Governo do presidente Jair Bolsonaro vai retomar o processo de reforma regulatória que foi interrompido este ano e o preço do gás poderá cair até 50%, diz ministro
O governo do Brasil pretende relançar uma reforma regulatória para o setor de gás natural do país antes do final do segundo trimestre do ano. O setor de gás natural do Brasil é visto como subdesenvolvido e super regulado, e as reformas são consideradas vitais para que o país possa explorar todo o potencial comercial de seus recursos. As operadoras reclamam que o gás natural abundante associado aos campos do pré-sal offshore às vezes atuará como um impedimento ao desenvolvimento do campo, na ausência de reformas bem reguladas.
O governo anterior do presidente Michel Temer realizou uma extensa consulta antes do programa de reforma regulatório chamado “Gas for Growth”, mas a agenda política foi abalada por questões políticas internas, incluindo alegações de corrupção feitas contra Temer, que remontam ao período. antes de ele assumir o cargo.
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O novo governo, encabeçado pelo presidente Jair Bolsonaro, fez poucas mudanças nas políticas pró-investimento para o setor de petróleo que foram postas em prática por Temer.
O ministro de Novas Minas e Energia, Bento Albuquerque, confirmou nesta quinta-feira que as reformas do sistema de gás natural também continuarão, embora o nome mude para “O Novo Mercado de Gás”.
A reforma será elaborada e implementada em coordenação com o Ministério da Energia, e será liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que defendeu medidas para estimular a entrada de gás barato e acessível no mercado interno.
Albuquerque não confirmou relatos de que o governo federal pretende usar as receitas do pré-sal para subsidiar a construção de gasodutos de gás natural.
Ele também foi mais cauteloso do que Guedes, que disse que as reformas poderiam reduzir os preços do gás em 50%.
“Eu não sei se será uma redução de 50%, porque é muito difícil quantificar isso, mas o objetivo é se o valor da eletricidade gerada pelo gás natural for competitivo”, disse o ministro da Energia.
Por que o Gás Natural do Brasil é tão caro?
Marcelo Gauto, Especialista em Petróleo, Gás e Energia, diz que os motivos básicos são: 35% do gás é importado e nossa produção de gás é majoritariamente offshore, com elevados custos logísticos. Em 2018, os distribuidores compraram gás da Petrobrás com valores entre US$ 6,0 e US$ 8,0 por MMbtu FOB e revenderam entre US$ 10,7 e US$ 19,0 o MMbtu para o consumidor final. A quebra do monopólio da Petrobrás na infraestrutura do gás, que muitos especialistas apontam como solução para barateá-lo, é apenas a ponta do iceberg.