Com uma estética única e durabilidade de até 80 anos, a madeira que não pega fogo, tratada com a técnica milenar Yakisugi, vira tendência na arquitetura moderna do Brasil.
Pode parecer um paradoxo, mas a solução para criar uma madeira que não pega fogo é, literalmente, queimá-la. Essa é a premissa da Shou Sugi Ban (ou Yakisugi), uma técnica tradicional japonesa que está conquistando arquitetos e engenheiros no Brasil por sua beleza, sustentabilidade e, principalmente, por sua incrível resistência.
O que antes era um segredo de construções seculares no Japão, hoje se tornou uma alternativa sofisticada e ecológica ao concreto e ao aço em obras de alto padrão. A técnica não apenas protege a madeira contra chamas, mas também contra pragas e umidade, oferecendo uma durabilidade que pode chegar a 80 anos com baixa manutenção, tornando a madeira que não pega fogo uma escolha inteligente para o clima brasileiro.
O que é a técnica Shou Sugi Ban?
Originada no século XVIII no Japão, a Shou Sugi Ban é um método de preservação que consiste em carbonizar a superfície da madeira de forma controlada. O processo é artesanal e envolve quatro etapas principais:
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- Queima: A superfície da madeira é queimada com um maçarico ou em uma fogueira até formar uma camada de carbono.
- Resfriamento: A queima é interrompida com água.
- Limpeza: A camada de fuligem solta é escovada para revelar a textura única da madeira carbonizada.
- Selagem: Um óleo natural é aplicado para selar e proteger a superfície, realçando sua cor e textura.
O resultado é uma peça de madeira com uma aparência única, em tons de preto e cinza profundo, muitas vezes com uma textura que lembra a pele de um crocodilo.
Benefícios que vão além da estética
A popularidade da madeira que não pega fogo não se deve apenas ao seu visual impressionante. Os benefícios práticos são o que realmente a destacam:
- Resistência ao fogo: A camada carbonizada funciona como um isolante, retardando a propagação de chamas e dificultando a combustão da madeira.
- Durabilidade extrema: O tratamento protege a madeira contra a deterioração causada pelo sol e pela chuva, garantindo uma vida útil de até 80 anos.
- Proteção natural contra pragas: A superfície queimada e selada repele insetos, como cupins, e fungos que causam o apodrecimento.
- Sustentabilidade: É um processo 100% ecológico, que dispensa o uso de vernizes, tintas e outros produtos químicos tóxicos.
A madeira que não pega fogo no Brasil
A técnica tem sido cada vez mais adotada em projetos arquitetônicos de alto padrão no Brasil, especialmente em regiões de clima úmido. Um dos exemplos mais notáveis é a Residência NB, um projeto de 760 m² em Angra dos Reis (RJ), concluído em 2019 pelo renomado escritório Jacobsen Arquitetura. A obra, destaque em portais como o ArchDaily, utiliza a madeira carbonizada em suas fachadas, criando um diálogo perfeito entre a construção e a natureza ao redor.
Empresas especializadas, como a Degmeda, já fornecem a madeira tratada com Shou Sugi Ban no Brasil, relatando uma demanda crescente em São Paulo e no Rio de Janeiro para uso em fachadas, decks e até em detalhes de interiores.
Uma escolha sustentável para o futuro
Além de sua durabilidade, a escolha pela madeira que não pega fogo é um ato de sustentabilidade. O processo não gera resíduos tóxicos e, ao utilizar madeira de florestas manejadas de forma responsável (com selos como o FSC®), contribui para o armazenamento de CO₂. Empresas europeias, como a Zwarthout, chegam a plantar três novas árvores para cada uma utilizada no processo.
A fusão de uma técnica milenar com a arquitetura contemporânea mostra que é possível construir de forma bela, durável e em harmonia com o meio ambiente.
E você, já conhecia a técnica da madeira que não pega fogo? Usaria em um projeto na sua casa? Deixe sua opinião nos comentários!