Da fama precoce ao trabalho autoral, o menino superdotado que encantou a mídia se tornou um desenvolvedor independente, mais alinhado ao ecossistema open source do que às certificações corporativas.
O menino superdotado que ganhou o apelido de “Mozart dos Computadores” no fim dos anos 2000 não desapareceu quando os holofotes minguaram. Marko Calasan, de Skopje, fez o caminho menos óbvio: saiu do pedestal das certificações recordistas e, depois de enfrentar perdas pessoais, reconstruiu sua carreira como desenvolvedor freelancer com contribuições públicas de código e produção técnica didática.
A trajetória real de Calasan, contada em diferentes fases, ajuda a entender como o talento precoce amadurece quando a pressa da infância dá lugar a escolhas mais sólidas e como a indústria de tecnologia também mudou, do domínio de suites proprietárias ao protagonismo do software livre.
De Skopje ao rótulo de “Mozart dos Computadores”

A base do fenômeno surgiu cedo: leitura e escrita aos dois anos e familiaridade incomum com computadores na primeira infância.
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Em casa, o ambiente era todo de tecnologia, com pais engenheiros de sistemas e contato diária com máquinas e redes combinação que acelerou a curva de aprendizado.
Aos nove, o menino superdotado já discutia Active Directory com adultos e apresentava soluções diante de profissionais.
A imprensa internacional amplificou o espanto: o rótulo “Mozart dos Computadores” colou, e com ele vieram expectativas.
Ainda criança, Marko alternava estudos, provas e demonstrações públicas, sem perder a clareza ao explicar por que escolhia determinadas plataformas.
Certificações e a escalada técnica na infância

A sequência de credenciais impressiona: MCSA aos 8, MCSE aos 9 e uma dúzia de certificados Microsoft até os 10, além do CCENT da Cisco.
Não era apenas quantidade havia amplitude e profundidade: do suporte ao usuário às arquiteturas de rede e servidores.
Esse domínio virou prática. Administrou remotamente redes para uma organização de apoio a pessoas com deficiência, deu aulas de informática para crianças, e ainda escreveu um livro de 312 páginas sobre Windows 7 um raro exemplo de comunicação técnica madura para a idade.
Apoio estatal, vitrine global e o peso do símbolo
O governo viu em Marko uma oportunidade de política pública e imagem nacional. Vieram laboratório com 15 computadores, equipamentos doados, livro distribuído em escolas e até acesso especial a infraestrutura de rede para um projeto de HDTV em banda limitada.
A vitrine cresceu e o símbolo nacional se consolidou.
Para o menino superdotado, isso significou recursos e palco; para o país, narrativa e ambição.
Ao mesmo tempo, a exposição multiplicou cobranças: era o prodígio que precisava seguir superando marcas, em um ciclo que nem sempre considera a vida fora das manchetes.
Adolescência, tragédia e reinvenção silenciosa
Com a adolescência, os holofotes diminuíram. A separação dos pais e, depois, a morte da mãe em 2016, abalaram o núcleo familiar e trouxeram dificuldades financeiras.
O jovem ícone que antes estampava reportagens passou a buscar autossuficiência, em um cenário menos glamouroso mas mais real.
Esse choque marcou uma virada: menos palco, mais ofício. Em vez de perseguir a rota corporativa que todos esperavam, Marko optou por construir portfólio, atender como freelancer e publicar conhecimento, criando uma identidade profissional própria, consistente e sustentável.
Do proprietário ao aberto: o desenvolvedor artesão
Hoje, o foco está na resolução prática de problemas, do baixo nível de sistemas ao uso de Python e SQL para análise e dados.
Publicou artigos técnicos sobre médias móveis, formatação de strings e subconjuntos de SQL (DDL, DML, DQL, DCL), sempre com didatismo e foco no “como fazer”.
No GitHub, surgem pistas do presente: um utilitário para mitigar throttling de CPU em Macs Intel, mexendo com MSRs e extensões de kernel, e um gerador que cria clientes Swift para aplicações tRPC, ligando TypeScript ao ecossistema iOS/macOS.
São soluções concretas, licenciadas abertamente, com instruções claras e avisos de responsabilidade sinais de maturidade técnica e ética.
O que a jornada ensina sobre talento, indústria e escolhas
A história de Marko não é sobre “pico e queda”; é sobre migração de paradigma. Na infância, certificações proprietárias eram o bilhete de entrada para a TI corporativa.
Na vida adulta, o código aberto, a nuvem e o portfólio público contam mais do que selos e ele se reposicionou sem negar o que aprendeu.
Também é uma lição sobre expectativas e cuidado. Prodígios não são projetos de marketing: são pessoas que precisam de rede de apoio e tempo para transformar brilho inicial em obra consistente.
O menino superdotado virou profissional autoral sem alarde, mas com produção útil e constante.
A trajetória de Marko Calasan redefine sucesso: menos recordes, mais entregas reais; menos palanque, mais repositórios. O “Mozart dos Computadores” encontrou na comunidade de código aberto o palco ideal para criar, ensinar e evoluir no ritmo dele.
E você? Ao pensar em educação para talentos precoces, o que pesa mais: colecionar certificações cedo ou construir um portfólio de projetos úteis e públicos? Conte nos comentários como você equilibraria essas duas rotas na formação de um jovem de alto potencial.


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