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O ambicioso plano da Petrobras para recuperar um gigante aos seus tempos de glória do petróleo

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 11/04/2025 às 11:16
Petrobras FPSO e plataforma de petróleo Bacia de Campos
Imagem digital mostrando FPSO e plataformas fixas com torre de flare em alto-mar durante o entardecer
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A Petrobras colocou as cartas na mesa e está dobrando sua aposta em das bacias sedimentares mais históricas da estatal

A Bacia de Campos, por décadas o principal polo de produção de petróleo do Brasil, vive um momento de reconstrução. A Petrobras quer dobrar a produção até 2035, saltando dos atuais 500 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) para 1 milhão de boed, apostando firme em um programa de revitalização que promete mudar o destino da região.

Segundo a diretora de Exploração e Produção da companhia, Sylvia dos Anjos, os investimentos previstos somam US$ 23 bilhões até 2029, com foco na modernização de plataformas, reconfiguração de reservatórios antigos e implantação de tecnologias para aumento de recuperação de óleo.

Da euforia à queda: o auge da Bacia de Campos foi em 2011

A produção da Bacia de Campos atingiu seu auge em 2011, quando, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), foram extraídos 1,64 milhão de barris por dia — o equivalente a 84% da produção nacional na época.

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Mas o declínio foi inevitável.

A partir de 2012, os campos maduros começaram a mostrar sinais de exaustão. A produção caiu para 1,3 milhão em 2015, e desceu ainda mais rapidamente nos anos seguintes, atingindo menos de 900 mil barris por dia em 2019. Em 2024, esse volume caiu para cerca de 500 mil boed, segundo dados do boletim mensal da ANP de agosto de 2024.

O baque nas cidades que viviam dos royalties da Petrobras

Com a queda na produção, cidades como Macaé, Campos dos Goytacazes, Quissamã e Rio das Ostras sofreram um verdadeiro choque financeiro.

A cidade de Macaé, por exemplo, que em 2012 arrecadava mais de R$ 1 bilhão em royalties, viu esse valor despencar para menos da metade em menos de uma década, conforme registros da Agência Nacional do Petróleo e da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro.

Esse baque resultou no fechamento de comércios, queda no setor imobiliário, desemprego em massa e redução de serviços públicos. Em Campos dos Goytacazes, houve anos em que a prefeitura chegou a atrasar salários e cortar serviços básicos por conta da queda brusca na arrecadação.

A retomada passa pela revitalização e novos modelos de gestão

Agora, com a retomada do investimento, a Petrobrás visa aumentar a eficiência dos sistemas de produção, recuperar campos parcialmente abandonados e usar inteligência artificial para mapeamento de reservatórios remanescentes, além de conectar novas unidades a antigas infraestruturas.

Segundo Sylvia dos Anjos, a meta é clara: “transformar a Bacia de Campos novamente em um polo estratégico do petróleo nacional”.

Essa nova fase conta com sistemas como o Mero 3 e Marlim, que já demonstram boas perspectivas. O campo de Marlim, um dos símbolos do início da exploração offshore no Brasil, passará por modernização com duas novas plataformas FPSO, as unidades Anita Garibaldi e Anna Nery, previstas para operar com capacidade de até 150 mil barris/dia cada.

A esperança de um novo ciclo de prosperidade com o essa nova aposta da Petrobras

Com o programa de revitalização, estima-se que a arrecadação de royalties volte a crescer gradativamente a partir de 2026, com impacto positivo direto na economia regional.

Além dos empregos diretos no setor de óleo e gás, o reaquecimento da atividade tende a impulsionar comércio, hotelaria, construção civil e serviços portuários — setores fortemente afetados pela estagnação dos últimos anos.

A Petrobras reforça que essa virada de chave só será possível por meio da parceria com operadoras privadas, inovação tecnológica e compromisso ambiental. A companhia também afirma que a transição energética continuará em paralelo, mas sem abrir mão do potencial que a Bacia de Campos ainda guarda.

Será que a Bacia de Campos voltará a ser o coração pulsante da indústria de petróleo brasileira?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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