Principado europeu, encravado na Riviera Francesa, enfrenta escassez de espaço para novos moradores ricos apesar de atrativos fiscais, segurança e imóveis acima de 50 mil euros por metro quadrado
O Principado de Mônaco, com apenas 2 km² de extensão, enfrenta um impasse inédito: já não há espaço suficiente para abrigar os milionários que desejam viver no microestado. Localizado na Riviera Francesa, o país é conhecido por oferecer imposto de renda zero, segurança rígida e alguns dos imóveis mais caros do planeta, fatores que atraíram milhares de ultrarricos ao longo das últimas décadas.
Com cerca de 40 mil habitantes — sendo mais de um terço milionários — o território se tornou um dos locais mais exclusivos do mundo. Mas a combinação entre alta demanda e território reduzido criou uma crise habitacional única, em que até os bilionários encontram dificuldades para adquirir uma residência.
Por que os super-ricos escolhem Mônaco
A ausência de imposto de renda é o principal atrativo. Diferentemente de países como França, Alemanha ou Estados Unidos, o rendimento dos residentes permanece livre de taxação, o que faz do principado um paraíso fiscal. Além disso, Mônaco oferece estabilidade política e econômica, elementos valorizados por quem busca previsibilidade financeira.
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Outro fator decisivo é a segurança. A taxa de criminalidade é quase nula, e o país possui um sistema de vigilância ostensivo, com câmeras espalhadas por toda parte. Isso garante um ambiente de tranquilidade incomum até mesmo em comparação com outras cidades de alto padrão.
O metro quadrado mais caro do planeta
De acordo com dados citados pela BBC News Brasil, o preço médio do metro quadrado em Mônaco ultrapassa os 50 mil euros, superando cidades como Hong Kong, Londres e Nova York. Um apartamento de 100 m², por exemplo, pode custar acima de 5 milhões de euros.
Projetos de luxo como a Torre Odéon chegaram a lançar coberturas avaliadas em mais de 300 milhões de euros, com piscina privativa e vista panorâmica para o Mediterrâneo. Mesmo com valores tão altos, há lista de espera para adquirir unidades.
A escassez de espaço e as soluções marítimas
Com território limitado entre o mar e as encostas, Mônaco busca soluções de expansão. O bairro de Fontvieille, construído sobre áreas aterradas, foi um dos primeiros exemplos de crescimento artificial. Atualmente, o projeto Mareterra amplia esse conceito ao erguer um novo distrito inteiramente sobre o mar.
Ainda assim, especialistas apontam que a demanda supera a oferta. A exclusividade faz com que ser aceito como morador de Mônaco seja comparado a passar em uma universidade de elite como Harvard, tamanha a seletividade.
Regras rígidas para novos moradores
Não basta ter dinheiro para residir no principado. O governo exige comprovação de renda, ficha criminal limpa e, em alguns casos, avaliação de reputação. A cidadania, por sua vez, não é concedida automaticamente — mesmo após décadas vivendo no país, estrangeiros não se tornam monegascos.
Esses critérios reforçam a ideia de um espaço altamente restrito, onde convivem magnatas, atletas e celebridades internacionais em um ambiente discreto e controlado.
Um modelo exclusivo em xeque
A exclusividade de Mônaco é seu maior atrativo, mas também seu maior desafio. Com imóveis em escassez, preços recordes e regras seletivas, manter o modelo de refúgio dos ultrarricos dependerá da capacidade do país de expandir seu território sem comprometer a sustentabilidade urbana.
A informação foi divulgada pela BBC News Brasil, que destacou como a combinação de incentivos fiscais e escassez de espaço transformou o principado em um dos locais mais cobiçados e, ao mesmo tempo, inacessíveis do planeta.