A China domina técnica que corta montanhas ao meio para abrir estradas, reduzindo distâncias e integrando áreas antes separadas por terrenos difíceis
Há décadas, túneis reduzem distâncias e evitam longos desvios por montanhas e terrenos rochosos. No entanto, a China tem mostrado que existe outro caminho para vencer essas barreiras. O país domina uma técnica que parece saída de um filme: cortar montanhas ao meio para abrir novas estradas.
O processo exige explosivos, escavadeiras gigantes e planejamento detalhado. Com isso, formações rochosas com centenas de metros de altura são divididas, criando passagens limpas e diretas.
O mais importante é que essa abordagem encurta viagens e conecta regiões antes isoladas.
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Como funciona
O primeiro passo é um estudo geológico minucioso. Engenheiros analisam a composição da montanha e planejam cortes que não comprometam a estabilidade.
Em seguida, explosivos controlados criam fraturas iniciais. Máquinas pesadas entram em ação, escavando dezenas de metros por dia.
As paredes resultantes recebem reforços para evitar deslizamentos. Redes metálicas, concreto projetado e sistemas de drenagem garantem a segurança. No fim, surgem paredes verticais de até 200 metros, com aparência de corte preciso.
Essa técnica é comum em províncias como Guizhou, Yunnan e Sichuan. Nessas áreas, o relevo cárstico e formações complexas tornam inviável a construção de túneis tradicionais.
Projetos de destaque
Entre as obras mais conhecidas está a rodovia Guiyang-Qianxi, que encurtou trajetos de horas para minutos.
Outro exemplo é a passagem de montanha de Taihang. Na ferrovia de alta velocidade entre Pequim e Guangzhou, vários trechos atravessam montanhas literalmente partidas ao meio.
Esses cortes facilitaram a movimentação de cargas e passageiros, mostrando o impacto econômico direto.
Por que não usar túneis?
A escolha depende de fatores técnicos e econômicos. Terrenos com alta concentração de água subterrânea ou rochas instáveis encarecem e dificultam a perfuração. Nesses casos, cortar é mais seguro e barato.
Outro ponto é a manutenção. Passagens abertas não precisam de sistemas de ventilação, iluminação ou monitoramento constante, como ocorre nos túneis.
Para montanhas de baixa altitude, o corte ainda favorece veículos pesados, essenciais no transporte rodoviário.
Além da China
Outros países também aplicam técnicas semelhantes. A Noruega, por exemplo, corta montanhas em seus fiordes quando a perfuração não compensa, embora invista em túneis grandiosos como o Rogfast.
Nos Estados Unidos, a passagem Cumberland Gap, nos Apalaches, foi criada com cortes, mas em menor escala.
Ainda assim, nenhum país iguala a China na dimensão e frequência desses projetos. A prática se tornou uma marca da engenharia local.
Impactos ambientais
Apesar dos benefícios, há críticas. O corte de montanhas pode destruir ecossistemas, alterar cursos de água e fragmentar habitats. A obra gera poeira, ruído e milhões de toneladas de resíduos.
Por isso, a técnica não é dominante. Túneis continuam sendo a escolha mais comum, usados sempre que o corte não se mostra a melhor solução.
Com informações de Xataka.