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O berço do petróleo brasileiro, que a Petrobras vendeu em 2022, e agora recebe novos investimentos para aumentar sua vida útil em 50 anos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 24/06/2025 às 12:06
Atualizado em 28/06/2025 às 21:39
O Renascimento do Berço do Petróleo: Como Novos Donos Estão Dando Vida Extra aos Campos da Bahia
O Renascimento do Berço do Petróleo: Como Novos Donos Estão Dando Vida Extra aos Campos da Bahia
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Após a Petrobras vender seus campos maduros, novas empresas como a 3R Petroleum e a Acelen investem bilhões para revitalizar a produção de óleo e transformar o futuro da energia na região.

O Recôncavo Baiano, o berço do petróleo no Brasil, está vivendo um renascimento. A região, que viu a primeira descoberta comercial de óleo do país em 1941, passa por uma profunda transformação. Após a Petrobras vender seus campos mais antigos para focar no pré-sal, uma nova geração de empresas especializadas assumiu as operações.

Com novos investimentos e tecnologias, essas companhias estão “ressuscitando” poços que eram considerados antieconômicos. A estratégia é dar uma vida extra de até 50 anos para o berço do petróleo nacional, enquanto, paralelamente, projetos bilionários de energia renovável começam a fincar raízes na mesma região.

O fim de uma era: Por que a Petrobras vendeu seus campos históricos no Recôncavo Baiano?

A decisão da Petrobras de vender seus ativos no Recôncavo Baiano foi estratégica. A partir de 2016, a estatal passou a focar seus investimentos nos campos de altíssima produtividade e baixo custo de extração do pré-sal.

Com isso, dezenas de campos terrestres maduros, que exigiam mais investimentos para manter a produção, foram colocados à venda. Isso abriu uma janela de oportunidade única para empresas menores e mais ágeis, com um modelo de negócios focado exatamente em revitalizar esses ativos.

Quem são a 3R Petroleum e a Acelen?

O berço do petróleo na Bahia, que a Petrobras vendeu e agora recebe novos investimentos para aumentar sua vida útil em 50 anos

Duas empresas se destacam neste novo cenário. A 3R Petroleum, uma companhia brasileira, focou na produção, comprando os poços de petróleo. Seu lema é “Repensar, Redesenvolver, Revitalizar”, aplicando novas tecnologias para extrair o óleo que ficou para trás.

Já a Acelen, controlada por um fundo de investimento dos Emirados Árabes, assumiu o outro lado da cadeia. Ela comprou a Refinaria de Mataripe (antiga RLAM) em 2021, tornando-se a principal compradora do petróleo produzido na região e a maior fornecedora de combustíveis do Nordeste.

O caso da 3R Petroleum: Como revitalizar o berço do petróleo

O caso mais emblemático dessa nova fase é a aquisição do Polo Recôncavo pela 3R Petroleum. Em uma transação de US$ 256 milhões, concluída em maio de 2022, a empresa assumiu a operação de 14 campos históricos.

O plano da 3R não é buscar novas descobertas, mas otimizar o que já existe. A empresa está aplicando tecnologias de recuperação secundária, como a injeção de água nos reservatórios. Esse método aumenta a pressão interna e “empurra” o óleo que a Petrobras considerava antieconômico de extrair, aumentando a vida útil do campo.

A meta de estender a vida útil dos campos

O potencial de revitalização é enorme. Em campos maduros como os da Bahia, o fator de recuperação histórico era de apenas 18% a 20%, o que significa que mais de 80% do óleo original ainda está no subsolo. É essa riqueza que as novas operadoras buscam.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já aprovou novos planos de desenvolvimento que refletem essa nova realidade. O histórico campo de Dom João, por exemplo, que produz desde 1947, teve sua concessão estendida até 2052, um horizonte que prova a viabilidade de se manter o berço do petróleo produzindo por mais de 100 anos.

O investimento de R$ 12 bilhões da Acelen em combustíveis renováveis

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Enquanto a 3R Petroleum maximiza o passado, a Acelen constrói o futuro. Paralelamente à operação da refinaria de petróleo, a empresa está investindo R$ 12 bilhões em um megaprojeto de biocombustíveis. O objetivo é construir uma biorrefinaria para produzir 1 bilhão de litros por ano de Diesel Renovável e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

A matéria-prima principal será a macaúba, uma palmeira nativa do Brasil. A empresa planeja cultivar 200.000 hectares da planta em áreas de pastagens degradadas na Bahia e em Minas Gerais. O primeiro plantio simbólico do projeto aconteceu em maio de 2025, marcando o início de uma nova era de energia verde para a mesma região que foi o berço do petróleo no país.

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Paulo germano Araújo Lima
Paulo germano Araújo Lima
03/07/2025 00:46

Viva minha Bahia ,berço de tudo no Brasil

nobresa666
nobresa666
25/06/2025 07:45

É triste lê certa reportagem que não condiz com a verdade também vivendo o mundo onde a mentira é o combustível só para escravizar e se apropriaram do patrimônio do povo com um legislativo tendencioso

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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