Durante o evento Nuclear Legacy 2025, em Brasília, a EPE apresentou diretrizes estratégicas para o uso sustentável da energia nuclear e as novas parcerias internacionais no setor energético brasileiro
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) marcou presença no Nuclear Legacy 2025, realizado em Brasília nos dias 20 e 21 de outubro, reforçando o compromisso do Brasil com o avanço tecnológico e sustentável do setor nuclear, segundo uma matéria publicada.
Representando a instituição, Thiago Ivanoski, Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais (DEA), apresentou o painel “Energia Nuclear e o Planejamento Energético Brasileiro”, destacando como o uso estratégico dessa fonte limpa pode contribuir para o futuro energético do país.
O evento, promovido pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), reuniu representantes do governo, especialistas e organizações internacionais para discutir o papel da energia nuclear na transição energética global.
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Durante sua participação, Ivanoski detalhou os planos que orientam o desenvolvimento do setor energético nacional, com foco em segurança, sustentabilidade e modicidade tarifária.
Nuclear Legacy 2025: planejamento energético brasileiro e inovação nuclear sustentável
No Nuclear Legacy 2025, a EPE apresentou dois instrumentos essenciais para o planejamento energético nacional: o Plano Decenal de Energia (PDE) e o Plano Nacional de Energia (PNE).
O primeiro estabelece as metas de expansão da oferta e da infraestrutura de energia até 2034, com base em políticas vigentes, viabilidade técnica e condições de mercado.
Já o PNE projeta as diretrizes de longo prazo até 2055, enfatizando a importância da sustentabilidade e da segurança energética para o desenvolvimento econômico do país.
Segundo Ivanoski, esses planos funcionam como “bússolas” para orientar políticas públicas e investimentos estratégicos.
Ele ressaltou que a energia nuclear está totalmente alinhada às metas de descarbonização e confiabilidade do sistema elétrico, desempenhando papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa e na diversificação da matriz energética brasileira.
Pequenos Reatores Nucleares e o futuro da transição energética
Um dos temas mais discutidos durante o Nuclear Legacy 2025 foi o uso dos Pequenos Reatores Nucleares (Small Modular Reactors – SMR), que representam uma inovação capaz de transformar a forma como o Brasil gera e distribui energia.
Ivanoski explicou que esses reatores modulares oferecem flexibilidade operacional e independência energética para sistemas isolados, permitindo o abastecimento de regiões remotas com eficiência e segurança.
Em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), o Departamento de Energia dos Estados Unidos e o Laboratório Nacional de Idaho (INL), a EPE desenvolveu estudos sobre os desafios e as oportunidades do uso dos SMRs.
Essas pesquisas destacam que os pequenos reatores podem reduzir custos, acelerar a descarbonização e promover o transbordamento tecnológico, fortalecendo o papel do Brasil como referência em inovação nuclear sustentável.
Parcerias estratégicas e fortalecimento da indústria nuclear brasileira
Durante o Nuclear Legacy 2025, a EPE também reforçou sua parceria com a ABDAN no Fórum de SMR, que reúne instituições nacionais e internacionais para debater a aplicação prática dos reatores modulares no Brasil.
O fórum organiza reuniões plenárias e técnicas, com foco em desenvolvimento tecnológico, segurança e regulamentação.
Thiago Ivanoski enfatizou que a transição energética não é um processo instantâneo, mas uma jornada colaborativa que exige o engajamento de todos os setores.
Ele destacou que a energia nuclear desempenha um papel essencial nessa transição, ao garantir segurança energética, reduzir emissões e promover novas oportunidades industriais.
A participação da EPE no evento reafirma o compromisso do Brasil com a inovação, o uso responsável de recursos e a integração de tecnologias sustentáveis.
A presença da instituição no Nuclear Legacy 2025 reforça a importância da comunicação e da cooperação entre governos, empresas e entidades internacionais para o avanço do setor nuclear e para a construção de um futuro energético seguro e sustentável.