O atraso no projeto do novo terminal de gás natural de Santa Catarina, o TGS, vem preocupando a distribuidora SCGás e consumidores do estado, que acreditam que a NFE terá dificuldades em encontrar supridores do combustível para o projeto.
O cenário do mercado de gás natural no estado de Santa Catarina está cada vez mais preocupante nesta quarta-feira, (06/07), em razão do atraso da New Fortress Energy (NFE) para definir um supridor de gás natural liquefeito (GNL) para o Terminal de Gás Sul (TGS), na Baía de Babitonga. Dessa forma, a distribuidora SCGás e outros consumidores acreditam que o atraso no projeto poderá contribuir para dificuldades nos contratos com empresas internacionais.
Projeto do terminal de gás natural TGS atrasa e NFE poderá encontrar dificuldades quanto aos contratos de suprimento do combustível no estado
A NFE, além de atrasar o projeto de obras do terminal, também está demorando a encontrar um supridor para o gás natural do TGS e vem preocupando os consumidores do combustível no estado de Santa Catarina. Entre eles, está a distribuidora SCGás, que está agora em estado de alerta quanto ao projeto, que antes era visto como uma oportunidade de aquisição do insumo no mercado livre, mas que apresenta agora problemas quanto à abertura via importação.
Os problemas já vêm acontecendo há alguns meses, uma vez que, na assinatura do contrato para o projeto com a NFE, a SCGás esperava já estar sendo abastecida com o gás natural durante o mês de abril, mas as obras acabaram atrasando. No entanto, a NFE continua reafirmando o seu compromisso com a entrega do TGS e disse que, até o fim do ano de 2022, as obras serão finalizadas.
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Apesar disso, o problema da entrega das obras não é a principal preocupação dos consumidores do estado de Santa Catarina, que analisam agora os possíveis impactos no suprimento do gás natural na região.
Isso acontece porque existe um receio de que os preços inflacionados do GNL no mercado global possam afetar a atração de negócios de importação do produto. Assim, o principal problema que a SCGás e outras companhias estão prevendo é que a NFE, após a entrega do TGS, diminua os planos de investimento no mercado brasileiro de gás natural em um primeiro momento.
NFE acelera investimentos no mercado europeu e preocupa SCGás e demais consumidores do estado quanto ao projeto do TGS
Com todo o cenário instável no suprimento de gás natural do projeto do TGS, o diretor de energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Otmar Müller, destacou os principais receios das empresas do estado: “O que nos preocupa é a questão do suprimento, que ainda é duvidosa. Quanto ao preço, não esperávamos que ele fosse subir tanto, mas acreditamos que, quando a guerra da Ucrânia terminar e a crise no fornecimento de gás no mundo for superada, ele irá cair”.
Atualmente, a NFE está acelerando os seus investimentos na Europa e agora foca em fornecer soluções rápidas de infraestrutura de regaseificação, de olho na demanda europeia por novos terminais de importação de GNL.
Dessa forma, a dúvida da SCGás e empresas de Santa Catarina é quanto ao Brasil nesse cenário, uma vez que a empresa poderá se afastar das relações comerciais com o território nacional. E um dos principais pontos que levam a essa preocupação é a questão da venda da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), para a Eneva, que alertou às empresas de gás natural quanto à movimentação da NFE no país.
Por fim, a empresa reafirmou o seu compromisso com o estado de Santa Catarina e reforçou que acredita no potencial da região, mas não parece ser o suficiente para as empresas do estado, que estão agora em estado de alerta para os próximos passos da companhia.