Motor Chevrolet desafia eletrificação com potência extrema e preço equivalente a carros de luxo no Brasil. Propulsor inédito rivaliza com Dodge e Ford em desempenho e atrai entusiastas de alta performance.
O lançamento do motor Chevrolet ZZ632 evidencia um movimento de resistência no universo automotivo global, mesmo diante da crescente eletrificação dos veículos.
A fabricante norte-americana apresenta o propulsor como sua maior e mais potente crate engine — motores comercializados em caixas lacradas, entregues ao consumidor final por transportadora, sem aplicação direta em modelos de linha.
O nome ZZ632 remete ao deslocamento volumétrico do motor, expresso em polegadas cúbicas, que corresponde a impressionantes 10,4 litros.
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Essa configuração resulta em 1.004 cavalos de potência e torque máximo de 118,5 kgfm, números obtidos a 7.000 rotações por minuto, graças ao conjunto de cabeçotes de alta vazão e componentes internos forjados, incluindo comando hidráulico tipo roller.
O projeto atende principalmente ao público de preparadores e entusiastas de alta performance, que buscam soluções de motorização para projetos especiais, como muscle cars, carros de arrancada e veículos clássicos personalizados.
Preço do motor Chevrolet ZZ632 e pacote de entrega
O preço do motor Chevrolet ZZ632 nos Estados Unidos, em julho de 2025, parte de US$ 38 mil — valor reduzido em relação ao preço inicial de US$ 49 mil praticado durante o lançamento.
Considerando a cotação atual do dólar, o preço equivale a cerca de R$ 205 mil, valor similar ao de modelos premium vendidos no Brasil, como sedãs e SUVs de alto padrão.
No pacote de entrega do ZZ632, estão inclusos sistema de ignição com sensor no virabrequim, bobinas, bomba d’água, damper e tampas de válvula na cor laranja característica da divisão GM Performance, além de outros componentes essenciais para a montagem do propulsor.
Motores Dodge e Ford rivalizam em potência e aplicação
O segmento de motores crate V8 de alta performance não se limita à Chevrolet.
A Dodge, tradicional concorrente no universo dos muscle cars, mantém o protagonismo com o Hellephant C170, um V8 de 6,2 litros equipado com supercompressor de 3,0 litros, desenvolvido para operar com combustível E85 (mistura de 85% etanol e 15% gasolina).
O Hellephant C170 alcança 1.025 cv de potência e torque de 129,5 kgfm, superando, em números absolutos, o ZZ632.
A vantagem adicional do motor Dodge está na homologação para uso em vias públicas, sendo o coração do Dodge Challenger SRT Demon 170, que acelera de 0 a 100 km/h em apenas 1,66 segundos e completa o quarto de milha em 8,91 segundos.
O valor sugerido para aquisição do Hellephant C170 em julho de 2025 é de US$ 28 mil, tornando-se uma opção competitiva para quem busca máxima performance.
A Ford também integra a disputa com a atualização do motor Megazilla, apresentado como Megazilla 2.0.
Com base no Godzilla — V8 de 7,3 litros utilizado em caminhões pesados da marca —, a nova versão sobrealimentada promete, segundo a fabricante, “mais de 1.000 cv” e será destinada prioritariamente ao uso em competições, sem homologação para veículos de rua no momento.
O preço estimado do Ford Megazilla 2.0 gira em torno de US$ 33 mil nos Estados Unidos, consolidando o trio das grandes fabricantes norte-americanas no segmento de crate engines V8 acima de mil cavalos.
Por que motores V8 seguem populares entre entusiastas?
Apesar do avanço dos veículos elétricos (EVs), motores V8 de grande deslocamento seguem despertando o interesse de um público fiel.
Muitos entusiastas consideram o som e o comportamento dinâmico desses motores parte essencial da experiência automotiva.
Além disso, os números de potência e torque entregues por modelos como o ZZ632, Hellephant C170 e Megazilla 2.0 ultrapassam limites tidos como inalcançáveis há poucos anos, fomentando a cultura dos carros modificados e da alta performance nas pistas e ruas autorizadas.
Outro aspecto relevante é a facilidade de instalação desses motores em diversos projetos automotivos, graças ao conceito crate engine.
O consumidor recebe o propulsor pronto para instalação, bastando adaptar suportes e periféricos ao veículo escolhido.
Isso estimula a personalização de modelos clássicos e a criação de veículos exclusivos, mantendo vivo o legado dos muscle cars americanos.
Mercado brasileiro e restrições para crate engines importados
No Brasil, a importação desses motores encontra barreiras legais e tributárias.
A legislação de trânsito, por meio do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), restringe a instalação de motores que não correspondam ao padrão original do veículo, exigindo processos burocráticos para regularização.
Além disso, o custo final, somados impostos e taxas, pode ultrapassar os valores sugeridos no exterior, tornando a aquisição restrita a um público seleto.
Mesmo diante desses obstáculos, existe demanda por soluções de alta performance no país.
Oficinas especializadas, eventos de arrancada e feiras automotivas demonstram o interesse crescente por motores de alto desempenho.
O Chevrolet ZZ632, com seus 1.004 cv e 10,4 litros, representa não apenas um feito de engenharia, mas também uma declaração de resistência à eletrificação total do setor, ao menos por parte de uma parcela apaixonada da comunidade automobilística.
O motor em V é o rei e sempre será majestade.