Uma análise dos problemas crônicos do motor VW EA111 1.0 VHT que equipou Gol, Fox e Voyage. Entenda as causas das falhas de lubrificação, o ruído excessivo e o impacto para os consumidores.
O motor Volkswagen EA111 1.0 VHT (Volkswagen High Torque) surgiu no mercado brasileiro como uma promessa de evolução para os carros populares da marca. Ele equipou modelos de grande volume como Gol (a partir da G5), Fox e Voyage, e deveria oferecer economia e agilidade.
No entanto, o que parecia uma boa atualização logo se tornou uma dor de cabeça. O motor VW EA111 1.0 VHT ficou marcado por problemas crônicos de lubrificação e um ruído excessivo característico. Este artigo analisa as causas dessas falhas, a resposta da fabricante e o impacto duradouro dessa saga no Brasil.
A promessa do “High Torque”: o que o motor VW EA111 1.0 VHT oferecia aos populares da VW?
A designação “VHT” significava Volkswagen High Torque. A promessa era de um motor com alto torque em baixas rotações, ideal para o trânsito urbano e com potencial para otimizar o consumo. Para isso, o motor EA111 VHT recebeu modificações como novo coletor de admissão, comandos de válvulas, pistões e anéis, e nova ECU.
-
O segredo das ‘estradas submersas’ do Ceará não é a maré
-
Lucro de 17.000.000%: investidores que seguraram bitcoins desde 2011 realizam maior ganho da história
-
Quanta água potável realmente temos? O dado que revela como a maior riqueza da Terra é, na verdade, escassa
-
Trump ordenou hoje o envio de dois submarinos nucleares após ex-presidente da Rússia falar em ‘apocalipse’
O motor 1.0 VHT flex entregava 72 cv com gasolina e 76 cv com etanol. O público-alvo eram compradores de carros compactos populares, para quem custo de manutenção e economia de combustível são decisivos. A expectativa era de um motor moderno e eficiente, mantendo a reputação de robustez da Volkswagen.
Problemas em série
Pouco após o lançamento, começaram os relatos de problemas com o motor VW EA111 1.0 VHT. O principal deles estava no sistema de lubrificação.
Consumo excessivo de óleo: Proprietários notavam a necessidade de reposições frequentes de óleo, muito acima do normal.
Formação de “borra”: A degradação do óleo formava uma borra espessa que obstruía galerias e componentes vitais, comprometendo a lubrificação.
Ruído “tec-tec-tec”: Um som metálico característico, especialmente em marcha lenta, indicava desgaste interno por lubrificação inadequada, afetando tuchos hidráulicos e outras peças.
Desgaste prematuro: A falta de lubrificação eficaz levava ao desgaste acelerado de bronzinas, comandos de válvulas, pistões e anéis, podendo culminar no travamento do motor.
As causas da falha: por que o motor VW EA111 1.0 VHT apresentou tantos problemas no Brasil?
A crise de lubrificação do motor VW EA111 1.0 VHT teve múltiplas causas interligadas:
Mudança na especificação do óleo: Em abril de 2008, a Volkswagen alterou a especificação do óleo lubrificante usado no primeiro enchimento dos motores VHT. Essa nova especificação provou ser o principal gatilho para os problemas.
Interação com o etanol: O novo óleo reagia adversamente com o etanol, combustível amplamente utilizado no Brasil. Isso levava à perda das propriedades lubrificantes do óleo, especialmente em carros abastecidos predominantemente com álcool.
Projeto interno do motor: Análises técnicas apontaram que folgas excessivas em bronzinas e comandos, além de possíveis problemas em válvulas reguladoras de pressão do óleo, poderiam contribuir para a sensibilidade do sistema.
Manutenção incorreta (fator contribuinte): Embora a falha primária fosse da especificação do óleo, o uso de lubrificantes com viscosidade errada (diferente do 5W40 VW 502.00 recomendado) ou o descumprimento dos intervalos de troca podiam agravar o problema.
Opinião dos especialistas: a resposta da Volkswagen e as lições do caso do VW EA111 1.0 VHT
Especialistas como o engenheiro Carlos Meccia questionaram por que os problemas do motor VW EA111 1.0 VHT não foram detectados durante os testes de desenvolvimento. A resposta da Volkswagen aos problemas foi inicialmente cautelosa. Em 2009, a empresa admitiu falhas, mas citou casos de mau uso ou combustível de má qualidade.
Em outubro de 2009, a Volkswagen reconheceu oficialmente a deficiência de lubrificação. A causa apontada foi a perda das propriedades do novo óleo de primeiro enchimento devido à ação do etanol. As medidas corretivas incluíram:
Retorno à especificação anterior do óleo lubrificante (SAE 5W40 VW 502.00 para motores VHT/TEC pré-2013).
Extensão da garantia dos motores de três para quatro anos, condicionada às revisões em concessionárias.
A Volkswagen não realizou um recall completo para o defeito de lubrificação, argumentando que o ruído “tec-tec-tec” serviria de “aviso” ao motorista. Essa decisão foi controversa. Posteriormente, atualizações mecânicas foram introduzidas na linha de motores EA111 1.0, que passaram a ser chamados “TEC” (Tecnologia para Economia de Combustível) a partir da linha 2012, o que reduziu consideravelmente as falhas.
Especialistas recomendam: para proprietários, adesão estrita ao óleo correto e trocas regulares. Para compradores de usados, extrema cautela com modelos VHT de 2008-2011/12 e uma inspeção mecânica minuciosa.
É, o melhor de todos é o AP(Alta Perfomance). Usa vários óleos diferentes do especificado, pega esquente, passa mil ou mais da hora da troca de óleo, e segue bom demais…..
Tenho um Fox G2 2011 com o EA111 VHT, comprei ele zero km, nunca mudei a especificação do lubrificante do motor e sigo sempre com rigor as trocas, sempre óleo e filtro de óleo junto.
Meu carro está atualmente com 270k rodados, zero problemas e só alegria, carrinho gostoso de andar e na estrada muito econômico.
Minha esposa que usa ele, temos outros carros para trabalho e passeio, mas o piqueteiro para cidade,ir ao trabalho e colégio do filho é ele !
Ótimo carro, teria outro com essa mecânica tranquilamente.
Eu tenho um Fox 2016 ele é o 3 cilindros e já rodei 298mil km e está legal o motor; eu também tive um Fox 2010 1.0 esse EA111 e foi horrível o carro tinha vários problemas crônicos com menos de 100mil km!