A rotina de trabalho pode mudar para sempre com o projeto de lei proposto pela deputada Erika Hilton, que quer acabar com a escala 6×1 e dar aos trabalhadores brasileiros, trazendo assim uma nova chance de equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
O esgotamento físico e mental tem sido uma realidade cada vez mais presente no cotidiano dos trabalhadores brasileiros, que lidam com longas jornadas e pouco descanso.
Uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR) revelou que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking global de casos de burnout, uma condição ligada ao excesso de trabalho e ao desgaste psicológico.
Não surpreende, portanto, que a redução da carga de trabalho seja tema de intensos debates no Congresso Nacional e nas redes sociais.
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Recentemente, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com o objetivo de revisar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A proposta visa a redução da jornada de trabalho e, principalmente, o fim da escala 6×1, que atualmente estabelece que o trabalhador tenha apenas um dia de descanso após seis dias de trabalho consecutivos.
Este modelo é comum em setores como comércio, restaurantes e telemarketing, onde as demandas de serviço não têm pausa.
Entenda o modelo 6×1
A escala 6×1 permite que as empresas organizem a jornada dos empregados em até seis dias de trabalho e um de descanso, somando uma carga horária de até 44 horas semanais.
Embora a CLT defina que o limite diário de trabalho seja de oito horas, muitos profissionais precisam abrir mão de fins de semana e, em alguns casos, trabalhar sete dias seguidos.
Em relação a pausas, a lei exige que o trabalhador tenha intervalos de no mínimo 15 minutos para jornadas entre quatro e seis horas, e de uma a duas horas para jornadas maiores que seis horas.
O modelo tem sido apontado por sindicatos e movimentos sociais como uma das causas da exaustão crônica entre trabalhadores.
A PEC e o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT)
A iniciativa de Erika Hilton conta com o apoio do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado por Rick Azevedo, um trabalhador que alcançou notoriedade ao compartilhar no TikTok seu cansaço com a rotina de trabalho.
A partir do apoio online, Rick lançou a petição “Por um Brasil que Vai Além do Trabalho,” que já conta com milhares de assinaturas.
A ideia do VAT é propor uma jornada de quatro dias de trabalho e três de folga, baseada no modelo 4 Day Week Global, que defende a manutenção do salário integral para 80% do tempo trabalhado.
Segundo os organizadores, o objetivo da petição é equilibrar a vida profissional e pessoal dos trabalhadores.
A escala 4×3 é viável para o Brasil?
O VAT não é o único grupo que defende a redução da jornada de trabalho.
Diversos movimentos, incluindo o Antitrampo e o Tang Ping, têm ganhado popularidade no Brasil e no exterior.
No entanto, os desafios de adaptação para um modelo 4×3 são significativos, especialmente em setores essenciais, como saúde e segurança, onde as operações não podem ser interrompidas.
Empresas e especialistas destacam que a redução de dias trabalhados poderia implicar custos extras, aumento da força de trabalho e ajustes operacionais, principalmente em áreas com alta demanda de serviços.
O debate sobre como implementar essa transição de forma eficaz, sem sacrificar a produtividade, é um dos principais pontos de discussão.
Movimentos inspirados pela pandemia
A pandemia de Covid-19 desencadeou uma série de movimentos que questionam o atual modelo de trabalho.
O fórum Antitrampo, por exemplo, reuniu milhares de trabalhadores insatisfeitos com as condições abusivas e inspirou ações como o “quiet quitting” (demissão silenciosa), onde funcionários passaram a realizar o mínimo exigido para preservar sua saúde mental.
Outro exemplo é o “Lazy Job” ou “Trabalho Preguiçoso,” no qual jovens optam por empregos mais flexíveis e menos estressantes, visando um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
O que dizem as autoridades sobre a escala de trabalho?
O Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou-se favorável ao debate sobre a jornada de trabalho, afirmando que caberá ao Congresso Nacional decidir sobre a proposta.
Em audiência no Senado, ele reforçou que o Parlamento precisa refletir sobre o momento ideal para revisar a regulamentação atual.
No entanto, ele destacou que uma mudança deste porte requer ampla participação e que o impacto nos diferentes setores deve ser cuidadosamente considerado.
Desafios e expectativas para o futuro do trabalho no Brasil
Apesar das dificuldades, a pressão por uma reforma da jornada de trabalho é uma realidade que ganhou força nos últimos anos.
Movimentos como o VAT continuam pressionando por mudanças, e a sociedade segue dividida sobre como balancear as necessidades dos empregadores e os direitos dos trabalhadores.
A proposta de Erika Hilton, ao lado da pressão popular e do apoio de movimentos sociais, poderá ser o início de uma revolução silenciosa nas leis trabalhistas do país.
E você, o que pensa sobre o fim da escala 6×1? Acredita que o modelo 4×3 pode ser a solução para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores? Deixe sua opinião nos comentários e participe desse debate!