O principal objetivo do governo é a retomada e a intensificação das obras para preparar as rodovias para os períodos de chuvas, buscando a diminuição nos números de acidentes graves nas estradas e ainda garantindo todo o escoamento da safra agrícola.
Essa ação faz parte do Plano de 100 Dias de ações que são prioritárias do Ministério dos Transportes. No atual período, cerca de 20% de todas as rodovias federais estão concedidas para a iniciativa privada, conforme os dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Para o diretor de Planejamento e Economia da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB), Roberto Guimarães, cabe ao governo manter ainda as boas condições de uso das rodovias não concedidas.
“Buraco em rodovia sem manutenção, rodovia sem estar duplicada, aumenta o custo do transporte, aumenta o custo do pneu, do óleo diesel, gasta mais óleo. Então é muito importante investir nas rodovias não concedidas à iniciativa privada. E se não foram concedidas ainda, é porque não tem o retorno econômico para o setor privado comprar. Então é papel do Estado mantê-las’’, afirma o diretor.
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Roberto Guimarães fez um destaque dos principais benefícios dos investimentos no setor rodoviário: “O benefício é a redução de custos, do Custo Brasil, da poluição, porque quanto menos tempo o caminhão fica na estrada, ele gasta menos combustível e polui menos. O investimento em rodovias é a redução de acidentes.”
Gildemir da Silva, professor de economia de Transportes da Universidade de Brasília (UnB), explicou que todos os investimentos em rodovias poderiam aumentar a competitividade da economia nacional.
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“No momento em que diminui custos logísticos, o produto tem um valor menor no mercado. E aí ele entra em competitividade com outros produtos de valores menores em outros países. Então, investir em rodovias faz com que o custo logístico diminua, diminuindo o custo do produto final. O produto final, sendo de menor preço, fica mais competitivo no mercado internacional.”
Outra vantagem econômica é a geração de empregos e renda, como aponta Gildemir da Silva. “Existem duas vertentes. Primeiro no processo de construção e manutenção [das rodovias], que gera recursos e empregos. E no segundo momento na operação, que também gera empregos. E hoje, com a indústria 4.0, esses empregos podem ser de alta tecnologia. Como aumenta a competitividade, as indústrias nacionais, o agronegócio e a mineração alavancam certos trabalhos também, porque o volume aumenta, e aí precisam de mais gente trabalhando.”
O Ministério dos Transportes também recebeu as sugestões de ações prioritárias por meio de consulta pública. Se somar, ao todo foram cerca de 6.000 contribuições da sociedade civil, sendo a maioria nos sentidos de ampliar a competitividade da infraestrutura e das logísticas de transportes de cargas e até pessoas, melhorar toda a qualidade da infraestrutura e serviços de transportes, promover a segurança no trânsito, entre outros.