O concreto inspirado em microalgas que usa 68% menos material, é impresso em 3D e absorve até 146% mais CO₂ do que o convencional.
Um grupo de cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelou o desenvolvimento de um novo concreto que promete transformar o setor da construção civil.
O material é inovador por ser mais leve, mais resistente e, principalmente, por ter a capacidade de absorver até 146% mais dióxido de carbono (CO₂) do que o concreto convencional.
Novo concreto se inspira na natureza e surpreende pela resistência
Criado a partir de técnicas avançadas de impressão 3D e inspirado em microestruturas naturais, o novo concreto foi testado em laboratório e publicado na revista Advanced Functional Materials.
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O objetivo dos pesquisadores é oferecer uma alternativa viável e sustentável para obras em todo o mundo, reduzindo significativamente o impacto ambiental da indústria.
A base do novo concreto vem da terra diatomácea, uma substância composta por microalgas fossilizadas chamadas diatomáceas.
Essas algas possuem estruturas naturalmente porosas e simétricas, o que permitiu aos cientistas reproduzirem formas complexas e altamente eficientes.
Segundo Shu Yang, chefe do Departamento de Ciência dos Materiais da UPenn, a combinação entre porosidade e resistência foi inédita.
“Normalmente, se você aumenta a porosidade, perde resistência. Mas aqui ocorreu o oposto”, afirmou.
Impressão 3D e formas geométricas reduzem uso de material
O novo concreto foi moldado com o auxílio de impressoras 3D, utilizando uma pasta especial de cimento para formar as chamadas estruturas TPMS — superfícies complexas inspiradas em ossos e conchas.
Esse design inovador aumenta a área de absorção de CO₂ e mantém a estabilidade, mesmo com 68% menos material utilizado.
Para Masoud Akbarzadeh, coautor do estudo, o projeto é um marco: “Conseguimos fazer muito mais com muito menos”.
Capacidade de absorver CO₂ aumenta resistência com o tempo
Durante a cura do novo concreto, ocorre uma reação que transforma o CO₂ absorvido em carbonato de cálcio, o que reforça ainda mais a estrutura.
Esse efeito faz com que o concreto se torne mais resistente com o passar do tempo, algo raro entre os materiais tradicionais.
Os pesquisadores já estudam a aplicação do novo concreto em elementos como fachadas, pisos e colunas estruturais.
A equipe também pretende desenvolver versões sem cimento ou com resíduos industriais, reduzindo ainda mais a pegada ecológica.
Como afirma Shu Yang: “Quando começamos a ver o concreto como um material dinâmico, surgem novas possibilidades”.