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Novo decreto do MEC surpreende e promete transformar o ensino da matemática no Brasil com investimento, formação docente e foco em resultados reais

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 10/10/2025 às 11:43
Novo decreto do MEC surpreende e promete transformar o ensino da matemática no Brasil com investimento, formação docente e foco em resultados reais
Novo decreto do MEC surpreende e promete transformar o ensino da matemática no Brasil
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O ensino de matemática nunca mais será o mesmo: novo decreto do MEC leva verba, capacitação e metas claras para transformar o aprendizado no Brasil.

Durante anos, o ensino da matemática no Brasil tem sido um dos grandes pontos fracos da educação básica. Os números não mentem: milhões de estudantes terminam o ensino fundamental sem dominar conceitos simples de lógica e cálculo. Agora, com o novo decreto do MEC, o governo federal tenta mudar esse cenário com o Compromisso Nacional Toda Matemática, uma iniciativa que promete unir redes de ensino, capacitar professores e distribuir recursos para melhorar o aprendizado de ponta a ponta.

Um retrato preocupante da matemática no Brasil

Segundo dados do Pisa 2022, 73% dos alunos brasileiros de 15 anos apresentaram desempenho insuficiente em matemática. Isso significa que sete em cada dez jovens não conseguem resolver problemas básicos do cotidiano.

O resultado coloca o país bem abaixo da média da OCDE, atrás de vizinhos latino-americanos como Chile e Uruguai.

E o problema não é novo. No Saeb 2023, uma parcela expressiva dos alunos ainda aparece nos níveis mais baixos de proficiência.

Segundo levantamento da Agência Brasil, mais da metade dos estudantes brasileiros do 4º e 8º ano não tem domínio nem das noções mais elementares da disciplina.

Além disso, o Censo Escolar 2023 mostrou que a falta de infraestrutura e de recursos didáticos ainda é um obstáculo diário para professores e gestores.

Esses dados ajudam a entender por que o MEC decidiu agir. “Estamos lançando o Compromisso Toda Matemática para apoiar a formação de professores e impulsionar o aprendizado em todas as redes de ensino”, disse o ministro Camilo Santana durante a cerimônia da 19ª OBMEP, em 2025.

O que muda com o novo decreto do MEC

O decreto, publicado no Diário Oficial da União, estabelece uma política pública nacional para fortalecer o ensino da matemática na educação básica.

A ideia é oferecer apoio técnico e financeiro às redes que aderirem voluntariamente ao programa, com ações divididas em cinco grandes eixos.

1. Governança e gestão: a engrenagem da mudança

Para garantir que o projeto funcione em escala nacional, o MEC criou estruturas de acompanhamento e apoio, como o Comitê Nacional Gestor (Comat) e a Rede Nacional de Ancoragem (Renamat).

Esses organismos vão coordenar políticas, monitorar resultados e apoiar os estados na implementação das ações.

Segundo nota divulgada pelo Ministério da Educação, o objetivo é integrar as diferentes redes, evitar duplicidades e criar uma governança capaz de medir o impacto real das políticas públicas na aprendizagem.

2. Formação dos profissionais da educação

A formação docente é o coração do Compromisso Nacional Toda Matemática. O MEC vai oferecer cursos e recursos voltados para capacitar professores e gestores com base em evidências pedagógicas, priorizando práticas comprovadamente eficazes.

Também está prevista a revisão dos cursos de licenciatura em Pedagogia e Matemática, com o intuito de reforçar tanto o domínio do conteúdo quanto as metodologias de ensino.

A meta é transformar o modo como a matemática é ensinada, tornando-a mais prática, conectada à realidade dos alunos e menos abstrata.

Em março de 2025, o ministério lançou a Escuta Nacional de Professores que Ensinam Matemática, um levantamento que ouviu educadores de todo o país para identificar as principais dificuldades no ensino da disciplina. “Queremos ouvir quem está na ponta, dentro da sala de aula”, afirmou Camilo Santana à imprensa.

3. Currículo e recursos pedagógicos mais modernos

O decreto propõe diretrizes nacionais para o ensino da matemática, alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). I

sso inclui o fornecimento de materiais didáticos suplementares, recursos digitais e metodologias inovadoras que possam facilitar a progressão curricular e tornar as aulas mais dinâmicas.

A proposta também envolve a integração de tecnologias educacionais, como jogos e plataformas interativas.

Em 2024, por exemplo, o Porvir destacou que escolas que utilizam recursos digitais e práticas colaborativas têm conseguido aumentar o interesse dos alunos e melhorar o desempenho em matemática.

4. Avaliação contínua e metas de aprendizado

Um dos pontos fortes do novo decreto é a criação de um sistema de avaliação integrada, que combina avaliações formativas feitas pelas próprias escolas e testes em larga escala, como o Saeb, aplicado pelo Inep.

Esses dados servirão para definir metas anuais, medir o avanço dos estudantes e orientar políticas públicas futuras. O foco não é punir, mas diagnosticar e ajustar estratégias pedagógicas.

A partir de 2026, segundo o MEC, essas avaliações também deverão ser usadas para definir as escolas que receberão apoio financeiro prioritário, com base em indicadores de desempenho.

5. Reconhecimento e difusão de boas práticas

Outro ponto interessante do programa é o incentivo à valorização das boas práticas. Professores, gestores e escolas que se destacarem poderão participar de mostras pedagógicas, concursos e olimpíadas específicas para docentes de matemática.

O ministério quer transformar essas experiências de sucesso em modelos replicáveis. Além disso, a OBMEP, organizada pelo IMPA, continuará a ser uma das principais vitrines para reconhecer talentos e incentivar o aprendizado da disciplina entre os jovens.

Orçamento inicial previsto para o programa é de R$ 70 milhões em 2025

A participação das redes de ensino no Compromisso Toda Matemática será voluntária, mas com benefícios claros para quem aderir. O MEC vai priorizar o atendimento conforme três critérios principais:

  1. O número de estudantes com aprendizado abaixo do nível adequado;
  2. As condições socioeconômicas e diversidade racial e de gênero das redes;
  3. A presença de alunos da educação especial e da educação bilíngue de surdos.

orçamento inicial previsto para o programa é de R$ 70 milhões em 2025, sendo R$ 20 milhões destinados diretamente às escolas via PDDE Toda Matemática, e R$ 50 milhões provenientes de programas complementares como o Escola das Adolescências e Recomposição das Aprendizagens.

De acordo com o MEC, o recurso será aplicado na formação de professores, compra de materiais didáticos e incentivo a clubes de letramento e matemática, voltados para os anos finais do ensino fundamental.

O impacto do novo decreto do MEC esperado nas salas de aula

Com a execução do novo decreto do MEC, espera-se uma mudança real no cotidiano escolar. A meta é que os professores tenham acesso a formações práticas e que as escolas possam adotar metodologias mais atrativas.

Segundo a professora Kátia Smole, do Instituto Reúna, a mudança precisa ir além das provas: “É preciso trabalhar a compreensão, o raciocínio e a aplicação da matemática na vida real. O aluno precisa entender para que serve o que aprende”.

Na prática, isso significa que os estudantes devem ter contato com desafios mais concretos, como problemas de lógica financeira, estatística e leitura de gráficos — habilidades úteis tanto para o mercado de trabalho quanto para a vida cotidiana.

Desafios que ainda precisam ser superados

Embora o decreto represente um avanço importante, há desafios consideráveis no caminho. Entre eles:

  • Desigualdade regional: nem todas as redes de ensino têm a mesma capacidade técnica e estrutura para implementar o programa;
  • Formação docente: o processo de atualização e capacitação é lento e depende de adesão massiva;
  • Financiamento: o valor inicial pode ser insuficiente para sustentar a transformação de longo prazo;
  • Avaliação e cobrança: se mal conduzidas, as avaliações podem se transformar em instrumentos de pressão e não de melhoria.

Especialistas como Mozart Neves Ramos, ex-secretário de Educação de Pernambuco, já alertaram que “o sucesso de qualquer política pública em educação depende da continuidade e do envolvimento das redes locais”. (Folha de S.Paulo)

Um passo para recuperar a confiança na educação

Compromisso Nacional Toda Matemática nasce como uma resposta direta ao fracasso histórico do Brasil nas avaliações de matemática. Mais que números, trata-se de reconstruir a confiança dos estudantes na própria capacidade de aprender.

MEC aposta na combinação entre formação docente, recursos tecnológicos e governança colaborativa para atingir resultados duradouros. E, se bem aplicado, o novo decreto do MEC pode inaugurar um novo tempo para o ensino de matemática, menos baseado em fórmulas decoradas e mais voltado ao raciocínio, à prática e à compreensão real.

Um decreto que precisa sair do papel

O decreto que cria o Compromisso Nacional Toda Matemática é, sem dúvida, um marco para a educação brasileira. Ele representa uma tentativa de corrigir um dos maiores gargalos da aprendizagem no país, colocando a matemática como prioridade estratégica.

Mas, como em toda boa equação, o resultado depende das variáveis certas: vontade política, gestão eficiente e engajamento de professores e alunos. O Brasil precisa que esse compromisso vire prática — e não apenas discurso.

E você, o que acha dessa nova política do MEC? Acredita que o decreto vai realmente melhorar o ensino da matemática no Brasil? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esta publicação para que mais pessoas conheçam essa iniciativa que pode mudar o futuro da educação.

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Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com flaviacamil@gmail.com para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não enviar currículo.

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