Com quase 600 metros de altura, o Goldin Finance 117 se tornou um símbolo de ambição paralisada e crise no setor imobiliário chinês
Em Tianjin, uma das cidades mais importantes da China, ergue-se um gigante de concreto e vidro que impressiona tanto pelo tamanho quanto pelo silêncio: o Goldin Finance 117. Esse arranha-céu, com seus 597 metros de altura e 128 andares, foi projetado para ser um ícone do luxo e da engenharia moderna, mas acabou entrando para os registros como o prédio mais alto do mundo a permanecer abandonado. De acordo com a revista Casa e Jardim e informações do Guinness World Records, a construção, iniciada em 2008, nunca foi concluída, refletindo os impactos da bolha imobiliária e da crise econômica no país.
O arranha-céu que prometia ser símbolo de poder e inovação
Idealizado como o coração do ambicioso projeto Goldin Metropolitan, o arranha-céu Goldin Finance 117 deveria abrigar escritórios corporativos de alto padrão, hotéis de luxo e áreas comerciais sofisticadas. A obra foi iniciada em 2008 com expectativa de entrega em 2014, mas enfrentou diversos obstáculos ao longo do caminho. Em 2010, a crise global desacelerou o setor de construção civil na China, impactando diretamente o ritmo das obras. Apesar de ter retomado os trabalhos em 2011, o projeto foi interrompido novamente em 2015, pouco depois de o prédio alcançar sua altura final. A estrutura foi concluída em termos de forma, mas jamais foi equipada internamente para funcionamento.
O impacto financeiro do maior arranha-céu abandonado do mundo
O projeto foi financiado unicamente pela empresa Goldin Properties Holdings, sem participação direta do governo chinês. Com investimentos milionários, o arranha-céu se transformou em um pesadelo financeiro após a queda na demanda por imóveis de alto padrão e a pressão do governo para conter os excessos do setor imobiliário. O edifício nunca recebeu inquilinos e, até hoje, permanece com os guindastes no topo, como se aguardasse um recomeço que não vem. O Guinness World Records reconheceu oficialmente o Goldin Finance 117 como o arranha-céu desocupado mais alto do planeta, consolidando sua fama mundial não pela glória, mas pelo abandono.
-
Isolado há décadas, Jalapão só agora iniciou a construção de um novo aeroporto para atender turistas e moradores
-
Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura
-
As 10 melhores cores para pintar a parede externa e ter uma fachada incrível
-
Com motor robusto e potente, a motoniveladora John Deere 670G tem a troca de marchas mais suave da indústria e cabine confortável para ser operada por horas
Medidas do governo chinês e o fim da era dos superarranha-céus
Com o crescimento desordenado de arranha-céus pelo país, o governo chinês implementou medidas rígidas para frear construções extravagantes. De acordo com reportagens da revista Casa e Jardim, atualmente estão proibidas edificações com mais de 500 metros de altura, e os prédios acima de 250 metros passam por uma análise rigorosa antes de receber aprovação. O objetivo é restaurar a identidade arquitetônica das cidades e garantir que as construções atendam a padrões realistas de segurança, funcionalidade e sustentabilidade. O caso do Goldin Finance 117 passou a ser citado como exemplo de desperdício urbano e de falhas de planejamento.
Futuro incerto para o arranha-céu fantasma de Tianjin
Apesar de seu tamanho impressionante e da localização estratégica, o Goldin Finance 117 permanece como um monólito sem propósito. Nenhuma empresa manifestou interesse firme em finalizar a obra ou adaptar o espaço para uso alternativo. A estrutura continua ocupando um lugar imponente no horizonte de Tianjin, mas sem atividade, vida ou destino claro. O prédio virou atração turística informal, chamando atenção de curiosos e entusiastas da arquitetura, mas permanece fechado ao público. O edifício pode até ser demolido no futuro se não for rentabilizado, transformando um dos maiores arranha-céus do mundo em ruína.