Você já ouviu falar sobre a construção mais cara do Brasil? Ela promete ser a terceira maior do mundo em seu setor e está cercada de polêmicas e desconfianças. Grupos ambientais, ONGs e comunidades indígenas têm levantado sérias críticas a essa grandiosa obra.
Estamos falando da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, um projeto gigante localizado no coração da Amazônia que gerou debates intensos desde o seu início.
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, situada no rio Xingu, no Pará, é uma das maiores obras de engenharia do Brasil.
Com um investimento monumental de R$ 40 bilhões, a usina foi planejada para atender à crescente demanda energética do país.
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Com uma capacidade instalada de 11.233 megawatts, Belo Monte é a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, ficando atrás apenas da Usina de Três Gargantas, na China, e da Usina de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Desde que entrou em operação em abril de 2016, Belo Monte tem desempenhado um papel crucial no fornecimento de energia do Brasil.
Em 2024, a usina gerou energia suficiente para abastecer as residências das regiões Norte, Centro-Oeste e Rio de Janeiro.
Além disso, Belo Monte é a maior hidrelétrica 100% brasileira, contribuindo com 5% da matriz elétrica nacional e 10% da capacidade de geração hidráulica do país.
Desafios ambientais e sociais
No entanto, a construção de Belo Monte enfrentou uma série de desafios e críticas desde o início. Grupos ambientais, ONGs e comunidades indígenas expressaram preocupações significativas sobre os impactos ambientais e sociais do projeto.
A construção da usina resultou no desmatamento de grandes áreas da Floresta Amazônica, alterando ecossistemas fluviais e afetando a fauna e a flora locais.
As comunidades indígenas, como os povos Juruna e Arara, sofreram com a inundação de suas terras ancestrais, perdendo acesso a recursos naturais vitais e enfrentando dificuldades para se adaptarem a novas áreas.
Além disso, Belo Monte foi alvo de várias ações judiciais, questionando a legalidade do licenciamento ambiental e os métodos de consulta às comunidades afetadas.
Benefícios econômicos e desenvolvimento regional
Apesar das controvérsias, Belo Monte representa um marco econômico para a região. A usina gerou empregos diretos e indiretos e impulsionou a economia local com investimentos em infraestrutura e serviços.
Desde o início de sua operação, Belo Monte pagou mais de R$ 1,07 bilhão em royalties, beneficiando o governo do Pará, além dos municípios de Vitória do Xingu e Altamira.
A longo prazo, espera-se que Belo Monte contribua para a redução do custo da energia elétrica no Brasil, beneficiando tanto a indústria quanto os consumidores residenciais. O projeto também trouxe melhorias significativas em infraestrutura, como estradas e escolas, na região de Altamira.
Futuro da Usina de Belo Monte
O futuro de Belo Monte continua sendo tema de debates. O governo brasileiro promove a usina como um exemplo de investimento em infraestrutura que impulsiona o desenvolvimento sustentável.
No entanto, os desafios ambientais e sociais permanecem, e especialistas sugerem que o Brasil deve buscar um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental, promovendo políticas que garantam a proteção das comunidades afetadas e dos ecossistemas locais.
De todo modo, notamos que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte é um símbolo das ambições e contradições do desenvolvimento brasileiro.
Com um investimento de R$ 40 bilhões, a usina representa uma oportunidade significativa para o país em termos de segurança energética e desenvolvimento econômico.
No entanto, as preocupações ambientais e sociais destacam a necessidade de abordagens mais inclusivas e sustentáveis em projetos de infraestrutura de grande porte no Brasil.
O outro lado
Em nota envidada nesta segunda-feira (05), a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, afirmou que, sobre a afirmação de que o empreendimento foi responsável por “desmatamento de grandes áreas da Floresta Amazônica”, a empresa destaca que, durante o processo de construção de Belo Monte, o Ibama emitiu autorizações com a delimitação de polígonos para os locais de trabalho:
Contudo, destaca-se que a área de supressão de vegetação realizada pela Norte Energia corresponde a 0,04% da área total da bacia do rio Xingu e 0,0045% da Amazônia Legal. Essa ação incluiu os trabalhos de resgate de grupos de plantas e afugentamento e resgate de animais, e evitou que a vegetação alagada gerasse gases de efeito estufa, já que as plantas submersas emitem gás carbônico durante sua decomposição.
Além de outros benefícios para a região, os projetos de reflorestamento conduzidos pela Norte Energia no Médio Xingu recuperaram, até junho de 2024, área equivalente a 3 mil campos de futebol. Foram plantadas 1,7 milhão de mudas nativas de 159 espécies, algumas ameaçadas, como acapu, mogno, castanheira e pau-cravo, além de ipês e árvores frutíferas. A meta da empresa é recuperar 7,6 mil hectares até 2045, o que corresponderá a 5,5 milhões de mudas nativas plantadas na região amazônica.
Quanto à afirmação de que comunidades indígenas “sofreram com a inundação de suas terras ancestrais”, a Norte Energia esclarece que nenhuma Terra Indígena foi alagada pelo projeto e nenhuma comunidade indígena precisou deixar seu local de origem. Vale destacar que antes de Belo Monte os indígenas da região eram 2 mil em 26 aldeias. Atualmente são 8.675 – 5.203 indígenas aldeados e 3.472 em contexto urbano/ribeirinho – de nove etnias diferentes do Médio Xingu.
Desde a implantação da usina, no âmbito do Projeto Básico Ambiental do Componente Indígena, a empresa investiu, até o momento, cerca de R$ 1,2 bilhão e executa 42 programas e projetos, aprovados pela Funai em 2012, com destaque em educação, saúde, preservação do patrimônio cultural, atividades produtivas, proteção territorial e ambiental.
A companhia também estruturou e mantem desde 2015 o Centro de Monitoramento Remoto (CMR) da Funai, que vigia 98% das Terras Indígenas do país, onde vivem 867,9 mil indígenas. A ferramenta monitora e analisa imagens e dados para combater desmatamentos, degradação, incêndios florestais e ocupação e uso criminosos em cerca de 600 Terras Indígenas da Amazônia Legal.
Ainda sobre o relacionamento com as comunidades indígenas, a empresa mantém diálogo permanente com os povos do Médio Xingu, que se dá de forma estruturada e participativa através de interações diárias mantidas pelo Programa de Comunicação e em reuniões tripartites, que envolvem a participação de representantes indígenas e do órgão indigenista para discussão e análises das ações em execução.
A companhia reforça ainda que, em adição aos citados na matéria benefícios diretos e indiretos para a região, como geração de empregos, royalties e segurança energética, a construção de Belo Monte também trouxe outros fatores positivos:
- Na Saúde, foi construído o Hospital Geral de Altamira, com capacidade de 100 leitos para atendimento a casos de alta e de média complexidade. Além da construção do hospital, a Norte Energia também foi responsável por equipá-lo. Além disso, foram construídas 32 Unidades Básicas de Saúde nos cinco municípios do entorno da usina e outras 32 Unidades Básicas de Saúde Indígena em Terras Indígenas.
- Outro indicador é a queda em 97% de casos de malária nos cinco municípios da área de influência da hidrelétrica, resultado de um programa conduzido pela companhia para combater a doença, que é endêmica na região.
- A Norte Energia executou também a construção de 609 km de redes de água e esgoto e implantou 92% da rede de saneamento de Altamira, conectando 19 mil imóveis.
- Na Educação, a empresa reforçou a estrutura da área nos cinco municípios vizinhos ao empreendimento com 78 obras, que representam cerca de 492 salas de aula construídas e/ou reformadas, beneficiando diretamente 23,2 mil alunos. Também foram construídos espaços pedagógicos, como as salas de informática e salas de leitura.
- Na Segurança, a Norte Energia construiu o Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu, reformou unidades policial e doou 80 veículos e um helicóptero para a Secretaria de Segurança Pública de Altamira.
E você, o que acha? A construção de mega usinas hidrelétricas é o caminho certo para o desenvolvimento do Brasil, mesmo com os impactos ambientais e sociais? Comente abaixo!