1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Com apartamentos de 400 m², varandas com piscinas e suítes de 80 m² — o edifício Penthouse mais polêmico de São Paulo: projetado para milionários, virou cenário de novela, mas hoje vive momentos difíceis
Localização SP Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Com apartamentos de 400 m², varandas com piscinas e suítes de 80 m² — o edifício Penthouse mais polêmico de São Paulo: projetado para milionários, virou cenário de novela, mas hoje vive momentos difíceis

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 02/10/2025 às 09:21
Penthouse no Morumbi: prédio de 400 m² com varandas com piscina, cenário de novela e luxo, hoje enfrenta dívidas, abandono e desvalorização.
Penthouse no Morumbi: prédio de 400 m² com varandas com piscina, cenário de novela e luxo, hoje enfrenta dívidas, abandono e desvalorização.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Construído em 1979 no Morumbi, o Penthouse prometia luxo absoluto com apartamentos de 400 m² e piscinas nas varandas, mas hoje simboliza decadência e desigualdade ao lado de Paraisópolis.

Símbolo de desigualdade social, o Edifício Penthouse, erguido em 1979, foi projetado para ser o endereço da elite paulistana.

Localizado no número 3891 da Avenida Giovanni Gronchi, no bairro do Morumbi, o prédio já foi sinônimo de poder e ostentação.

Entretanto, quatro décadas depois, carrega marcas de abandono, dívidas milionárias e se transformou em retrato vivo das contradições urbanas de São Paulo.

A história de um ícone da arquitetura

Nos anos 1980, o Penthouse era referência de modernidade. Com apenas 13 apartamentos, cada um com quase 400 m², o projeto inovador incluía varandas com piscinas privativas em ângulos que garantiam luz solar durante o dia.

Os anúncios da época o descreviam como uma obra-prima da arquitetura. A imponência do prédio logo chamou atenção e virou destaque em livros escolares de Geografia.

Apesar disso, a realidade atual é outra. Apenas oito apartamentos estão ocupados, e no edifício vivem somente 18 pessoas.

A inadimplência, a má gestão condominial e o preconceito em relação à vizinhança de Paraisópolis contribuíram para sua decadência. Hoje, sinais de desgaste como infiltrações, rachaduras e mato alto estão presentes.

Luxo ao lado da maior comunidade da zona sul

Enquanto o Penthouse oferecia piscinas, hidromassagens e salões imensos, Paraisópolis crescia desordenadamente ao lado.

Nos anos 1970, era um conjunto de agricultores; nas décadas seguintes, tornou-se uma das maiores comunidades do Brasil, abrigando cerca de 100 mil pessoas.

A linha de divisa entre zoneamentos urbanos permitiu que, de um lado, erguesse-se o prédio de luxo e, do outro, proliferassem moradias simples.

Apartamentos amplos, mas desvalorizados

Uma reportagem do Domingo Espetacular, da Record, mostrou mais detalhes por dentro. A emissora mostrou que apesar da decadência, por dentro os apartamentos ainda impressionam.

Salas amplas, jardim de inverno e suítes de 80 m² com banheira de mármore são alguns dos diferenciais.

O apartamento de uma das moradoras mais antigas e atual síndica, preserva a concepção original. Segundo ela, não há decadência, apenas unidades vazias.

Os valores de mercado, no entanto, despencaram. Há relatos de apartamentos vendidos por R$ 500 mil, muito abaixo da média da região.

Em plataformas de locação, um imóvel chegou a ser anunciado por R$ 1.500 de aluguel, mas com condomínio acima de R$ 5 mil e IPTU atrasado em cerca de R$ 600 mil. A soma afasta interessados.

O presente e o futuro do Penthouse

A síndica afirma que a situação financeira melhorou após a contratação de um gestor. Com planejamento, pretende revitalizar portaria, fachada e áreas comuns. Mesmo assim, o clima é de tranquilidade: com tão poucos moradores, o prédio funciona em silêncio, quase vazio.

Enquanto isso, Paraisópolis segue em crescimento. Os moradores se organizam para conquistar ruas asfaltadas, moradias dignas e maior integração com a cidade.

Um retrato da desigualdade

O Edifício Penthouse completou quatro décadas como uma obra de contrastes.

Planejado para ser um símbolo da riqueza, acabou eternizado como um ícone da desigualdade urbana. De um lado, piscinas privadas e suítes luxuosas; do outro, a luta diária de uma comunidade em busca de dignidade.

A imagem que já estampou livros e aulas de Geografia permanece atual: o encontro entre dois mundos separados apenas por um muro, mas unidos pela mesma paisagem.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x