Acréscimo dos investimentos no Brasil é devido à alta do preço do petróleo no mercado internacional, segundo executivo da Shell
Devido ao aumento do valor do petróleo no mercado internacional, a Shell deve, em 2022, elevar para US$ 120 milhões os investimentos destinados à pesquisa e ao desenvolvimento no Brasil, conforme anunciou o vice-presidente de Relações Corporativas da empresa – Flávio Rodrigues -, durante o evento online ‘Diálogos da Rio Oil & Gas 2022’. Em 2021, a quantia investida pela Shell nesse segmento no país foi de US$ 80 milhões.
Investimentos desse tipo correspondem a uma obrigação das companhias petroleiras que apresentam concessões de produção e exploração de óleo e gás no Brasil, haja vista que elas necessitam aplicar 1% da receita bruta da produção nos setores de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).
Flávio Rodrigues recordou que, assim como foi definido pela Shell, boa parte do investimento será dedicado a projetos de baixa emissão de carbono
Durante a primeira edição dos ‘Diálogos da Rio Oil & Gas 2022’, promovida pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) em associação com a agência epbr, Rodrigues destacou, ainda, que 30% do valor investido será voltado a projetos de baixa emissão de carbono. Segundo o executivo da Shell, o Brasil possui um grande potencial para o mercado de créditos de carbono, de modo que o país pode se beneficiar pela venda desses créditos a outros países ou indústrias que precisem atingir os compromissos de diminuição da emissão nos acordos que assumiram.
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Rodrigues afirmou também que existem diversas discussões em curso no Brasil com relação a esse assunto, havendo inclusive um Projeto de Lei no Congresso. Para ele, o país estará muito bem posicionado no mercado do carbono se souber lidar bem com esse arcabouço regulatório.
Também presente no evento, Fernanda Delgado – diretora-executiva corporativa do IBP -, salientou que cada país apresenta o seu método para promoção da transição energética, além de alertar para a necessidade de encaminhar investimentos para o desenvolvimento tecnológico no Brasil, a fim de descarbonizar o setor.
De acordo com Delgado, a própria Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou um relatório em que expõe que 40% das tecnologias necessárias para descarbonizar o mundo até 2050 ainda não são conhecidas ou não são comercialmente viáveis. Para ela, o Brasil possui uma posição privilegiada por ser benchmark no setor de biocombustíveis. A diretora disse, ainda, que o fato de a matriz brasileira ser muito renovável, com expertise em biocombustíveis e no uso da biomassa, dá ao país um posicionamento de destaque ainda maior.
Com relação à relevância brasileira para o grupo Shell, Rodrigues explicou que o país precisa se manter competitivo
Além do mais, Flávio Rodrigues revelou também que o Brasil possui expressiva importância para a Shell – empresa que divulgou parceria no setor de lubrificantes com a Raízen -, na medida em que corresponde a cerca de 10% da geração de caixa global da companhia. Ele analisou, no entanto, que o país necessita permanecer competitivo para continuar a atrair investimentos. O executivo da Shell declarou que, quanto mais rápido for possível estabelecer as condições mínimas de operação de mercados novos, mais fácil é para o investidor digerir o cenário e decidir se irá investir ali ou não.
Sob esse viés, Rodrigues aponta que a guerra na Ucrânia conduzirá a uma reordenação da alocação de investimentos em energia e que, diante desse contexto, o Brasil necessita estar atento. Isso porque, se o país não estiver alerta em relação ao destino desses recursos, eles podem talvez se direcionar a países que estejam dispostos a alavancar a transição energética de maneira mais acelerada.