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No Brasil, o grupo Shell deve, neste ano, elevar para US$ 120 milhões os investimentos voltados à pesquisa e ao desenvolvimento

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 18/05/2022 às 18:26
Shell, Brasil petróleo
Reprodução de Matthew Horwood / Fonte: Getty Images

Acréscimo dos investimentos no Brasil é devido à alta do preço do petróleo no mercado internacional, segundo executivo da Shell

Devido ao aumento do valor do petróleo no mercado internacional, a Shell deve, em 2022, elevar para US$ 120 milhões os investimentos destinados à pesquisa e ao desenvolvimento no Brasil, conforme anunciou o vice-presidente de Relações Corporativas da empresa – Flávio Rodrigues -, durante o evento online ‘Diálogos da Rio Oil & Gas 2022’. Em 2021, a quantia investida pela Shell nesse segmento no país foi de US$ 80 milhões.

Investimentos desse tipo correspondem a uma obrigação das companhias petroleiras que apresentam concessões de produção e exploração de óleo e gás no Brasil, haja vista que elas necessitam aplicar 1% da receita bruta da produção nos setores de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

Flávio Rodrigues recordou que, assim como foi definido pela Shell, boa parte do investimento será dedicado a projetos de baixa emissão de carbono

Durante a primeira edição dos ‘Diálogos da Rio Oil & Gas 2022’, promovida pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) em associação com a agência epbr, Rodrigues destacou, ainda, que 30% do valor investido será voltado a projetos de baixa emissão de carbono. Segundo o executivo da Shell, o Brasil possui um grande potencial para o mercado de créditos de carbono, de modo que o país pode se beneficiar pela venda desses créditos a outros países ou indústrias que precisem atingir os compromissos de diminuição da emissão nos acordos que assumiram.

Rodrigues afirmou também que existem diversas discussões em curso no Brasil com relação a esse assunto, havendo inclusive um Projeto de Lei no Congresso. Para ele, o país estará muito bem posicionado no mercado do carbono se souber lidar bem com esse arcabouço regulatório.

Também presente no evento, Fernanda Delgado – diretora-executiva corporativa do IBP -, salientou que cada país apresenta o seu método para promoção da transição energética, além de alertar para a necessidade de encaminhar investimentos para o desenvolvimento tecnológico no Brasil, a fim de descarbonizar o setor.

De acordo com Delgado, a própria Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou um relatório em que expõe que 40% das tecnologias necessárias para descarbonizar o mundo até 2050 ainda não são conhecidas ou não são comercialmente viáveis. Para ela, o Brasil possui uma posição privilegiada por ser benchmark no setor de biocombustíveis. A diretora disse, ainda, que o fato de a matriz brasileira ser muito renovável, com expertise em biocombustíveis e no uso da biomassa, dá ao país um posicionamento de destaque ainda maior.

Com relação à relevância brasileira para o grupo Shell, Rodrigues explicou que o país precisa se manter competitivo

Além do mais, Flávio Rodrigues revelou também que o Brasil possui expressiva importância para a Shell – empresa que divulgou parceria no setor de lubrificantes com a Raízen -, na medida em que corresponde a cerca de 10% da geração de caixa global da companhia. Ele analisou, no entanto, que o país necessita permanecer competitivo para continuar a atrair investimentos. O executivo da Shell declarou que, quanto mais rápido for possível estabelecer as condições mínimas de operação de mercados novos, mais fácil é para o investidor digerir o cenário e decidir se irá investir ali ou não.

Sob esse viés, Rodrigues aponta que a guerra na Ucrânia conduzirá a uma reordenação da alocação de investimentos em energia e que, diante desse contexto, o Brasil necessita estar atento. Isso porque, se o país não estiver alerta em relação ao destino desses recursos, eles podem talvez se direcionar a países que estejam dispostos a alavancar a transição energética de maneira mais acelerada.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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