Pedido da Odebrecht pode superar o pedido da Oi e se tornar o maior processo de recuperação judicial da história do Brasil
Apesar de já ser esperado pelo mercado, não deixa de ser uma má notícia. O maior conglomerado empresarial do país, pediu nesta segunda-feira (17/06), recuperação judicial.
O processo da Odebrecht S.A. (ODB) correrá na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais em São Paulo e envolve R$ 51 bilhões de dívidas passíveis de reestruturação. Outros R$ 14,5 bilhões são compostos sobretudo por dívidas lastreadas em ações da Braskem e não passíveis de reestruturação.
O valor total de dívidas da companhia é de R$ 83,627 bilhões, que seria o valor do passivo sujeito à recuperação, o que tornaria o processo a maior recuperação judicial da história do país, superando a da Oi em 2016, de R$ 64 bilhões.
Este valor ainda pode aumentar, devido a apresentação de uma segunda lista de credores pelo administrador judicial, caso a recuperação judicial seja aprovada pela Justiça, e pode chegar a cerca de R$ 98 bilhões.
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Em nota, a Odebrecht divulgou que a empresa e sua auxiliares continuam operando normalmente buscando assegurar estabilidade financeira e crescimento sustentável, preservando assim a função social de garantir e gerar postos de trabalho.
Sabe-se porém, que das empresas do grupo, Braskem, a empreiteira OEC, a Ocyan, a incorporadora OR, a Odebrecht Transport e o estaleiro Enseada estão fora do processo.
A Atvos Agroindustrial, que pediu recuperação judicial no mês passado também não está neste processo justamente por já ter o seu correndo na justiça.
A queda do império
A Odebrecht foi um dos principais alvos da operação lava jato e viu seu quadro de funcionários despencar de 276 mil empregados, em 2014, para os atuais 48 mil.
A crise econômica pela qual passa o país também afetou as receitas da empresa e as dividas foram acumulando até o atual estágio.
A empresa acredita na aprovação de seu pedido pela relevância de sua atividade econômica e em nota aos funcionários declarou: “Representa uma mudança de ambiente para dar continuidade ao nosso esforço de reestruturação financeira. A partir de agora, a negociação se dará em forma coletiva com os credores e se desenrolará com proteção judicial para a empresa e os seus integrantes, e com mais coordenação, segurança e transparência”.
O processo consiste, depois da aceitação da justiça, na nomeação de um administrador judicial e precisará ser aprovado pelos credores da companhia, em uma assembleia.
Após isto, a Odebrecht tem dois meses apresentar uma proposta de plano de recuperação e as ações e execuções contra a empresa são suspensos por 6 meses.
A empresa tem dois anos, sob comando do administrador judicial para pagar sua dívidas, negociando os descontos com os credores, neste período a empresa pode ficar em funcionamento.
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