Infraestrutura energética internacional movimenta bilhões e define o rumo de economias e políticas no século XXI.
A rede mundial de oleodutos e gasodutos é essencial para a segurança energética, além de garantir o equilíbrio das grandes economias.
Portanto, oleodutos e gasodutos transportam, todos os dias, bilhões de barris de petróleo e enormes volumes de gás natural para os principais mercados.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), os Estados Unidos movimentaram, só em 2024, mais de 14 bilhões de barris por dutos. Esse número representa quase 70% de todo o petróleo do país. Dessa forma, o país mantém uma rede eficiente.
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Além disso, esses sistemas garantem eficiência, confiabilidade e continuidade no fornecimento, mesmo diante de crises e choques internacionais.
Por trás dos grandes centros urbanos e polos industriais, a infraestrutura energética opera de forma silenciosa. Mesmo assim, é decisiva para o funcionamento das sociedades modernas. Ou seja, sem ela, o cotidiano seria impactado.
Transporte subterrâneo molda o mercado global desde a década de 1960
Por isso, a relevância dos oleodutos ficou clara ao longo das últimas décadas, principalmente durante períodos de crise internacional.
Em 1964, a Rússia inaugurou o Oleoduto Druzhba. Ele conectou campos de petróleo soviéticos à Europa Central, conforme registro da estatal Transneft. Dessa maneira, a integração energética começou a se fortalecer no continente.
O sistema, que hoje atravessa mais de 4.000 quilômetros, chega à Alemanha e sustenta até 1,4 milhão de barris diários. Assim, a infraestrutura russa consolidou sua importância para o abastecimento europeu.
Recentemente, em junho de 2025, fluxos para a Alemanha foram reduzidos por sanções. A informação foi confirmada pela Reuters. Apesar disso, o oleoduto segue relevante.
Já em 2008, a Rússia lançou o oleoduto ESPO, conectando a Sibéria Oriental à Ásia e ao Pacífico. O sistema ampliou a capacidade para 1,6 milhão de barris diários em 2025, segundo a Rosneft.
Dessa forma, a expansão reforçou a posição russa nos mercados chineses e asiáticos.
Além disso, no Mar Báltico, os gasodutos Nord Stream 1 e 2 uniram Rússia e Alemanha com capacidade total de 110 bilhões de metros cúbicos anuais.
O Nord Stream 1 está ativo desde 2011. Já o Nord Stream 2, finalizado em 2021, não entrou em operação. No entanto, explosões em setembro de 2022 comprometeram parte dessa infraestrutura, gerando instabilidade, conforme divulgado pela AIE.
Desafios ambientais e estratégicos marcam expansão das rotas energéticas
Devido à necessidade de diversificação, a busca por alternativas levou à criação de corredores como o Keystone, que une as areias de Alberta (Canadá) aos centros de refino dos Estados Unidos.
O Keystone transporta cerca de 590 mil barris diários desde 2010. Contudo, o projeto de expansão Keystone XL foi cancelado em 2021, após pressões ambientais e políticas. A decisão seguiu o Departamento de Energia dos EUA. Dessa forma, o sistema permanece crucial para a logística continental.
Outro marco importante é o Oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan (BTC), que, desde 2005, liga o Azerbaijão ao Mediterrâneo por 1.768 km.
A BP informou, em junho de 2024, que o BTC alcança capacidade real de 600 mil barris diários. Assim, a região ampliou seu alcance internacional.
Na Turquia, o Gasoduto Transanatoliano (TANAP) começou a operar em 2018. O sistema pode atingir 32 bilhões de metros cúbicos anuais, segundo a estatal SOCAR em 2020.
Dessa maneira, ele conecta o gás do Cáucaso ao mercado europeu, reforçando a integração energética regional.
Impactos econômicos e sociais atravessam fronteiras e influenciam decisões globais
O Oleoduto Iraque-Turquia (ITP), desde 1976, transporta petróleo de Kirkuk até o Mediterrâneo. O potencial é de 1,4 milhão de barris diários, conforme Ministério do Petróleo do Iraque.
Em 2023, uma disputa judicial paralisou o fluxo. O processo interrompeu exportações vitais para a Turquia. Portanto, o impacto foi sentido em toda a cadeia produtiva.
Além disso, o Canadá investiu na ampliação do Oleoduto Trans Mountain. Em maio de 2024, o sistema dobrou sua capacidade para 890 mil barris diários, segundo o governo federal.
O objetivo é diversificar exportações e enfrentar a volatilidade do mercado dos EUA, apesar de tarifas mais altas. Com isso, o país amplia suas opções estratégicas.
Os dutos China-Mianmar, com cerca de 800 km, permitem à China receber 440 mil barris diários de petróleo. O sistema também transporta 12 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, de acordo com a CNPC em maio de 2025.
Esses corredores contornam o Estreito de Malaca. Com isso, reduzem riscos de interrupções navais e fortalecem a segurança energética chinesa. Portanto, a dependência marítima diminui.
Sustentabilidade, desafios geopolíticos e tendências para o futuro
A influência desses corredores se reflete não apenas no mercado de energia, mas também na geopolítica, nas receitas nacionais e no desenvolvimento social das regiões envolvidas.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), qualquer interrupção significativa nesses dutos pode elevar preços. Além disso, pode impactar estoques e modificar fluxos comerciais em escala mundial, como observado em crises recentes. Assim, a estabilidade depende dessas rotas.
Especialistas da BP, da Gazprom e de agências internacionais destacam a necessidade de investir em infraestrutura moderna. Por isso, eles recomendam fiscalizar operações e adotar padrões ambientais rigorosos. Isso se torna urgente diante de acidentes, sabotagens e riscos ambientais cada vez mais discutidos nos fóruns globais.
Enquanto governos, empresas e sociedade debatem o futuro da matriz energética, a infraestrutura de transporte subterrâneo segue fundamental.
Ela conecta continentes, define estratégias e molda decisões que afetam todos, dos grandes centros industriais às pequenas comunidades. Dessa forma, o futuro da energia depende de caminhos seguros e eficientes.
Você acredita que as rotas energéticas do século XXI vão priorizar segurança e sustentabilidade, ou os interesses estratégicos seguirão dominando as decisões?