Cientistas tchecos desenvolvem processo que usa apenas água para recuperar elementos valiosos de ímãs, prometendo revolucionar a indústria e diminuir a dependência da mineração tradicional.
Um novo método criado por cientistas do IOCB Praga oferece uma alternativa sustentável para a reciclagem de terras raras. Utilizando apenas água, a técnica consegue separar metais como neodímio e disprósio de ímãs descartados. A descoberta representa uma forma mais limpa, barata e estratégica de “mineração urbana”, crucial para a produção de tecnologias modernas.
A descoberta Tcheca que pode mudar a mineração urbana de terras raras
Cientistas na República Tcheca desenvolveram uma maneira mais inteligente e limpa de reciclar terras raras. Esses elementos são críticos para a fabricação de inúmeros produtos, desde smartphones até turbinas eólicas. A técnica inovadora consegue extrair eficientemente metais de ímãs usados, evitando o uso de solventes tóxicos comuns nos processos convencionais. Com a demanda global por terras raras em constante crescimento, a necessidade de métodos de recuperação sustentáveis tornou-se uma prioridade.
Ímãs, metais e a urgência por menos resíduos tóxicos
Os métodos atuais de extração de terras raras são conhecidos por serem caros, intensivos em energia e prejudiciais ao meio ambiente. Frequentemente, esses processos deixam para trás resíduos tóxicos e até radioativos. Além disso, o domínio da China na cadeia de fornecimento desses elementos gera riscos geopolíticos para a Europa e América do Norte. Neste cenário, a “mineração urbana”, reciclagem de elementos de produtos antigos, surge como uma solução estratégica. O novo método pode ter um papel fundamental para garantir um fornecimento doméstico mais seguro desses materiais.
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Como funciona o novo processo para recuperar terras raras?
O processo desenvolvido no IOCB de Praga resolve problemas centrais na reciclagem de ímãs. “Conseguimos separar os elementos certos para a produção de novos ímãs”, explica Miloslav Polášek, líder da pesquisa. A equipe criou um novo tipo de quelante, uma molécula que se liga a íons metálicos. Essa molécula precipita especificamente o neodímio, enquanto o disprósio permanece dissolvido na água. Isso permite uma separação limpa dos elementos. O método não gera resíduos perigosos e tem um desempenho igual ou superior às abordagens tradicionais. Além disso, pode ser adaptado para outras terras raras.
Uma tecnologia patenteada e a descoberta de um novo elemento
A tecnologia já foi patenteada e chega em um momento crucial, com a indústria buscando ativamente alternativas mais limpas. Segundo Milan Prášil, diretor da empresa de transferência IOCB Tech, a nova tecnologia tem potencial para influenciar diversos setores industriais.
A pesquisa também trouxe uma revelação inesperada. Foi descoberto que o hólmio, um elemento de terras raras não associado antes a ímãs de neodímio, está sendo utilizado em motores de veículos elétricos mais novos. A equipe identificou sua presença ao analisar peças de carros elétricos europeus e chineses. Essa descoberta pode remodelar os futuros sistemas de reciclagem, que atualmente ignoram completamente este elemento.