A indústria tem um papel de extrema relevância na economia do Brasil. É lá onde estão os melhores salários, além dos 10,3 milhões de empregos formais. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 71,8% das exportações e 34,4% da arrecadação de tributos federais também são representados pela indústria, para citar alguns exemplos.
Atualmente, em momento de retomada, a indústria vem acumulando indicadores positivos. Principalmente nos últimos meses de 2022. Inclui-se aí o indicador de “Intenção de Investimento” que, apesar da queda registrada nos meses de setembro a novembro do ano passado, mostra que existem investimentos significativos previstos para este ano.
Também de acordo com a CNI, os principais objetivos de investimento planejados em 2022 foram para a melhoria do processo produtivo atual (32%), manutenção da capacidade produtiva (27%), aumento da capacidade da linha atual (25%) e Introdução de novos processos, produtos e outras categorias (16%).
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Analisando mais a fundo a natureza desses investimentos, 24% das empresas respondentes planejaram investir em pesquisa e desenvolvimento. Sendo assim, se esta tendência for mantida em 2023, pode-se esperar melhorias no gerenciamento de ativos em função da modernização de equipamentos promovendo, inclusive, conectividade com processos de negócio.
Essa proposta de automação, monitoramento e digitalização de processos, baseada no uso de sensores instalados em equipamentos, se reverte em curto prazo na diminuição do número de ordens de serviço emitidas, tanto para inspeção quanto para manutenção e troca de peças de equipamentos. Ou seja, esse processo de modernização tende a aumentar a eficiência e produtividade.
Pessoas conectadas também geram um efeito similar, já que o resultado desse monitoramento proporciona oportunidades de alinhamento dos riscos calculados com a concentração de colaboradores relacionados a cada ativo.
Os benefícios estão claros, mas essa não é uma caminhada trivial. Estudos de viabilidade customizados são necessários, envolvendo processos, governança e tecnologia de ponta, visando a integração vertical na linha de produção, incluindo equipamentos, produtos e insumos em direção a sistemas flexíveis, capazes de unir valores horizontais por toda a empresa e otimizando indicadores relacionados a custo, disponibilidade e consumo de recursos.
Empresas do mundo todo não estão trilhando este caminho inadvertidamente. Elas estão fazendo isso porque estão cientes das oportunidades econômicas. Termos como “Transformação Digital”, “Indústria 4.0”, “4ª Revolução Industrial” ou “Smart Manufacturing” já fazem parte de projetos de investimentos em uma tendência global.
A Academia Nacional de Ciências e Engenharia (ACATECH) realiza estudos frequentes sobre o grau de maturidade da indústria em empresas do mundo todo. Nesse sentido, 6 estágios de maturidade são definidos partindo da versão 3.0 da indústria até a versão 4.0: Digitalização, Conectividade, Visibilidade, Transparência, Capacidade Preditiva e adaptabilidade.
Acredita-se que as indústrias no mundo todo ainda estão avançando nessa maturidade. Um estudo feito pela própria ACATECH detectou que 80% das 70 empresas ouvidas em 2020 ainda se encontrava no estágio de “Conectividade”, mesmo que essas empresas já tivessem declarado que tomavam decisões orientadas a dados.
O que se espera para o futuro é que as empresas atinjam os seis estágios e alcancem um patamar em que os dados são qualificados, auditados e enviados a todo momento e, posteriormente, armazenados de forma centralizada e analisados automaticamente. Com a análise e processamento de autoaprendizagem, os sistemas de informação estarão continuamente se adaptando a novas circunstâncias. O conhecimento adquirido dessa forma será entregue contextualizado aos colaboradores dando suporte à tomada de decisão. Isso será possível graças ao monitoramento de ativos e integração de sistemas de informação.
Integração vertical e horizontal. Interfaces padronizadas, combinadas para criar um sistema integrador e flexível onde todas as áreas da companhia contribuem e são beneficiadas. E a sua empresa? Em que estágio se encontra?
Por Leandro Coutinho*