Com forte valorização nos últimos anos, o preço das terras agrícolas no Brasil atinge níveis recordes em algumas regiões e surpreende com valores simbólicos em áreas remotas; estudo mostra onde estão os extremos
O hectare mais barato do Brasil pode ser comprado por menos de R$ 2 mil em áreas remotas e pouco produtivas, enquanto em estados como Paraná e São Paulo o preço ultrapassa R$ 60 mil, segundo levantamento de 2023 da S&P Global Commodity Insights. A disparidade se explica pela qualidade do solo, acesso à infraestrutura e demanda agrícola.
Nos últimos três anos, o mercado de terras no Brasil passou por uma grande transformação. O preço médio do hectare agrícola dobrou, encerrando 2023 com um valor nominal recorde de R$ 55.020, de acordo com estudo da S&P Global Commodity Insights. A valorização ocorreu na esteira do boom das commodities iniciado em 2020, mas já mostra sinais de desaceleração em 2024.
Neste artigo, será explorado onde estão localizadas essas regiões e quanto custa o hectare mais barato e o mais caro do Brasil. O cenário reflete uma combinação de fatores como produtividade do solo, demanda de investidores, infraestrutura logística e renda disponível dos produtores rurais.
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As terras de reflorestamento foram as que mais valorizaram no período, com alta de 118,3%, seguidas pelas agrícolas (91,5%) e pastagens (70,9%). Mesmo com a valorização histórica, o relatório indica que 2023 foi o primeiro ano de ajuste, com queda nominal de 0,5% nas terras agrícolas e retração real de 3,2%.
Paraná lidera o ranking das terras mais caras do país
O estado do Paraná registrou os maiores preços médios de terra para agricultura no Brasil, com valores acima de R$ 56 mil por hectare. A combinação de solo fértil, clima favorável e estrutura logística consolidada torna a região altamente valorizada no setor rural.
Outros estados que figuram entre os mais caros incluem São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, essas regiões apresentam pouca disponibilidade de novas terras e produção agrícola consolidada, o que mantém os preços em alta.
Apesar disso, o mercado mostrou sinais de lentidão. “Foi reportado um mercado enfraquecido, com pouco ou nenhum negócio realizado”, destacou o relatório da S&P Global. A queda nas commodities e o aumento de custos de produção limitaram a rentabilidade dos agricultores e a capacidade de aquisição de novas áreas.
Menor preço está em áreas distantes e pouco produtivas
No outro extremo, há locais onde o hectare custa menos de R$ 2 mil. Essas terras geralmente estão situadas em áreas distantes, com baixa produtividade agrícola, ausência de infraestrutura e acesso limitado, o que reduz seu potencial de valorização e uso imediato.
Apesar do valor atrativo, especialistas alertam que nem sempre o preço baixo compensa a falta de viabilidade produtiva. Nessas regiões, o investimento exige planejamento estratégico e análise técnica sobre solo, clima e acesso logístico.
De acordo com a Scot Consultoria, a média nacional do hectare em 2023 ficou em R$ 30,85 mil para agricultura e R$ 17,39 mil para pastagens. No entanto, a previsão para 2024 apontava para estabilização ou até queda, especialmente no mercado de arrendamentos.
Terras agrícolas ficaram até 115% mais caras entre 2019 e 2024
Segundo levantamento da Scot Consultoria, publicado pelo portal UOL em janeiro de 2025, o preço médio do hectare agrícola no Brasil mais do que dobrou em seis anos. Em 2019, o hectare custava em média R$ 14.818,10. Em 2024, esse valor chegou a R$ 31.609,87 — uma alta de 113% no período.
A valorização também foi expressiva em áreas de pastagem, onde os preços saltaram 116%, passando de R$ 8.300,00 para cerca de R$ 17.900,00 por hectare. O levantamento foi realizado em 17 estados considerados estratégicos para o agronegócio brasileiro, todos apresentando aumento no valor da terra.
As regiões com maior valorização incluem o Paraná e São Paulo, influenciadas por fatores como boa infraestrutura rodoviária, vocação agrícola e proximidade com agroindústrias. Esses elementos aumentam a atratividade e o custo dos terrenos para plantio e criação de animais.
Os aumentos mais expressivos ocorreram entre 2019 e 2021, período em que a pandemia de covid-19 impulsionou os preços internacionais das commodities, como soja, milho e boi gordo. O movimento global de valorização das commodities teve reflexo direto no preço das terras, já que produtores passaram a investir mais em expansão de área.
O que você priorizaria na hora de comprar um pedaço de terra: preço, localização ou potencial produtivo?
O cara que escreve é militar (nada contra, mas isso por si só não é currículo para falar de terra). Experiente em gestão administrativa (experiência não é estudo, o que confina o conhecimento a apenas a área em que atuou, que não tem nada a ver com agricultura, mas indústria, que tipo de indústria?), não tem conhecimento sobre valor de terra, e não passa a informação completa (será que sabe a informação completa?) onde é a terra mais barata do Brasil? No ES Têm terra mais cara que a de São Paulo…
Quem lê essa matéria, fica imaginando que só existe Agricultura no Sul do Brasil. Esses Editores nunca foram conhecer as terras e a produtividade de Goiás, MS, MT, o MaToPiBa, sul do Pará e o Tocantins…
No Sul de Minas o preço do hectare em algumas cidades passa de R$100 mil. Se fosse R$60 mil eu tinha comprado 2 anos atrás. Só que não achei nada. Matéria muito mal feita já que não fez uma pesquisa real.