Conheça o Cruzeiro do Sul: um navio-hidroceanográfico da Marinha que reforça a ciência e soberania nos mares brasileiros.
Com tecnologia de ponta e missão estratégica, o navio-hidroceanográfico Cruzeiro do Sul tem fortalecido a presença do Brasil nos mares por meio de pesquisas científicas, apoio à segurança marítima e colaboração internacional. Operado pela Marinha do Brasil, o navio se prepara para uma nova missão em Camarões e, logo após, seguirá para o litoral baiano com foco em estudos ambientais.
Equipado para atuar em diversas frentes — da hidrografia à oceanografia —, o Cruzeiro do Sul é uma das principais plataformas flutuantes de pesquisa do país e integra os esforços nacionais para proteger e estudar a chamada Amazônia Azul, uma área estratégica de mais de 4,5 milhões de km² de águas sob jurisdição brasileira.
Navio Cruzeiro do Sul fará uma missão internacional e projeto ambiental em Abrolhos
No mês de junho de 2025, o navio-hidroceanográfico Cruzeiro do Sul estará em Douala, no litoral de Camarões, como parte de uma missão de cooperação com a Marinha Nacional camaronesa.
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A comissão será realizada entre os dias 16 e 23 e tem como objetivo fortalecer os laços diplomáticos e promover a troca de conhecimentos técnicos entre as duas forças navais.
“Será uma excelente oportunidade de estreitamento de relações entre as duas Marinhas, além da possibilidade da MB apresentar à MNC, um pouco do seu legado e das suas atividades nas áreas de Hidrografia, Meteorologia, Oceanografia e Geologia Marinha”, afirmou a Marinha do Brasil.
Logo após o retorno ao território nacional, o Cruzeiro do Sul será mobilizado para o lançamento de uma boia ondógrafo spotter na região de Abrolhos (BA), contribuindo com o Programa Nacional de Boias (PNBOIA), que monitora as condições climáticas e marítimas em tempo real.
Alta tecnologia e vocação científica
O navio-hidroceanográfico Cruzeiro do Sul possui uma infraestrutura moderna, voltada exclusivamente para pesquisas.
A bordo, há equipamentos como ecobatímetros, sistemas meteorológicos, radares, DGPS e sensores de navegação.
Além disso, a embarcação conta com uma lancha de apoio e um guindaste com capacidade de seis toneladas, permitindo a manipulação de cargas e instrumentos científicos em alto-mar.
O convés de 300 metros quadrados viabiliza atividades como lançamento de boias, sondagens de fundo, modelagem de correntes, coleta de dados ambientais e estudos de biodiversidade.
Todos esses recursos são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas de preservação e uso sustentável dos mares brasileiros.
Origem internacional e incorporação à Marinha
Antes de ser incorporado à Marinha do Brasil, o Navio Cruzeiro do Sul teve uma longa trajetória em águas internacionais.
Construído na Noruega em 1986, inicialmente como um navio pesqueiro, foi posteriormente convertido em embarcação de pesquisa sísmica.
Sua estrutura passou por modificações, incluindo o aumento do comprimento para 65,7 metros.
Em 2007, o navio foi adquirido pela Marinha brasileira com o apoio da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A compra fazia parte de um esforço estratégico para oferecer à comunidade científica uma plataforma robusta, dentro do escopo do Projeto Laboratório Nacional Embarcado (LNE).
A embarcação foi oficialmente incorporada à Armada em 28 de fevereiro de 2008 e, desde então, é operada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), fazendo parte do Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo) sob orientação do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).
Compromisso com o conhecimento e a soberania nacional
Além de ser um importante pilar da pesquisa científica no mar, o navio-hidroceanográfico Cruzeiro do Sul tem papel estratégico na defesa da soberania marítima do Brasil.
Suas operações fazem parte do Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM), coordenado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM).
Ao atuar na coleta e análise de dados dos ambientes marinhos, o navio contribui diretamente para a proteção da costa brasileira, o treinamento de novos especialistas e o planejamento de ações sustentáveis nos oceanos.
Defesa em Foco e Marinha do Brasil