuras gerações.
Como a obra de 1933 estabeleceu novos padrões
A construção da ponte, iniciada em 5 de janeiro de 1933, durante a Grande Depressão, foi pioneira não apenas em engenharia, mas também em segurança no trabalho. O engenheiro-chefe Joseph Strauss estava determinado a “enganar a morte”, implementando todas as medidas de proteção conhecidas.
Os trabalhadores receberam capacetes, máscaras respiratórias para evitar a inalação de fumos de chumbo e óculos de proteção. A medida mais famosa foi a instalação de uma enorme rede de segurança sob a ponte, que custou 130 mil dólares na época.
Essa rede salvou a vida de 19 homens, que ficaram conhecidos como o “Halfway-to-Hell Club” (Clube dos que Foram a Meio Caminho do Inferno). Apesar das 11 fatalidades, o projeto estabeleceu um novo e elevado padrão de segurança para a engenharia civil.