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Nunca tanta gente investiu em renda fixa no Brasil: 100 milhões de pessoas aplicam no segmento em 2025

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 13/08/2025 às 12:01
Nunca tanta gente investiu em renda fixa no Brasil: 100 milhões de pessoas aplicam no segmento em 2025
Foto: Nunca tanta gente investiu em renda fixa no Brasil: 100 milhões de pessoas aplicam no segmento em 2025
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Em 2025, a renda fixa no Brasil registra crescimento histórico: 100 milhões de investidores buscam segurança e rentabilidade em suas aplicações preferidas, consolidando a força da renda fixa em 2025

O mercado de renda fixa no Brasil registrou um marco histórico no segundo trimestre de 2025. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o número de CPFs ativos nesse tipo de investimento chegou a 100,2 milhões, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total era de cerca de 83,5 milhões.

O valor sob custódia também apresentou forte crescimento, alcançando R$ 2,8 trilhões, o que representa alta de 23% no período. Esse avanço reforça a tendência de busca por segurança e previsibilidade, impulsionada tanto pelo cenário econômico quanto pela maior oferta de produtos de renda fixa com diferentes prazos, taxas e garantias.

Recorde de investidores: crescimento expressivo e diversidade de perfis

Os últimos anos marcaram um crescimento expressivo da base de investidores em renda fixa no Brasil. Além do aumento no volume total de recursos aplicados, observa-se também uma diversificação dos perfis de investidores, com a entrada significativa de pessoas físicas que antes não tinham participação relevante nesse mercado.

O movimento é explicado por fatores como:

  • Taxa Selic elevada em relação ao histórico recente, o que torna os títulos de renda fixa mais atrativos.
  • Aumento da educação financeira e acesso facilitado a plataformas digitais de investimento.
  • Crescimento de produtos oferecidos por bancos e fintechs, que simplificam o processo de aplicação.

A renda fixa, historicamente vista como alternativa conservadora, agora reúne também investidores que buscam rentabilidade superior à poupança, mas sem abrir mão de segurança.

Aplicações preferidas: CDBs e RDBs dominam o mercado

Entre os produtos de renda fixa, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e RDBs (Recibos de Depósito Bancário) se destacam como as modalidades preferidas. Segundo a Anbima, juntos, eles reúnem 99,1 milhões de investidores, praticamente a totalidade da base registrada.

O apelo desses produtos está ligado a fatores como:

  • Garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), até o limite de R$ 250 mil por CPF e instituição.
  • Rentabilidade competitiva, muitas vezes atrelada ao CDI ou à inflação.
  • Facilidade de aplicação e resgate, com opções de prazos variados.

Os bancos têm utilizado esses instrumentos para captação de recursos, enquanto os investidores encontram neles uma forma de manter o poder de compra protegido contra oscilações econômicas.

Renda fixa em 2025: Tesouro Direto em expansão

Outro segmento que mantém crescimento contínuo é o dos títulos públicos federais negociados pelo Tesouro Direto. Com valores de entrada acessíveis, a partir de R$ 30, eles se tornaram uma porta de entrada para novos investidores.

O Tesouro Direto oferece três categorias principais de títulos:

  • Prefixados, com taxa fixa definida no momento da compra.
  • Atrelados à inflação (Tesouro IPCA+), que protegem o poder de compra ao somar o IPCA a uma taxa fixa.
  • Selic (Tesouro Selic), indicados para reserva de emergência por acompanharem a taxa básica de juros.

Nos últimos meses, a volatilidade no mercado acionário e a manutenção da Selic em patamares elevados ajudaram a fortalecer o apelo dos títulos públicos como alternativa de investimento estável.

Fundos de renda fixa: diversificação e gestão profissional

Os fundos de investimento em renda fixa ganharam mais espaço na carteira dos brasileiros. Essa modalidade permite que investidores deleguem a gestão a profissionais especializados, que selecionam ativos como CDBs, debêntures, títulos públicos e outros papéis de crédito.

Entre as vantagens estão:

  • Diversificação automática de ativos.
  • Liquidez variável conforme o regulamento de cada fundo.
  • Possibilidade de exposição a títulos que não estão disponíveis para aplicação direta pelo investidor individual.

Segundo dados da ANBIMA, os fundos de renda fixa lideraram a captação líquida no primeiro semestre de 2025, com entradas de R$ 59,4 bilhões. Esse desempenho reflete a busca dos investidores por rentabilidade consistente e pela conveniência da gestão profissional oferecida por esses fundos.

Por que a renda fixa cresce em 2025 mesmo com perspectiva de queda da Selic

Embora exista a expectativa de redução gradual da taxa Selic nos próximos trimestres, a renda fixa segue atraente por diversos motivos:

  • Parte significativa dos investimentos é de prazo mais longo, preservando taxas elevadas contratadas anteriormente.
  • Produtos indexados à inflação oferecem proteção contra alta de preços.
  • A diversificação de emissores e prazos mantém oportunidades de retorno acima da média histórica.

Além disso, mesmo com a Selic em queda, o rendimento da renda fixa tende a permanecer superior ao da poupança e competitivo em relação a outros ativos de menor risco.

Perfil dos investidores de renda fixa no Brasil

O avanço da base de investidores em renda fixa no Brasil reflete um cenário de maior inclusão financeira. Segundo os dados mais recentes, há crescimento expressivo entre mulheres, jovens e investidores de regiões fora do eixo Sul-Sudeste.

Esse movimento é impulsionado por:

  • Ampliação de aplicativos e plataformas com interface simplificada.
  • Campanhas de educação financeira promovidas por bancos, corretoras e entidades do setor.
  • Acesso facilitado a informações e comparadores de produtos.

Além disso, investidores mais experientes também têm aumentado sua alocação em renda fixa, seja para rebalancear carteiras ou aproveitar as taxas ainda elevadas.

Impactos para o mercado e perspectivas

O crescimento da renda fixa no Brasil tem efeitos relevantes para o mercado financeiro e para a economia como um todo. Entre eles:

  • Maior captação de recursos pelos bancos, possibilitando a ampliação do crédito para consumidores e empresas.
  • Aumento da liquidez no mercado secundário de títulos, favorecendo negociações.
  • Fortalecimento da poupança interna, importante para o financiamento de investimentos no país.

No médio prazo, espera-se que a renda fixa continue desempenhando papel central nas carteiras dos brasileiros, mesmo que a Selic recue. A tendência é que investidores mantenham parte relevante do portfólio em produtos conservadores, equilibrando risco e retorno.

Aproveitando o momento das aplicações preferidas

Para o investidor individual, o momento representa uma oportunidade de revisar estratégias e alinhar objetivos de curto, médio e longo prazo. Algumas recomendações incluem:

  • Aproveitar títulos prefixados enquanto as taxas ainda estão elevadas.
  • Manter parte da carteira em ativos indexados à inflação como proteção.
  • Avaliar fundos e produtos estruturados de renda fixa para diversificar.

Com mais de 100 milhões de CPFs ativos nesse segmento, a renda fixa deixou de ser apenas uma opção conservadora para se consolidar como pilar essencial na construção de patrimônio.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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