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NO TOPO! Brasileiros conquistam medalha de ouro em competição do MIT com inovação no combate a microplásticos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 10/11/2024 às 07:07
NO TOPO! Brasileiros conquistam medalha de ouro em competição do MIT com inovação no combate a microplásticos
Equipe do Brasil vence competição do MIT com projeto de filtro detector de microplástico (Imagem: Reprodução)

Um projeto inovador de filtro detector de microplástico, desenvolvido por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), levou o Brasil ao topo da competição iGEM, promovida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). A equipe venceu na categoria de Biorremediação, destacando-se entre projetos de todo o mundo com a criação de um filtro ecológico capaz de detectar e remover micro e nanoplásticos de sistemas de filtragem doméstica.

A solução, batizada de B.A.R.B.I.E. 4.0, combina biotecnologia de ponta para combater um dos problemas emergentes no campo ambiental: a contaminação por microplásticos. O dispositivo, vencedor do prêmio do MIT, utiliza uma matriz biológica baseada em uma proteína inovadora chamada BARBIE1, que une proteínas de ligação ao plástico a um biossensor para identificar essas partículas minúsculas na água. O sucesso do filtro detector de microplástico reforça a importância de avanços na pesquisa para lidar com a poluição por partículas plásticas que, ao longo do tempo, podem acumular-se no organismo humano.

Como o filtro detector de microplástico, medalha de ouro no MIT, funciona

De acordo com Gabriela Persinoti, pesquisadora do CNPEM e responsável pelo projeto, o filtro desenvolvido ainda está em fase de testes, mas já apresenta grande potencial. A tecnologia consiste na formação de um hidrogel a partir da proteína BARBIE1, que consegue se ligar de forma eficaz a partículas de microplástico e nanoplástico. Este hidrogel, ao ser integrado aos filtros convencionais, consegue reter essas partículas minúsculas que normalmente escapariam dos métodos de filtragem tradicionais.

NO TOPO! Brasileiros conquistam medalha de ouro em competição do MIT com inovação no combate a microplásticos

Persinoti explica que o dispositivo vencedor do MIT é projetado para ser acoplado a filtros domésticos convencionais, atuando em duas etapas: primeiro, retém as partículas maiores e, em seguida, os microplásticos e nanoplásticos. Este método, além de eficiente, facilita a aplicação em sistemas de filtragem já instalados nas residências.

Importância e desafios do projeto

A percepção dos riscos que os microplásticos representam para a saúde humana é relativamente nova, e o Brasil ainda não possui regulamentação que determine a quantidade máxima tolerada de microplástico na água.

Este filtro detector de microplástico desenvolvido pelo CNPEM visa não apenas fornecer uma solução para a remoção dessas partículas, mas também sensibilizar sobre a necessidade de criar regulamentações a respeito. Segundo Gabriela, o projeto está “na fronteira do conhecimento”, trazendo a discussão sobre a segurança dos microplásticos em água potável para o centro das atenções de órgãos reguladores e da comunidade científica.

No entanto, a pesquisadora ressalta que, embora o projeto tenha recebido o reconhecimento do MIT, ainda há um caminho a percorrer até a tecnologia ser disponibilizada comercialmente. “Ainda precisamos ampliar os testes com outros tipos de plástico, além do poliestireno, que é a base do isopor, para assegurar uma maior robustez do sistema”, afirma Gabriela.

Origem e nome do Projeto BARBIE 4.0

O nome BARBIE 4.0 é uma sigla que representa a função do filtro detector de microplástico: Bioengineered Aquatic Pollutants Removal and Biosensing through Integrated Eco-filter (Remoção de Poluentes Aquáticos por Bioengenharia e Biossensorização através de Filtro Ecológico Integrado). O projeto foi desenvolvido em conjunto por pesquisadores do CNPEM, estudantes de pós-graduação e estagiários da Ilum Escola de Ciência, consolidando-se como uma solução promissora para problemas ambientais complexos.

O sucesso da equipe brasileira na competição iGEM do MIT destaca o avanço do Brasil em tecnologias inovadoras de sustentabilidade e reflete o compromisso dos pesquisadores com a criação de soluções eficazes para proteger os recursos hídricos e a saúde humana.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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