Em 2025, a renda fixa no Brasil registra crescimento histórico: 100 milhões de investidores buscam segurança e rentabilidade em suas aplicações preferidas, consolidando a força da renda fixa em 2025
O mercado de renda fixa no Brasil registrou um marco histórico no segundo trimestre de 2025. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o número de CPFs ativos nesse tipo de investimento chegou a 100,2 milhões, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total era de cerca de 83,5 milhões.
O valor sob custódia também apresentou forte crescimento, alcançando R$ 2,8 trilhões, o que representa alta de 23% no período. Esse avanço reforça a tendência de busca por segurança e previsibilidade, impulsionada tanto pelo cenário econômico quanto pela maior oferta de produtos de renda fixa com diferentes prazos, taxas e garantias.
Recorde de investidores: crescimento expressivo e diversidade de perfis
Os últimos anos marcaram um crescimento expressivo da base de investidores em renda fixa no Brasil. Além do aumento no volume total de recursos aplicados, observa-se também uma diversificação dos perfis de investidores, com a entrada significativa de pessoas físicas que antes não tinham participação relevante nesse mercado.
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O movimento é explicado por fatores como:
- Taxa Selic elevada em relação ao histórico recente, o que torna os títulos de renda fixa mais atrativos.
- Aumento da educação financeira e acesso facilitado a plataformas digitais de investimento.
- Crescimento de produtos oferecidos por bancos e fintechs, que simplificam o processo de aplicação.
A renda fixa, historicamente vista como alternativa conservadora, agora reúne também investidores que buscam rentabilidade superior à poupança, mas sem abrir mão de segurança.
Aplicações preferidas: CDBs e RDBs dominam o mercado
Entre os produtos de renda fixa, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e RDBs (Recibos de Depósito Bancário) se destacam como as modalidades preferidas. Segundo a Anbima, juntos, eles reúnem 99,1 milhões de investidores, praticamente a totalidade da base registrada.
O apelo desses produtos está ligado a fatores como:
- Garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), até o limite de R$ 250 mil por CPF e instituição.
- Rentabilidade competitiva, muitas vezes atrelada ao CDI ou à inflação.
- Facilidade de aplicação e resgate, com opções de prazos variados.
Os bancos têm utilizado esses instrumentos para captação de recursos, enquanto os investidores encontram neles uma forma de manter o poder de compra protegido contra oscilações econômicas.
Renda fixa em 2025: Tesouro Direto em expansão
Outro segmento que mantém crescimento contínuo é o dos títulos públicos federais negociados pelo Tesouro Direto. Com valores de entrada acessíveis, a partir de R$ 30, eles se tornaram uma porta de entrada para novos investidores.
O Tesouro Direto oferece três categorias principais de títulos:
- Prefixados, com taxa fixa definida no momento da compra.
- Atrelados à inflação (Tesouro IPCA+), que protegem o poder de compra ao somar o IPCA a uma taxa fixa.
- Selic (Tesouro Selic), indicados para reserva de emergência por acompanharem a taxa básica de juros.
Nos últimos meses, a volatilidade no mercado acionário e a manutenção da Selic em patamares elevados ajudaram a fortalecer o apelo dos títulos públicos como alternativa de investimento estável.
Fundos de renda fixa: diversificação e gestão profissional
Os fundos de investimento em renda fixa ganharam mais espaço na carteira dos brasileiros. Essa modalidade permite que investidores deleguem a gestão a profissionais especializados, que selecionam ativos como CDBs, debêntures, títulos públicos e outros papéis de crédito.
Entre as vantagens estão:
- Diversificação automática de ativos.
- Liquidez variável conforme o regulamento de cada fundo.
- Possibilidade de exposição a títulos que não estão disponíveis para aplicação direta pelo investidor individual.
Segundo dados da ANBIMA, os fundos de renda fixa lideraram a captação líquida no primeiro semestre de 2025, com entradas de R$ 59,4 bilhões. Esse desempenho reflete a busca dos investidores por rentabilidade consistente e pela conveniência da gestão profissional oferecida por esses fundos.
Por que a renda fixa cresce em 2025 mesmo com perspectiva de queda da Selic
Embora exista a expectativa de redução gradual da taxa Selic nos próximos trimestres, a renda fixa segue atraente por diversos motivos:
- Parte significativa dos investimentos é de prazo mais longo, preservando taxas elevadas contratadas anteriormente.
- Produtos indexados à inflação oferecem proteção contra alta de preços.
- A diversificação de emissores e prazos mantém oportunidades de retorno acima da média histórica.
Além disso, mesmo com a Selic em queda, o rendimento da renda fixa tende a permanecer superior ao da poupança e competitivo em relação a outros ativos de menor risco.
Perfil dos investidores de renda fixa no Brasil
O avanço da base de investidores em renda fixa no Brasil reflete um cenário de maior inclusão financeira. Segundo os dados mais recentes, há crescimento expressivo entre mulheres, jovens e investidores de regiões fora do eixo Sul-Sudeste.
Esse movimento é impulsionado por:
- Ampliação de aplicativos e plataformas com interface simplificada.
- Campanhas de educação financeira promovidas por bancos, corretoras e entidades do setor.
- Acesso facilitado a informações e comparadores de produtos.
Além disso, investidores mais experientes também têm aumentado sua alocação em renda fixa, seja para rebalancear carteiras ou aproveitar as taxas ainda elevadas.
Impactos para o mercado e perspectivas
O crescimento da renda fixa no Brasil tem efeitos relevantes para o mercado financeiro e para a economia como um todo. Entre eles:
- Maior captação de recursos pelos bancos, possibilitando a ampliação do crédito para consumidores e empresas.
- Aumento da liquidez no mercado secundário de títulos, favorecendo negociações.
- Fortalecimento da poupança interna, importante para o financiamento de investimentos no país.
No médio prazo, espera-se que a renda fixa continue desempenhando papel central nas carteiras dos brasileiros, mesmo que a Selic recue. A tendência é que investidores mantenham parte relevante do portfólio em produtos conservadores, equilibrando risco e retorno.
Aproveitando o momento das aplicações preferidas
Para o investidor individual, o momento representa uma oportunidade de revisar estratégias e alinhar objetivos de curto, médio e longo prazo. Algumas recomendações incluem:
- Aproveitar títulos prefixados enquanto as taxas ainda estão elevadas.
- Manter parte da carteira em ativos indexados à inflação como proteção.
- Avaliar fundos e produtos estruturados de renda fixa para diversificar.
Com mais de 100 milhões de CPFs ativos nesse segmento, a renda fixa deixou de ser apenas uma opção conservadora para se consolidar como pilar essencial na construção de patrimônio.