1. Início
  2. / Economia
  3. / Nova tarifa dos EUA pode afetar severamente exportações brasileiras de suco de laranja
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Nova tarifa dos EUA pode afetar severamente exportações brasileiras de suco de laranja

Publicado em 15/07/2025 às 11:58
Setor de suco de laranja brasileiro teme impacto severo com proposta de tarifa de Trump nos EUA
Setor de suco de laranja brasileiro teme impacto severo com proposta de tarifa de Trump nos EUA
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Proposta do ex-presidente americano de sobretaxar produtos do Brasil em 50% pode inviabilizar as exportações de suco, colocando em risco milhares de empregos e a liderança do país no mercado global.

Uma nova medida protecionista pode gerar uma crise sem precedentes para um dos principais produtos de exportação do Brasil. A taxa de Trump que eleva o imposto do suco de laranja brasileiro nos EUA a 70% é uma ameaça real que surge a partir da proposta do ex-presidente americano, Donald Trump, de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos brasileiros. Se concretizada, a medida pode praticamente paralisar as vendas para o mercado americano.

O setor, que é líder mundial e emprega centenas de milhares de pessoas, já opera com margens apertadas devido aos altos custos de produção e logística. Segundo especialistas da indústria, uma taxação nesse patamar tornaria a operação insustentável, deixando apenas 30% da receita para cobrir todos os custos, desde o produtor no campo até a indústria.

O custo atual para chegar ao consumidor Americano

Nova tarifa dos EUA pode afetar severamente exportações brasileiras de suco de laranja
taxa de US$ 415 por tonelada de suco exportado

Antes mesmo de qualquer nova tarifa, a exportação de suco de laranja para os Estados Unidos já enfrenta uma barreira significativa. Atualmente, o Brasil paga uma taxa de US$ 415 por tonelada de suco exportado, o que, na prática, representa entre 15% e 20% do valor total do produto.

Esse custo se soma a um processo logístico altamente tecnológico e caro. O Brasil é pioneiro em um modelo de exportação a granel, onde o suco é transportado em navios com tanques de nitrogênio assépticos para garantir que chegue fresco e com qualidade ao consumidor final. Todo esse investimento em tecnologia e logística é fundamental para manter a competitividade, mas também pressiona os custos de produção.

O impacto devastador da nova tarifa de 50%

Nova tarifa dos EUA pode afetar severamente exportações brasileiras de suco de laranja
Donald Trump adiciona uma sobretaxa de 50%

A proposta de Donald Trump de adicionar uma sobretaxa de 50% mudaria completamente o cenário. Somando-se à tarifa já existente, os impostos totais saltariam para um patamar próximo a 70% do valor do produto.

Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, associação que representa os exportadores, alerta para a gravidade da situação. “Sobra para você remunerar todo o setor, indústrias, produtores, trabalhadores, insumos, com somente 30% desse preço total”, explica. Em outras palavras, a atividade se tornaria economicamente inviável, pois a pequena fatia restante da receita não seria suficiente para pagar por toda a cadeia produtiva, que vai da colheita manual da fruta à complexa operação de exportação.

Um gigante do agro em risco

A ameaça representada pela taxa de Trump que eleva o imposto do suco de laranja brasileiro nos EUA a 70% atinge um setor de enorme importância para a economia brasileira.

Liderança mundial: o Brasil é responsável por cerca de 75% de todo o suco de laranja consumido no mundo.

Geração de empregos: a cadeia citrícola gera mais de 200 mil empregos diretos e indiretos, principalmente no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro.

Importância para pequenos produtores: grande parte da produção vem de pequenas e médias propriedades rurais, que dependem da venda da fruta para as grandes indústrias exportadoras.

A perda, mesmo que parcial, do mercado americano teria um efeito cascata, afetando desde o trabalhador no campo até a arrecadação de impostos e a balança comercial do país.

A medida, caso seja implementada, se insere em um contexto de forte protecionismo e pode ser usada como uma ferramenta de pressão em negociações comerciais. Para o Brasil, o desafio será usar a diplomacia para proteger um setor estratégico e vital, que se tornou um modelo de eficiência e qualidade em todo o mundo.

Qual a sua opinião sobre o uso de tarifas comerciais como ferramenta política? Acredita que o Brasil pode reverter essa situação? Deixe seu comentário abaixo!

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x