Curitiba esconde túneis e bunkers centenários repletos de segredos e histórias reais que desafiam o tempo e a imaginação dos curiosos.
Curitiba guarda um passado subterrâneo repleto de mistérios e construções centenárias que poucos conhecem.
Túneis, bunkers e passagens secretas escondidos sob igrejas, prédios históricos e até delegacias revelam um lado inusitado da capital paranaense.
De acordo com pesquisadores e registros históricos, algumas dessas estruturas datam do século XVIII e passaram a ganhar destaque durante as guerras mundiais, quando foram construídas ou adaptadas para proteger autoridades, o exército e bens estratégicos.
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Esses locais misteriosos ajudam a compor o imaginário popular, alimentando lendas e teorias que atravessam gerações.
Um dos primeiros relatos sobre a busca por túneis subterrâneos surgiu a partir do interesse em encontrar um tesouro pirata supostamente escondido no Bosque Gutierrez, no bairro Vista Alegre.
Segundo o pesquisador Marcos Juliano Ofenbock, a história tem ligação com o “Pirata Zumiro”, que teria deixado pistas datadas de 1880 na Ilha da Trindade e, possivelmente, morado no bairro Mercês.
Durante as investigações, foram descobertas passagens que remontam às missões jesuítas do século XVIII.
Os jesuítas aproveitaram o relevo natural e a proximidade de fontes de água para construir caixas-fortes subterrâneas, que até hoje intrigam historiadores e curiosos.
Túneis no Clube Curitibano
Um local emblemático é a sede Concórdia do Clube Curitibano, fundada em 1887 e situada em um prédio histórico construído por imigrantes alemães.
No subsolo do clube, existe um túnel com cerca de 10 metros de extensão, revestido por rocha e tijolos, acessível por uma escadaria em um dos salões.
Embora a função original do túnel não seja totalmente conhecida, especialistas levantam hipóteses sobre sua ligação com um antigo sistema de passagens subterrâneas que interligava o Centro Histórico de Curitiba.
Documentos indicam que essa passagem pode ter se conectado a uma residência nos fundos da Rua Duque de Caxias, e há também a possibilidade de ter servido como armazém para conservar mantimentos.
Próximo a essa estrutura, uma adega subterrânea foi construída posteriormente, visível do salão do restaurante do clube por meio de um painel de vidro no chão.
Passagem secreta na Delegacia de Explosivos
No centro da cidade, a Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam), localizada no bairro São Francisco, também abriga uma passagem subterrânea com história ligada à Ditadura Militar.
O prédio funcionou como sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), onde até hoje permanecem três celas preservadas usadas para detenção.
A passagem, que teria ligação com o Museu Paranaense do outro lado da rua, possui paredes espessas de alvenaria, semelhantes a um bunker, reforçando a ideia de isolamento e segurança.
Atualmente, o acesso ao túnel está bloqueado por uma parede, e o espaço é usado como depósito de armas pela Polícia Civil do Paraná, com sistema de segurança reforçado.
O bunker do Colégio Estadual do Paraná
No Colégio Estadual do Paraná (CEP), estudantes se encantam com um espaço subterrâneo conhecido como “bunker”, que atualmente funciona como sala de artes e depósito.
Construído em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o local foi projetado com paredes espessas de concreto, possivelmente para funcionar como abrigo antiaéreo.
Há quem acredite que o bunker esteja conectado a outros pontos do Centro Histórico por túneis, mas não há evidências concretas que confirmem essa teoria.
Salas sem janelas e com teto baixo localizadas abaixo do auditório do colégio abrigam as coxias do grupo de teatro, e até um sistema mecânico para o piano, que foi desativado nas reformas recentes.
O subsolo do Hospital Santa Casa
No coração de Curitiba, o Hospital Santa Casa, datado do século XIX, possui um porão que seguiu os padrões das construções da época para armazenamento.
Embora não existam provas de ligações subterrâneas entre o hospital e outras edificações próximas, como antigos quartéis militares, algumas teorias sugerem que túneis possam existir, ainda que permaneçam como mistério.
Essas estruturas subterrâneas formam uma rede invisível que enriquece a história da cidade e desafia a imaginação dos curitibanos e visitantes.
Além do aspecto histórico, a existência desses túneis levanta questões sobre a arquitetura e a estratégia urbana em épocas marcadas por conflitos e ameaças.
O uso desses espaços para proteção, armazenamento e transporte sigiloso reflete a importância da cidade na região ao longo dos séculos.
Com as recentes pesquisas e iniciativas para preservar esses locais, o público tem cada vez mais acesso a relatos que revelam um Curitiba que vai além das ruas e avenidas conhecidas.
Curioso e cheio de histórias dignas de cinema, o subsolo da capital paranaense segue intrigando historiadores e despertando a curiosidade de quem deseja desvendar seus segredos.
E você, já imaginou o que poderia estar escondido sob os pés enquanto caminha pelas ruas de Curitiba? Quais outras histórias subterrâneas essa cidade ainda guarda para surpreender seus moradores e visitantes?