Tecnologia que já funciona em países como EUA e Japão começa a ser testada em cidades brasileiras. Projeto de lei quer obrigar instalação em municípios com mais de 150 mil habitantes
Imagine sair de casa e finalmente encontrar todos os semáforos no tempo certo, sem precisar parar a cada cruzamento. Essa realidade pode estar mais próxima do que se pensa. Cidades brasileiras já começaram a instalar um novo modelo de semáforo inteligente, equipado com inteligência artificial, sensores, conectividade em tempo real e um detalhe que chama atenção: uma moldura amarela refletiva que garante máxima visibilidade, mesmo em situações de pouca luz ou blecautes.
O projeto é ambicioso. Os semáforos são parte de uma estratégia nacional para modernizar a mobilidade urbana, reduzir engarrafamentos e diminuir o tempo perdido no trânsito — uma dor diária para milhões de brasileiros. Além disso, uma proposta de lei em Brasília pode tornar esses dispositivos obrigatórios em centenas de municípios, o que aceleraria ainda mais a revolução silenciosa que está começando nos cruzamentos do país.
Por que os novos semáforos têm borda amarela e cérebro artificial?
Diferente dos modelos tradicionais, esses semáforos têm uma borda pintada com tinta fotoluminescente ou com material refletivo de alto contraste, o que os torna visíveis mesmo sob chuva, neblina ou em regiões mal iluminadas. A ideia é inspirada em modelos usados nos Estados Unidos, como mostram análises de usuários do Reddit, onde os contornos brilhantes ajudam motoristas a perceberem o sinal mesmo à distância.
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Mas a moldura é só o começo. Esses novos dispositivos contam com câmeras e sensores integrados que monitoram em tempo real o fluxo de veículos e pedestres. A inteligência artificial analisa os dados e ajusta automaticamente o tempo dos sinais, privilegiando o fluxo com maior demanda e reduzindo períodos ociosos. Não se trata apenas de automatizar os sinais, mas de otimizá-los dinamicamente, segundo padrões que mudam a cada minuto.
São Paulo, São Caetano e o plano de transformar o trânsito com dados
São Paulo saiu na frente com a instalação dos primeiros semáforos com IA em mais de 270 cruzamentos, com expansão prevista para mais de 2.500 pontos até 2026. A meta é fazer com que toda a rede semafórica da cidade esteja conectada a uma central de controle via fibra óptica e redes 5G.
Em São Caetano do Sul, a inovação vem de fora: a cidade foi escolhida para participar do Project Green Light, uma iniciativa do Google que usa dados anônimos do Google Maps para sincronizar os semáforos e reduzir congestionamentos em tempo real. A tecnologia já funciona em cidades como Haifa (Israel), Seattle e Rio de Janeiro, e agora está sendo testada também em território paulista, conforme divulgado pela engenheira do Google, Juliet Rothenberg.
Segundo a Embratel, o uso de IA no trânsito pode reduzir em até 25% o tempo médio de deslocamento nos grandes centros. Esse ganho não é apenas individual: menos carros parados significam também menos emissões de CO₂, o que torna o sistema uma solução tanto para a mobilidade quanto para o meio ambiente.
Além disso, os novos semáforos enviam alertas automáticos caso falhem ou sofram vandalismo. Assim, equipes de manutenção são acionadas imediatamente, e cruzamentos não ficam às escuras por dias, como ainda ocorre com frequência em muitas capitais.
Projeto de lei quer obrigar instalação em todo o Brasil
O novo Projeto de Lei 3048/2024 pretende transformar os semáforos inteligentes em política pública obrigatória para cidades com mais de 150 mil habitantes. O texto prevê um prazo de cinco anos para a instalação total da tecnologia e sugere que o financiamento venha por meio do BNDES, recursos federais e parcerias público-privadas.
O deputado Leandro Pires (PSD-SP), autor da proposta, justificou: “Estamos diante de uma revolução na gestão do trânsito. As tecnologias estão disponíveis, já testadas em diversos países, e não podemos continuar perdendo horas da nossa vida em filas causadas por sistemas arcaicos.”
A proposta já ganhou apoio de prefeitos e secretários de mobilidade, que enxergam na tecnologia uma maneira de melhorar o transporte urbano sem precisar de investimentos pesados em infraestrutura física.
O Brasil está pronto para o trânsito do futuro?
A chegada dos semáforos com IA e borda amarela marca um novo capítulo na luta por mobilidade urbana no Brasil. O país, que há décadas convive com congestionamentos crônicos, pode finalmente dar um salto em direção a cidades mais inteligentes e humanas. A iniciativa, se for ampliada e bem mantida, tem potencial para gerar impacto real no dia a dia da população.
E mais: ela coloca o Brasil em sintonia com soluções já utilizadas em países desenvolvidos. Afinal, não basta asfalto — é preciso inteligência nas ruas.