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Ônibus movido a gás natural será testado novamente pelas ruas de Campo Grande

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 07/07/2025 às 05:33
Ônibus urbano movido a gás natural circulando em estrada de asfalto sob céu azul com nuvens.
Veículo urbano movido a gás natural em Campo Grande, projetado para reduzir a poluição e promover mobilidade sustentável.
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Campo Grande retoma testes com ônibus movido a gás natural e avalia sua viabilidade como solução sustentável para o transporte público da cidade.

Nos últimos anos, a busca por fontes de energia mais limpas no transporte urbano cresceu significativamente.

Por esse motivo, o ônibus movido a gás natural tem se destacado como uma alternativa promissora aos modelos a diesel, especialmente por sua eficiência e menor impacto ambiental.

Nesse contexto, Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, avança mais uma vez em direção à modernização do transporte público.

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O Consórcio Guaicurus, responsável por operar o sistema de ônibus da cidade, anunciou um novo período de testes com esse tipo de veículo.

O objetivo, portanto, é avaliar com mais profundidade se os ônibus a gás natural devem integrar a frota municipal, considerando desempenho, economia e sustentabilidade.

Embora a cidade já tenha testado o modelo em outubro de 2024, aquele experimento durou apenas uma semana.

Agora, no entanto, o novo teste terá duração de 30 dias, o que permitirá acompanhar o desempenho do ônibus em diversas situações reais, como horários de pico, rotas extensas e diferentes condições climáticas.

Além disso, o Consórcio pretende observar o consumo de combustível, o conforto dos passageiros e os níveis de emissão de poluentes em comparação com os veículos convencionais.

Assim, será possível tomar uma decisão mais segura quanto à possível aquisição futura.

Outro ponto importante é a possibilidade de o ônibus a gás natural contribuir para a redução dos custos de manutenção da frota.

Uma vez que esses veículos tendem a ter motores menos agressivos e mais duráveis, comparados aos modelos a diesel tradicionais.

Isso pode representar uma economia significativa para as operadoras ao longo dos anos.

Por que o ônibus movido a gás natural pode ser uma solução viável?

De acordo com Themis de Oliveira, diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, a ampliação do teste é fundamental.

Isso porque, apesar do custo inicial mais elevado — cerca de R$ 400 mil a mais do que um ônibus a diesel —, o modelo pode gerar benefícios significativos a médio e longo prazo.

Além da economia operacional, a cidade já possui infraestrutura para receber esse tipo de ônibus, como o gasoduto ativo e o fornecimento garantido pela MSGás.

Dessa forma, o uso do ônibus movido a gás natural se torna não apenas viável, como também estratégico.

Outras cidades brasileiras, como São Paulo, Curitiba e Recife, já realizaram testes com esse tipo de tecnologia desde os anos 1990.

Por isso, já existem dados que comprovam a eficácia da alternativa, especialmente no que diz respeito à redução de poluentes atmosféricos.

Além do mais, o gás natural, embora seja um combustível fóssil, apresenta queima mais limpa. Ele libera menos dióxido de carbono, menos monóxido de carbono e praticamente não emite enxofre.

Por essa razão, o ônibus movido a gás natural representa uma ponte segura entre os veículos a diesel e os modelos 100% elétricos, que ainda enfrentam altos custos e dificuldades logísticas.

Além disso, o gás natural é considerado um combustível de transição ideal para países em desenvolvimento.

Pois alia tecnologia já disponível a um impacto ambiental muito menor que o diesel, o que ajuda a atender metas ambientais estabelecidas por acordos internacionais.

Benefícios para o meio ambiente e conforto dos passageiros

Além dos benefícios ambientais, os ônibus a gás proporcionam mais conforto aos passageiros.

O modelo testado em Campo Grande, por exemplo, contava com ar-condicionado, câmbio automático e capacidade para 44 passageiros sentados.

Dessa forma, ele alia eficiência energética ao bem-estar durante o trajeto.

Contudo, apesar das vantagens, o investimento inicial ainda representa um entrave para as empresas operadoras.

Conforme apontado pela CPI do Transporte Coletivo em Campo Grande, parte da frota atual já ultrapassou o tempo de uso recomendado.

Mesmo assim, o Consórcio afirmou que, no momento, não possui recursos para investir em novos veículos.

Adicionalmente, a mudança tecnológica exige ajustes estruturais. Oficinas e garagens precisam de adequações específicas, e os profissionais de manutenção e motoristas devem receber treinamento.

Por isso, o processo de implementação deve ser gradual e planejado para garantir que todos os envolvidos estejam preparados para operar e manter os novos veículos de maneira eficiente e segura.

Portanto, a transição exige planejamento detalhado.

Desafios financeiros e a realidade da frota em Campo Grande

Por outro lado, renovar a frota não resolveria, por si só, os problemas enfrentados pelo transporte coletivo.

Themis de Oliveira destacou que, sem a conclusão das obras dos corredores exclusivos, novos ônibus não trariam a melhoria desejada.

Portanto, é preciso alinhar infraestrutura e investimento em veículos.

Apesar disso, a retomada dos testes com o ônibus movido a gás natural representa um avanço.

Campo Grande já possui a estrutura necessária, o que coloca a cidade em posição vantajosa frente a outras capitais brasileiras.

Além disso, o fornecimento de gás natural no Brasil é abundante, o que garante estabilidade e previsibilidade nos custos.

Esse cenário, portanto, torna a adoção dessa tecnologia mais prática e menos arriscada economicamente.

A preocupação com o orçamento também demanda que os gestores busquem parcerias público-privadas e incentivos governamentais que possam viabilizar a aquisição dos veículos sem comprometer as finanças municipais.

Perspectivas e futuro do transporte público sustentável

A experiência de cidades como Curitiba mostra que é possível diversificar a frota com diferentes tecnologias, incluindo ônibus híbridos, elétricos e a gás.

Isso resulta em sistemas mais resilientes, eficientes e ambientalmente corretos.

À medida que cresce a pressão por soluções mais ecológicas, o ônibus movido a gás natural surge como um caminho de transição realista.

Mesmo que ainda não represente a solução definitiva, ele pode preparar o terreno para futuras tecnologias, como o hidrogênio verde ou veículos elétricos com maior autonomia.

Além disso, iniciar a substituição gradual da frota com base em testes controlados permite avaliar com segurança todos os aspectos operacionais e financeiros.

Com isso, a cidade evita decisões precipitadas e investe com responsabilidade.

A conscientização da população e o engajamento da sociedade civil são outros pontos que têm ganhado importância nesse processo.

Uma população informada tende a apoiar mais as mudanças, principalmente quando os benefícios ambientais e sociais são comunicados claramente.

Portanto, Campo Grande tem a chance de se tornar referência nacional na implementação de soluções sustentáveis para a mobilidade urbana.

Com apoio político, incentivos fiscais e parcerias privadas, o projeto pode ganhar escala e inspirar outras cidades brasileiras.

Um passo necessário para cidades mais limpas

Em resumo, o novo teste com o ônibus movido a gás natural não representa apenas uma análise técnica.

Ele simboliza um compromisso da cidade com o futuro da mobilidade, da saúde pública e da sustentabilidade urbana.

Por esse motivo, investir nesse tipo de tecnologia se mostra como uma escolha estratégica e necessária.

À medida que o transporte coletivo se adapta às novas demandas ambientais, ganha a cidade, ganha o meio ambiente e ganha a população.

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Scania lança ônibus rodoviário movido a gás natural | GNV.360

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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