Toledo se torna pioneira com o investimento na primeira central de saneamento rural do Brasil, transformando resíduos em energia e fertilizantes.
A cidade de Toledo, no Paraná, está prestes a se tornar um marco no setor de saneamento ao receber a primeira central de saneamento rural do Brasil. A iniciativa é resultado de um investimento da empresa alemã Mele, que instalará uma usina de biogás capaz de transformar dejetos da suinocultura em energia, biocombustível e fertilizantes. Este projeto promete não apenas inovar como os resíduos são tratados, mas também contribuir significativamente para a sustentabilidade ambiental na região.
O marco do investimento
A pedra fundamental do empreendimento foi lançada em uma ocasião com o vice-governador do Paraná, Darci Piana, e a presidente do Conselho Federal Alemão, Manuela Schwesig.
O evento ocorreu em Curitiba, com a participação de representantes da Mele e agricultores locais por meio de uma transmissão ao vivo.
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O vice-governador destacou a importância deste investimento para o Paraná, enfatizando que o projeto aproveita resíduos já gerados pela forte produção de suínos no estado, o qual é o segundo maior produtor de carne suína do Brasil.
Piana ressaltou que a nova usina ajudará a resolver um problema ambiental crítico, ao mesmo tempo que oferecerá novos recursos financeiros para os produtores e melhoras no saneamento, permitindo que ampliem suas atividades.
“Esse avanço no setor de biogás e biometano é crucial para o crescimento econômico do Estado”, concluiu.
Impactos ambientais e sustentáveis
O projeto da usina de biogás em Toledo está projetado para receber um investimento inicial de cerca de R$ 77,5 milhões.
Os recursos virão de investidores e financiamento do Banco Mundial, e a iniciativa conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) por sua abordagem inovadora e sustentável.
Com uma área de 43 mil metros quadrados, a usina servirá como modelo para futuras instalações na região, com a meta de evitar a emissão de aproximadamente 2 milhões de toneladas de CO₂ por ano.
Essa quantidade equivale à cerca de 2,7% das emissões totais do Paraná.
Somente a usina de Toledo, a primeira de 45 planejadas para o Oeste do Paraná até 2031, deverá evitar a emissão de 52 mil toneladas de CO₂ anualmente.
Para isso, a empresa Mele já obteve todas as licenças ambientais necessárias e firmou um acordo com a Verra, uma organização sem fins lucrativos que controla créditos de carbono.
Apoio governamental ao investimento e expansão
O projeto conta com a colaboração de várias instituições do governo do Estado, como a Secretaria da Agricultura e Abastecimento, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e o Instituto Água e Terra.
Essas instituições estão auxiliando na aprovação de regulamentações e nos investimentos por meio dos programas Renova Paraná e Paraná Competitivo.
O secretário estadual da Agricultura, Natalino Avance de Souza, enfatizou a importância de expandir o projeto.
Ele destacou que, ao tratar de maneira eficaz os resíduos gerados pela produção de proteína animal, é possível transformar um passivo ambiental em um ativo econômico, melhorando o saneamento da região.
A expectativa é que esse modelo de investimento pioneiro possa ser replicado em outras regiões do Estado, promovendo um avanço significativo na agropecuária.
A iniciativa faz parte de um programa maior denominado Green Fuels Paraná, que visa aliar desenvolvimento social de pequenos produtores a práticas mais sustentáveis. A meta é tratar cerca de 60% dos resíduos da cadeia produtiva da suinocultura do Estado.
Uma nova era para a agropecuária
A produção de carne suína no Paraná é significativa, com o estado sendo o vice-líder nacional nesse segmento.
Nos primeiros seis meses de 2024, foram abatidos 6,2 milhões de suínos, representando um crescimento de 37% em relação ao mesmo período de 2019. O volume total de suínos abatidos no Brasil chegou a 28,6 milhões, com o Paraná aumentando sua participação de 20% para 22% do total nacional.
Em Toledo, o saneamento prevê que a parte líquida dos dejetos será transportada por meio de gasodutos para a central, enquanto a parte sólida será coletada e utilizada na produção de biometano e CO₂.
O projeto de saneamento também prevê a produção futura de metanol, insumo essencial na fabricação de biocombustíveis.
Este empreendimento tem o potencial de reduzir a dependência do Brasil de metanol importado, ajudando a diminuir os custos do biocombustível.
Com a implementação do projeto completo, espera-se que a região produza o equivalente a 6.000 barris de petróleo por dia na forma de biocombustível.
A central de saneamento rural em Toledo representa um avanço significativo no tratamento de resíduos e na produção de energia sustentável.
Com o apoio do governo e da comunidade, esse investimento para a nova usina de biogás não só promete trazer benefícios econômicos, mas também contribuir para um futuro mais sustentável na agropecuária brasileira.