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Obras do Hospital da Mulher estão abandonadas há 12 anos e já custou R$ 10 milhões aos cofres públicos — TCE aponta atraso em pelo menos 70 obras no Rio

Publicado em 30/04/2025 às 11:25
Obras, Rio de janeiro, Hospital da mulher, obras paradas
Imagem representativa. Créditos: Marcello Casal JrAgência Brasil
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Mesmo após milhões em investimentos, estruturas como o Hospital da Mulher, em São Gonçalo, e o Hospital Estadual de Oncologia, em Nova Friburgo, seguem sem conclusão no RJ

Maternidades e hospitais prometidos há anos seguem inacabados no estado do Rio de Janeiro. Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que pelo menos 77 obras do governo estão paradas. Entre elas, duas chamam atenção: o Hospital da Mulher, em São Gonçalo, e o Hospital Estadual de Oncologia, em Nova Friburgo.

Hospital da Mulher parado há 12 anos

O Hospital da Mulher, em São Gonçalo, deveria estar funcionando desde 2015. A construção já custou R$ 10 milhões e está parada há 12 anos. Mesmo sem uso, a obra ainda gera despesas para os cofres públicos.

Em 2022, o governo estadual pagou R$ 488 mil em multas e juros para a empreiteira responsável e R$ 357 mil por um serviço de demolição que, segundo o relatório, não foi localizado. O gasto total em um único ano chegou a R$ 848 mil.

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A estrutura abandonada no bairro Colubandê está cercada por mato. A cidade, a segunda mais populosa do estado, conta somente com uma maternidade pública, sem capacidade para atender casos graves. Mulheres com gravidez de risco precisam buscar atendimento em municípios vizinhos, como Niterói.

Vanessa Costa, promotora de vendas, lamenta a situação. “Tristeza né? Poderia ser um lugar bem aproveitado pra nós mulheres, que precisamos muito.” A enfermeira Fátima dos Santos também critica o abandono. “Diante de tanto discurso ‘pela vida’, e quem quer ter seus filhos não consegue ter de forma adequada.”

A deputada estadual Renata Souza (Psol) pediu ao TCE uma auditoria nos gastos com a obra e levou a denúncia ao Ministério Público. “Nesse momento, as mulheres daqui, do Colubandê, estão completamente desassistidas naquilo que seria o óbvio: um hospital onde 53% são mulheres para atender essas mulheres.”

Obras de hospital oncológico seguem sem previsão de conclusão

Em Nova Friburgo, o Hospital Estadual de Oncologia também deveria ter sido entregue há anos. A construção foi iniciada em 2015, com uma licitação de R$ 45 milhões, em parceria com o governo federal.

Dois anos depois, o contrato foi reajustado com um acréscimo de quase R$ 4 milhões, e o prazo de entrega foi adiado para 2017.

Mesmo com o aumento de custos, o projeto sofreu redução no escopo. A Justiça informou que houve uma readaptação do plano original para viabilizar a conclusão da obra.

Ainda assim, ela não foi finalizada. Em 2022, uma nova placa anunciava a retomada dos trabalhos, com mais R$ 50 milhões e prazo de um ano para entrega. Em 2025, no entanto, a construção segue inacabada.

A aposentada Mariléa Spitz, que teve dois casos de câncer na família, relata as dificuldades enfrentadas. “Sair, ir pro Rio, aguardar o carro, passa um dia inteiro depois de uma quimio, muito difícil, a gente vive uma situação muito delicada.”

Governo do estado se defende

O governo do Rio afirma que todas as obras na área da saúde foram entregues ou estão em andamento. Diz ainda que a atual gestão, comandada por Cláudio Castro, retomou projetos parados há mais de 10 anos.

Sobre o Hospital de Oncologia de Nova Friburgo, o governo informou que a obra precisou ser adaptada para seguir normas sanitárias e que a inauguração está prevista para o fim de 2025.

No caso do Hospital da Mulher, a resposta oficial foi de que a unidade ainda está em fase de projeto, sem previsão de conclusão.

Informações fora do painel do TCE

O portal do TCE do Rio informa 77 obras paralisadas no estado. Mas o próprio tribunal reconhece que o número pode ser maior, já que os dados são fornecidos pelos municípios.

Obras ligadas à saúde, como o Hospital da Mulher, não constam na lista, pois o relatório do TCE considera apenas projetos da Emop (Empresa de Obras Públicas) nas áreas de segurança e educação. O Ministério da Saúde, procurado para comentar o rompimento da parceria na construção do hospital oncológico, não respondeu.

Com informações de G1.

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Romário Pereira de Carvalho

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