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O plano oficial muda o rumo: a “moeda digital do Banco Central” vai começar em 2026, mas não será para o público geral

Publicado em 09/09/2025 às 23:16
Projeto Drex será lançado em versão de atacado, voltada a bancos e com prioridade em registro de garantias; uso no varejo fica adiado
Projeto Drex será lançado em versão de atacado, voltada a bancos e com prioridade em registro de garantias; uso no varejo fica adiado
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Moeda digital do Banco Central começa em 2026: projeto troca blockchain por sistema de garantias, mira bancos primeiro e adia uso no varejo, dizem responsáveis.

A moeda digital do Banco Central já tem data de estreia: 2026. Mas, ao contrário da expectativa criada desde 2020, o Drex não será inicialmente uma moeda disponível para o público em geral. Segundo o empresário e escritor Thiago Nigro, o projeto passará por uma guinada: a fase inicial será voltada a bastidores do sistema bancário, priorizando a reconciliação de garantias em operações de crédito, e não uma “carteira digital” no celular do cidadão.

Essa decisão marca um reposicionamento importante. Em vez de estrear como “dinheiro programável” no varejo, o Drex funcionará como infraestrutura para bancos e grandes instituições, com o objetivo de reduzir fraudes e inadimplência.

O consumidor final, por ora, não sentirá mudanças diretas.

O que é a moeda digital do Banco Central

O Drex é a versão brasileira de uma moeda digital de banco central (CBDC).

Esse tipo de moeda existe em dois modelos principais: o direto, em que cada pessoa teria conta na autoridade monetária, e o intermediado, no qual bancos e fintechs continuam atendendo o público, mas os registros são mantidos pelo Banco Central.

O Brasil escolheu o segundo caminho.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já afirmou que o Drex não será voltado ao varejo.

O coordenador do piloto, Fábio Araújo, explicou que a prioridade para 2026 será abandonar blockchain e tokenização e focar em um sistema de registro centralizado de gravames, permitindo que diferentes instituições consultem, em tempo real, se um bem já está comprometido como garantia em outra operação.

Por que a mudança de rumo

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Desde 2020, quando ainda era chamado de “real digital”, o projeto acumulou idas e vindas. A ideia inicial previa explorar recursos de blockchain e tokenização para criar “dinheiro programável”.

Agora, porém, o Banco Central entende que o mais urgente é resolver problemas do sistema financeiro tradicional, como a falta de transparência no uso de garantias.

Essa alteração traz benefícios técnicos: bancos poderão verificar de forma instantânea se um imóvel ou veículo já foi dado em garantia em outro contrato.

Isso reduz fraudes, aumenta a segurança jurídica e pode melhorar a eficiência no crédito. O cidadão comum, contudo, não terá acesso direto ao Drex nessa fase.

Comparação internacional

O Brasil não é o único a explorar moedas digitais oficiais. A China lançou o yuan digital em 2020; a Nigéria criou a eNaira em 2021; e as Bahamas implementaram o Sand Dollar.

Em muitos casos, a adoção foi baixa, e especialistas alertaram para preocupações de privacidade e controle estatal.

Nos Estados Unidos, o debate sobre um “dólar digital” gerou resistência política.

Críticos afirmam que uma CBDC pode ameaçar a liberdade individual e dar ao governo poder excessivo sobre o uso do dinheiro. No Brasil, por enquanto, esse risco não se aplica, já que o modelo é de atacado e não de varejo.

O Drex não substitui o Pix

Uma dúvida recorrente é se o Drex substituirá o Pix. A resposta é não. O Pix continuará sendo o meio de pagamento instantâneo para pessoas físicas, enquanto o Drex, em 2026, funcionará como uma camada de infraestrutura para o sistema financeiro.

São propostas complementares, não concorrentes.

O uso no varejo com recursos como dinheiro programável, validade de saldo ou regras específicas de gasto foi adiado e não faz parte da primeira fase do projeto.

A estreia da moeda digital do Banco Central em 2026 será restrita a bastidores bancários, com foco em registros de garantias.

O consumidor comum não terá uma nova carteira digital no celular, mas pode se beneficiar indiretamente de um sistema de crédito mais seguro.

O debate sobre privacidade e liberdade, porém, continua relevante caso o projeto avance para o varejo no futuro.

E você, acha que a moeda digital do Banco Central deveria já começar disponível para o público geral ou o foco em bancos é o caminho certo?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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