Após a Petrobras vender seus campos maduros, novas empresas como a 3R Petroleum e a Acelen investem bilhões para revitalizar a produção de óleo e transformar o futuro da energia na região.
O Recôncavo Baiano, o berço do petróleo no Brasil, está vivendo um renascimento. A região, que viu a primeira descoberta comercial de óleo do país em 1941, passa por uma profunda transformação. Após a Petrobras vender seus campos mais antigos para focar no pré-sal, uma nova geração de empresas especializadas assumiu as operações.
Com novos investimentos e tecnologias, essas companhias estão “ressuscitando” poços que eram considerados antieconômicos. A estratégia é dar uma vida extra de até 50 anos para o berço do petróleo nacional, enquanto, paralelamente, projetos bilionários de energia renovável começam a fincar raízes na mesma região.
O fim de uma era: Por que a Petrobras vendeu seus campos históricos no Recôncavo Baiano?
A decisão da Petrobras de vender seus ativos no Recôncavo Baiano foi estratégica. A partir de 2016, a estatal passou a focar seus investimentos nos campos de altíssima produtividade e baixo custo de extração do pré-sal.
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Com isso, dezenas de campos terrestres maduros, que exigiam mais investimentos para manter a produção, foram colocados à venda. Isso abriu uma janela de oportunidade única para empresas menores e mais ágeis, com um modelo de negócios focado exatamente em revitalizar esses ativos.
Quem são a 3R Petroleum e a Acelen?
Duas empresas se destacam neste novo cenário. A 3R Petroleum, uma companhia brasileira, focou na produção, comprando os poços de petróleo. Seu lema é “Repensar, Redesenvolver, Revitalizar”, aplicando novas tecnologias para extrair o óleo que ficou para trás.
Já a Acelen, controlada por um fundo de investimento dos Emirados Árabes, assumiu o outro lado da cadeia. Ela comprou a Refinaria de Mataripe (antiga RLAM) em 2021, tornando-se a principal compradora do petróleo produzido na região e a maior fornecedora de combustíveis do Nordeste.
O caso da 3R Petroleum: Como revitalizar o berço do petróleo
O caso mais emblemático dessa nova fase é a aquisição do Polo Recôncavo pela 3R Petroleum. Em uma transação de US$ 256 milhões, concluída em maio de 2022, a empresa assumiu a operação de 14 campos históricos.
O plano da 3R não é buscar novas descobertas, mas otimizar o que já existe. A empresa está aplicando tecnologias de recuperação secundária, como a injeção de água nos reservatórios. Esse método aumenta a pressão interna e “empurra” o óleo que a Petrobras considerava antieconômico de extrair, aumentando a vida útil do campo.
A meta de estender a vida útil dos campos
O potencial de revitalização é enorme. Em campos maduros como os da Bahia, o fator de recuperação histórico era de apenas 18% a 20%, o que significa que mais de 80% do óleo original ainda está no subsolo. É essa riqueza que as novas operadoras buscam.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já aprovou novos planos de desenvolvimento que refletem essa nova realidade. O histórico campo de Dom João, por exemplo, que produz desde 1947, teve sua concessão estendida até 2052, um horizonte que prova a viabilidade de se manter o berço do petróleo produzindo por mais de 100 anos.
O investimento de R$ 12 bilhões da Acelen em combustíveis renováveis
Enquanto a 3R Petroleum maximiza o passado, a Acelen constrói o futuro. Paralelamente à operação da refinaria de petróleo, a empresa está investindo R$ 12 bilhões em um megaprojeto de biocombustíveis. O objetivo é construir uma biorrefinaria para produzir 1 bilhão de litros por ano de Diesel Renovável e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
A matéria-prima principal será a macaúba, uma palmeira nativa do Brasil. A empresa planeja cultivar 200.000 hectares da planta em áreas de pastagens degradadas na Bahia e em Minas Gerais. O primeiro plantio simbólico do projeto aconteceu em maio de 2025, marcando o início de uma nova era de energia verde para a mesma região que foi o berço do petróleo no país.
Viva minha Bahia ,berço de tudo no Brasil
É triste lê certa reportagem que não condiz com a verdade também vivendo o mundo onde a mentira é o combustível só para escravizar e se apropriaram do patrimônio do povo com um legislativo tendencioso