Quebra da bomba de alta gera reparos de R$ 20 a 60 mil e pode levar à negativa de garantia; oficina recomenda instalação preventiva do “Protect Plug Lion”.
A picape Ranger V6 3.0 Lion, equipada com motor turbodiesel e sistema de injeção Bosch CP4, tem apresentado falhas em baixa quilometragem, segundo alerta do especialista Luciano Jaccoud, da AllVento Education. O problema está sendo atribuído ao teor de biodiesel B15 presente no combustível brasileiro, o que pode gerar negativas de garantia nas concessionárias e expor proprietários a reparos que variam entre R$ 20 mil e R$ 60 mil.
Casos relatados incluem veículos com apenas 20 a 43 mil km rodados que já tiveram a bomba de alta danificada. Quando ocorre a quebra, o risco é a contaminação de todo o sistema de injeção, aumentando drasticamente o custo da manutenção.
Por que a Ranger V6 3.0 sofre com a bomba CP4?
De acordo com Luciano Jaccoud, a bomba de alta CP4 é sensível à qualidade do combustível.
-
Toyota Corolla Cross ‘versão picape’ terá até 223 cv, base do RAV4 e motor flex 2.0 para enfrentar Fiar Toro e Ford Maverick; Japonesa já tem previsão de quando iniciará produção no Brasil
-
Fiat Toro com motor diesel: o que fazer para o filtro de partículas não travar seu carro
-
Comprar carro no CNPJ: desconto de até 30% esconde risco de apreensão por dívidas, imposto de 15% na venda e juros de 1,99% ao mês
-
4 carros usados da Mitsubishi que não dão dor de cabeça: modelos robustos, com mecânica confiável, tração 4×4 e custam a partir de R$ 85 mil
No Brasil, o teor obrigatório de biodiesel chegou a 15% (B15) e pode atingir 20% até 2030.
Essa mistura, embora alinhada a metas ambientais, acelera o desgaste interno da bomba, provocando liberação de limalha metálica que se espalha pelo sistema.
O problema não é exclusivo da Ford. A Volkswagen Amarok, que utiliza configuração semelhante, já apresentava casos de quebra da CP4.
Agora, a mesma vulnerabilidade começa a ser registrada nas unidades da Ranger V6 3.0, reforçando a necessidade de atenção preventiva.
Quanto custa reparar a falha?
Segundo a AllVento, os valores médios variam entre R$ 40 mil e R$ 60 mil para troca completa de componentes contaminados — incluindo bicos injetores, tanque de combustível, tubos de alta pressão, válvulas e bomba de baixa.
Em alguns casos, o reparo pode ficar na faixa de R$ 20 a R$ 25 mil, dependendo da extensão do dano.
O impacto não é apenas financeiro. O veículo pode ficar meses parado em oficinas, aguardando diagnósticos, peças importadas ou até mesmo discussões judiciais quando há negativa de garantia.
O custo e o tempo de inatividade transformam o problema em um risco significativo para quem depende da picape no dia a dia.
Como funciona o kit “Protect Plug Lion”?
Para reduzir o risco, a oficina recomenda a instalação do Protect Plug Lion, desenvolvido pela LAAB Diesel e já aplicado também na Amarok.
O sistema isola a bomba de alta do restante do circuito, evitando que a limalha contaminante alcance bicos e tubulações.
O kit vem com mangueiras adaptadoras e válvula integrada, não exigindo cortes ou modificações irreversíveis.
Se a bomba falhar, o dano fica restrito à própria peça, limitando o custo de reparo à substituição da CP4 e do módulo do kit — uma despesa estimada em cerca de R$ 5 mil, equivalente a 1/10 do valor de uma contaminação total.
Há solução definitiva?
Jaccoud cita que alguns fabricantes já testam bombas CP8 como alternativa, mas ainda não há comprovação prática de que a durabilidade seja superior.
Até que novos sistemas se consolidem, a recomendação é adotar medidas preventivas e estar atento aos sintomas de falha, como acendimento de luzes de alerta e comportamento irregular do motor.
Enquanto isso, concessionárias continuam atribuindo a causa das quebras ao biodiesel, o que abre brecha para negativas de cobertura em garantia.
O histórico já visto com Amarok e Hilux indica que proprietários devem se preparar para enfrentar resistência das montadoras em assumir o custo do reparo.
A vulnerabilidade da Ranger V6 3.0 diante do biodiesel expõe motoristas a um risco financeiro elevado e a longos períodos sem o veículo.
A instalação preventiva do Protect Plug Lion surge como alternativa para reduzir prejuízos, mas não elimina a raiz do problema.
E você, acha que a responsabilidade deve ser das montadoras, do combustível disponível no Brasil ou do consumidor em adotar soluções preventivas? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem já enfrentou essa situação na prática.