Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do Brasil, com 32,8 milhões de cabeças — mais que a Austrália e a Argentina. Veja como o estado se tornou potência global da pecuária.
Com um número impressionante de 32,8 milhões de bovinos em 2024, o estado de Mato Grosso não apenas lidera o ranking brasileiro de rebanho, como ultrapassa com folga países tradicionalmente pecuaristas, como Austrália e Argentina. O feito foi confirmado por dados atualizados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA-MT) e do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), revelando o protagonismo do estado na produção de carne bovina mundial.
Se fosse uma nação, Mato Grosso estaria entre os sete maiores produtores de gado do planeta. Superaria a Austrália, com cerca de 22,3 milhões de cabeças, e até mesmo a Argentina, com aproximadamente 31,9 milhões — dados da FAO, órgão da ONU especializado em alimentação e agricultura. Essa comparação reforça a força da pecuária brasileira e o papel central que Mato Grosso desempenha na segurança alimentar global.
Um colosso da pecuária global — e nacional
Em solo brasileiro, a liderança de Mato Grosso é igualmente marcante. Veja como o estado se posiciona em relação aos demais no ranking nacional de rebanhos bovinos:
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Posição | Estado | Rebanho (milhões) |
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1º | Mato Grosso | 32,8 |
2º | Minas Gerais | 23,5 |
3º | Goiás | 22,1 |
4º | Pará | 22,0 |
5º | Mato Grosso do Sul | 21,8 |
6º | São Paulo | 10,5 |
7º | Bahia | 9,8 |
8º | Rondônia | 8,6 |
9º | Maranhão | 7,5 |
10º | Tocantins | 7,3 |
A diferença entre Mato Grosso e o segundo colocado, Minas Gerais, é de mais de 9 milhões de cabeças. Isso mostra que a liderança do estado não é pontual — ela é consolidada, constante e respaldada por uma estrutura produtiva altamente eficiente e tecnificada.
Produção em larga escala com responsabilidade
O sucesso da pecuária mato-grossense não está apenas na quantidade. O que realmente impressiona é a qualidade da gestão e o grau de inovação tecnológica adotado nas propriedades. Mato Grosso reúne:
- Grandes áreas de pastagens rotacionadas
- Sistemas de produção integrados, como o ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta)
- Uso de confinamentos eficientes
- Adoção de ferramentas digitais para monitoramento sanitário
- Rastreabilidade animal completa, da fazenda até o frigorífico
Com essas práticas, o estado não apenas mantém o rebanho saudável, como garante produtividade elevada com baixo impacto ambiental, um diferencial cada vez mais valorizado pelos mercados internacionais.
Além disso, o uso de genética de ponta, nutrição balanceada e manejo de precisão tornaram a carne produzida em Mato Grosso um produto premium nos padrões globais, mesmo quando destinada à exportação em larga escala.
Superando nações inteiras: o caso da Austrália
É impossível ignorar o simbolismo de um estado brasileiro ultrapassar a Austrália inteira em número de bovinos. A Austrália é historicamente reconhecida como uma potência pecuária, com exportações expressivas para países asiáticos e uma indústria altamente profissionalizada.
No entanto, Mato Grosso, sozinho, supera esse volume — e sem deixar de avançar em certificações, bem-estar animal, redução de emissões e uso eficiente de recursos naturais. Isso demonstra que o Brasil não é apenas um fornecedor de proteína animal, mas sim um modelo de escala e eficiência sustentável, capaz de competir (e vencer) em arenas globais.
Imac e a valorização da “carne com identidade”
Um dos pilares dessa valorização é o trabalho do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), que atua na promoção da carne bovina do estado no Brasil e no exterior. O Imac não apenas reforça a origem e rastreabilidade dos produtos, como também investe em ações para consolidar Mato Grosso como uma marca de qualidade reconhecida internacionalmente.
A ideia de “carne com identidade” tem sido bem recebida em mercados exigentes como Europa, Oriente Médio e Ásia, que cada vez mais exigem transparência em toda a cadeia — algo que Mato Grosso oferece com excelência.
O cenário global aponta para aumento da demanda por proteínas animais, especialmente nos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, cresce a pressão por sustentabilidade, redução de emissões e respeito ao meio ambiente. Mato Grosso está no centro dessa equação: é o maior produtor, mas também um dos que mais se moderniza e se adapta às novas exigências.
Investimentos em biotecnologia, crédito verde, certificações ambientais e digitalização da pecuária são tendências que já fazem parte do dia a dia das propriedades mato-grossenses. O estado também lidera pesquisas para aumentar a eficiência alimentar e reduzir a emissão de metano por bovinos, contribuindo ativamente para metas climáticas internacionais.
Exportações: carne de Mato Grosso no mundo
Com esse cenário favorável, as exportações de carne bovina de Mato Grosso seguem em ritmo acelerado. O estado é líder nacional nesse quesito, com forte presença em mercados como:
- China (principal destino da carne brasileira)
- Egito
- Emirados Árabes
- Chile
- Irã
- Hong Kong
Com infraestrutura logística robusta — incluindo rodovias integradas à BR-163, portos secos e frigoríficos com SIF habilitado para exportação — o estado consegue escoar rapidamente sua produção para o exterior, garantindo agilidade, frescor e competitividade de preços.
Mato Grosso é o maior ativo da carne brasileira
Ter mais gado que a Austrália e a Argentina não é apenas uma curiosidade estatística — é a prova de que o Brasil tem capacidade real de alimentar o mundo, e Mato Grosso é a linha de frente dessa missão. Com tecnologia, gestão moderna e compromisso com a sustentabilidade, o estado mostra que é possível produzir mais e melhor, mesmo diante dos desafios do clima, da logística e das exigências globais.
Enquanto muitos países reduzem seus rebanhos por falta de pasto ou pressão ambiental, Mato Grosso cresce de forma planejada, consolidando-se como potência agropecuária de escala mundial. A carne mato-grossense, hoje, é sinônimo de confiança, e o rebanho de 32,8 milhões de cabeças é apenas o começo de uma história que promete crescer ainda mais.
Fontes: INDEA-MT, IMEA e FAO (2023–2024). Ano-base: 2024.