Modalidade de saque-aniversário permite resgatar parte do fundo anualmente, mas exige atenção às regras
A nova regra do FGTS vem permitindo que milhares de brasileiros acessem parte do saldo do fundo de forma planejada, por meio da modalidade saque-aniversário. A alternativa tem atraído trabalhadores que buscam mais autonomia sobre os próprios recursos, especialmente diante de desafios financeiros.
Disponível desde 2020, o saque-aniversário passou por ajustes operacionais nos últimos anos e se popularizou em 2025 como uma opção concreta de reforço de renda para quem está com saldo parado no FGTS. Entenda como funciona, quais os valores liberados e o que muda para quem adere à nova regra.
Como funciona a nova regra do saque-aniversário?
O saque-aniversário permite ao trabalhador retirar anualmente uma porcentagem do saldo disponível em sua conta do FGTS, com base em um calendário definido pela Caixa Econômica Federal. A adesão é voluntária e pode ser feita pelo site ou aplicativo oficial do FGTS.
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A retirada ocorre sempre a partir do primeiro dia útil do mês de aniversário e fica disponível por 60 dias. O trabalhador deve informar uma conta bancária para receber o valor. Quem já optou pela modalidade também pode migrar de volta para o saque-rescisão, mas a mudança só vale após 25 meses, desde que não haja contratos de antecipação em vigor.
Quem pode aderir e quanto é possível sacar?
Todos os trabalhadores com saldo ativo ou inativo no FGTS podem optar pelo saque-aniversário. A porcentagem de saque varia de 5% a 50%, de acordo com o montante disponível, e há ainda um acréscimo fixo conforme a faixa de saldo. Veja a tabela atual:
- Até R$ 500,00: saque de 50%
- De R$ 500,01 a R$ 1.000,00: 40% + R$ 50
- De R$ 1.000,01 a R$ 5.000,00: 30% + R$ 150
- De R$ 5.000,01 a R$ 10.000,00: 20% + R$ 650
- Acima de R$ 10.000,00: 5% + R$ 2.900
Com isso, um trabalhador com saldo de R$ 12.000,00, por exemplo, pode sacar R$ 3.500 a cada ano, somando percentual e bônus fixo.
Quais são os benefícios e riscos do saque-aniversário?
A principal vantagem é a previsibilidade financeira. O trabalhador sabe quando e quanto poderá sacar, podendo usar esse recurso para quitar dívidas, investir ou equilibrar o orçamento familiar. Além disso, é uma forma de movimentar um saldo que, na maioria dos casos, fica parado por anos.
Por outro lado, o maior risco é que, ao aderir ao saque-aniversário, o trabalhador perde o direito de sacar o valor total do FGTS em caso de demissão sem justa causa. Nessa situação, recebe apenas a multa de 40%, ficando sem acesso ao restante do fundo.
O que considerar antes de optar pela nova regra?
Antes de aderir, é essencial que o trabalhador consulte seu saldo, avalie sua situação profissional e faça simulações no aplicativo do FGTS. Se estiver em um emprego instável ou com risco de demissão, talvez seja mais vantajoso manter o modelo tradicional.
No entanto, para quem tem saldo elevado e pretende usar o FGTS como uma renda complementar anual, a modalidade saque-aniversário pode ser uma estratégia interessante. É possível, inclusive, contratar empréstimos com base nesse valor futuro — embora isso exija ainda mais cuidado com planejamento.
Como fazer a adesão ao saque-aniversário?
O processo é feito digitalmente, pelo site fgts.caixa.gov.br ou pelo aplicativo FGTS. Basta confirmar os dados, indicar uma conta bancária para depósito e acompanhar o calendário oficial. A Caixa Econômica libera os valores automaticamente conforme o mês de nascimento do trabalhador.
Caso o saque não seja feito dentro do prazo de 60 dias, o valor retorna automaticamente à conta vinculada do FGTS.
Calendário e prazos em 2025
A Caixa atualiza anualmente o calendário de liberação. Em 2025, o prazo para cada saque segue o seguinte padrão:
- Liberação: primeiro dia útil do mês de aniversário
- Validade: até o último dia útil do segundo mês subsequente
- Exemplo: quem faz aniversário em agosto tem até o fim de outubro para sacar
Perder o prazo significa perder a retirada naquele ano. Por isso, consultar o calendário com antecedência é essencial.
O saque-aniversário do FGTS vale a pena?
Depende do perfil e das necessidades de cada trabalhador. Quem deseja manter o fundo como reserva emergencial em caso de demissão talvez prefira o saque-rescisão. Já quem precisa de renda imediata com planejamento anual, encontra no saque-aniversário uma alternativa sólida.
Com base em regras claras, calendário fixo e adesão simples, a nova regra do FGTS oferece uma forma mais ativa de uso dos recursos. Mas é fundamental avaliar os impactos de longo prazo antes de abrir mão do modelo tradicional.
Você optaria pelo saque-aniversário ou prefere manter o FGTS como reserva para imprevistos? Como essa nova regra impacta seu planejamento? Deixe sua opinião nos comentários — sua experiência pode ajudar outros trabalhadores a decidir.