Nova etapa do programa AmpliAR vai transformar a malha aérea do Norte e Nordeste: leilão de 19 aeroportos promete investimentos robustos e maior conectividade
O governo federal se prepara para um novo passo na modernização da aviação regional brasileira. Ainda em junho, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) vai lançar um edital para leiloar 19 aeroportos localizados na Amazônia Legal e no Nordeste. A proposta faz parte da primeira etapa do programa AmpliAR, iniciativa que já passou pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU).
O objetivo é atrair investimentos privados da ordem de R$ 1,35 bilhão, valor que será distribuído entre os 19 aeródromos previstos, o que dá uma média de R$ 77 milhões por aeroporto. A grande novidade do modelo é que, diferentemente do previsto na consulta pública, os terminais não serão agrupados em blocos: cada um será ofertado individualmente, o que deve facilitar a atração de investidores com foco regional.
Concessões com potencial de impacto imediato
Os 19 aeroportos estratégicos estão distribuídos em 11 estados e têm grande importância para o acesso aéreo de cidades interioranas e de difícil logística. A ideia é melhorar não só a infraestrutura física dessas unidades, mas também ampliar a conectividade aérea, especialmente em áreas mais isoladas da Amazônia e do semiárido nordestino.
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A expectativa do governo é que a abertura das propostas ocorra em setembro. Depois disso, serão realizados os ajustes contratuais, com previsão de assinatura até o fim de 2025. Já os terminais que não receberem propostas nesta rodada seguirão abertos para negociação em fases futuras do AmpliAR.
Onde estão os aeroportos que irão a leilão?
Confira a lista das cidades que terão seus aeródromos incluídos nesta fase inicial:
- Aracati (CE)
- Araguaína (TO)
- Araripina (PE)
- Barcelos (AM)
- Barreirinhas (MA)
- Cacoal (RO)
- Cruz (CE)
- Garanhuns (PE)
- Guanambi (BA)
- Itacoatiara (AM)
- Itaituba (PA)
- Lençóis (BA)
- Parintins (AM)
- Paulo Afonso (BA)
- Porto Alegre do Norte (MT)
- São Raimundo Nonato (PI)
- Serra Talhada (PE)
- Tarauacá (AC)
- Vilhena (RO)
Ampliação da aviação regional é prioridade estratégica
A expansão da malha aérea regional tem sido apontada como peça-chave para reduzir desigualdades logísticas e impulsionar o turismo em áreas com grande potencial, mas com pouca acessibilidade aérea. Em entrevista recente ao Estadão, o ministro Silvio Costa Filho destacou que o AmpliAR vai colocar aeroportos “estratégicos na vitrine” para melhorar a mobilidade de populações do interior.
Além do investimento em infraestrutura, as concessões também preveem a modernização de sistemas de segurança, áreas de embarque e desembarque, pistas e serviços básicos de apoio a aeronaves. A iniciativa se soma a outros esforços do governo federal para descentralizar o tráfego aéreo, tradicionalmente concentrado em grandes centros urbanos como São Paulo, Brasília e Recife.