Dólar pode cair mais no Brasil com cortes de juros do Fed. Expectativa de redução nas taxas nos EUA pode fortalecer o real e abrir espaço para cortes na Selic
O dólar pode cair mais no Brasil diante da possibilidade de o Federal Reserve (Fed) iniciar um ciclo de cortes de juros ainda este ano. A mudança, impulsionada por sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos e revisões negativas nos dados de emprego, pode favorecer moedas emergentes, especialmente o real brasileiro. Se o dólar se enfraquecer no mercado global, o câmbio no Brasil pode se valorizar ainda mais, ajudando a conter a inflação e abrindo espaço para cortes na taxa Selic.
O cenário ganha força após declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, que defendeu um corte de até 0,5 ponto percentual já na reunião de setembro do Fed. Apesar de o mercado projetar um ajuste mais moderado — de 0,25 ponto percentual —, há expectativa de que a taxa básica americana encerre 2025 até 0,75 ponto abaixo do nível atual. Para o Brasil, essa mudança pode reduzir a pressão sobre o câmbio e dar ao Banco Central mais liberdade para reduzir os juros.
Por que o dólar pode cair mais no Brasil
O dólar pode cair mais no Brasil porque juros mais baixos nos EUA reduzem a atratividade de investimentos em dólar, levando investidores a buscar mercados emergentes com rendimentos mais altos. Com a Selic ainda elevada, o fluxo de dólares para o país tende a aumentar, valorizando o real. Esse movimento pode ser potencializado pelo recente recuo da inflação brasileira, que já indica espaço para cortes adicionais nos juros domésticos.
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Além disso, um câmbio mais favorável reduz o custo de importações e ajuda a controlar a inflação, criando um ciclo positivo para a economia. Especialistas apontam que, caso o cenário externo se alinhe, o real pode continuar ganhando força.
O que está motivando a mudança no Fed
O Fed atua com o duplo mandato de manter a estabilidade de preços e o pleno emprego. Nos últimos meses, os dados de emprego divulgados pelo Bureau of Labor Statistics (BLS) passaram por revisões expressivas. Em 2025, quase meio milhão de vagas inicialmente reportadas foram excluídas das estatísticas, sinalizando enfraquecimento do mercado de trabalho. Esse cenário, aliado ao recuo gradual da inflação, aumenta a pressão para cortes nos juros.
Comparado a outros bancos centrais, o Fed mantém taxas mais altas: 4,5% ao ano, contra 2,15% no Banco Central Europeu e 0% no Banco Nacional Suíço. A defasagem reforça a expectativa de que os EUA precisarão iniciar o ciclo de redução das taxas em breve.
Possíveis impactos no Brasil
Se o Fed reduzir as taxas, o dólar pode cair mais no Brasil, mantendo a cotação abaixo de R$ 5,40 e fortalecendo o real. Isso ajudaria a diminuir a inflação de produtos importados e permitiria cortes mais rápidos na Selic, atualmente em torno de 15% ao ano.
No entanto, analistas alertam que fatores externos — como o déficit fiscal americano, incertezas políticas e volatilidade global — ainda podem influenciar a velocidade dessa valorização. A trajetória vai depender dos próximos dados de inflação e emprego nos EUA.
O que esperar daqui para frente
No curto prazo, o mercado projeta corte de 0,25 ponto percentual na reunião de setembro do Fed, com novas reduções até o fim do ano. Para 2026, as apostas indicam juros americanos próximos de 3%, patamar não visto há anos. Caso esse cenário se confirme, o dólar pode cair mais no Brasil, e o Banco Central poderá acelerar a redução da Selic.
Você acredita que a queda dos juros nos EUA vai ajudar o real a se valorizar? E como isso pode impactar seu dia a dia? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem sente esses efeitos na prática.