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Não estamos sozinhos? Nasa descobre super-Terra intrigante com sinais misteriosos e possível água líquida

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 16/07/2025 às 21:28
Nasa descobre super-Terra misteriosa na constelação de Lyra com sinais de água líquida e detalhes inéditos que intrigam a ciência mundial.
Nasa descobre super-Terra misteriosa na constelação de Lyra com sinais de água líquida e detalhes inéditos que intrigam a ciência mundial.
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Exoplaneta identificado pela Nasa desafia expectativas científicas ao exibir sinais misteriosos e possíveis indícios de água líquida, despertando debates sobre a diversidade de mundos na galáxia.

A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), em conjunto com parceiros internacionais, anunciou em junho de 2025 a descoberta de um exoplaneta considerado uma “super-Terra” a apenas 154 anos-luz da Terra, localizado na constelação de Lyra.

Nomeado TOI-1846 b, o planeta possui dimensões quase duas vezes maiores que o nosso planeta e cerca de quatro vezes mais massa.

O anúncio reforçou o interesse científico global em torno da busca por mundos semelhantes à Terra, principalmente diante dos sinais de possíveis vestígios de água líquida detectados em regiões menos expostas à radiação de sua estrela.

Segundo informações confirmadas por cientistas da Nasa, o TOI-1846 b foi identificado a partir de dados captados pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), telescópio espacial dedicado à observação de exoplanetas desde 2018.

O TESS detectou um padrão recorrente de diminuição de luz vindo de uma estrela-anã vermelha, fenômeno característico de trânsitos planetários.

Esse comportamento ocorre quando um planeta passa em frente ao disco de sua estrela, provocando um leve escurecimento visível para os instrumentos do telescópio.

Nasa descobre super-Terra misteriosa na constelação de Lyra com sinais de água líquida e detalhes inéditos que intrigam a ciência mundial.
Nasa descobre super-Terra misteriosa na constelação de Lyra com sinais de água líquida e detalhes inéditos que intrigam a ciência mundial.

Características do exoplaneta TOI-1846 b

Além do tamanho e da massa incomuns, TOI-1846 b apresenta uma característica que intriga pesquisadores: sua posição no chamado “vale do raio” (radius gap).

Essa faixa de tamanhos planetários representa uma divisão estatística entre pequenos planetas rochosos, como a Terra e Marte, e grandes planetas gasosos, como Netuno.

De acordo com o estudo publicado na edição de junho do periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a localização do planeta nesse intervalo pouco povoado pode indicar uma composição híbrida, unindo características de corpos rochosos e gasosos.

A análise detalhada de TOI-1846 b contou com o emprego de diferentes métodos observacionais, incluindo fotometria multicolorida feita em solo e espectroscopia de alta resolução.

O astrônomo Abderahmane Soubkiou, do Observatório Oukaimeden, no Marrocos, ressaltou que a validação dos dados só foi possível graças à colaboração de equipes em quatro continentes.

O envolvimento internacional amplia a confiabilidade das descobertas e contribui para o avanço dos estudos sobre exoplanetas na região da constelação de Lyra.

Temperatura, órbita e possibilidade de água líquida

Em relação à órbita, o planeta completa uma volta ao redor de sua estrela a cada 3,9 dias terrestres.

Por estar tão próximo do astro, a superfície do TOI-1846 b atinge temperaturas superiores a 300 °C.

No entanto, astrônomos sugerem que o planeta pode ser gravitacionalmente travado, ou seja, um lado permanece constantemente voltado para a estrela, enquanto o outro permanece em escuridão.

Essa configuração pode permitir a existência de zonas de penumbra, onde as condições seriam menos extremas.

Nesse contexto, torna-se relevante a possibilidade, embora remota, da presença de água líquida em regiões menos irradiadas da superfície.

Especialistas enfatizam que, embora os indícios sejam intrigantes, a probabilidade de existência de vida em TOI-1846 b é considerada pequena devido às condições ambientais extremas encontradas no planeta.

A busca por vestígios de água líquida, no entanto, é um dos fatores determinantes para a priorização de exoplanetas em futuras observações científicas.

Importância da descoberta para a pesquisa espacial

A identificação de uma super-Terra como TOI-1846 b amplia o conhecimento sobre a diversidade de planetas fora do Sistema Solar e estimula novas discussões sobre os limites para a existência de água e condições potencialmente habitáveis em outros mundos.

O próprio conceito de “super-Terra” refere-se a exoplanetas com massa superior à da Terra, mas inferiores aos grandes gigantes gasosos, o que os coloca em uma zona de interesse para astrobiologia e geofísica planetária.

Os próximos passos das equipes envolvidas incluem o uso do Telescópio Espacial James Webb (James Webb Space Telescope, JWST) para examinar a atmosfera do TOI-1846 b por meio de análise espectral em infravermelho.

O objetivo é detectar traços de vapor d’água, moléculas orgânicas ou outros elementos que possam oferecer pistas sobre a composição química e possíveis processos dinâmicos na atmosfera do exoplaneta.

A expectativa é que novas informações sejam obtidas a partir dos dados colhidos pelo JWST ao longo dos próximos meses.

Como funciona o satélite TESS

O Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) é um dos principais instrumentos da Nasa para a caça de exoplanetas.

Lançado em 2018, o TESS é equipado com quatro câmeras de alta sensibilidade, capazes de monitorar o brilho de centenas de milhares de estrelas a cada 30 minutos.

O sistema foi projetado para identificar pequenas variações de luminosidade que indicam a passagem de planetas diante de suas estrelas, como ocorreu no caso de TOI-1846 b.

Desde o início de sua missão, o TESS já catalogou milhares de candidatos a exoplanetas, ampliando significativamente o mapa conhecido de sistemas planetários próximos.

De acordo com astrônomos envolvidos nas pesquisas, a localização do TOI-1846 b no chamado “vale do raio” reforça a importância de exoplanetas intermediários na compreensão sobre a formação e evolução de sistemas planetários.

O estudo desses corpos pode ajudar a explicar por que alguns planetas retêm atmosferas densas, enquanto outros perdem suas camadas gasosas ao longo do tempo.

Outro aspecto relevante é a colaboração científica internacional.

O trabalho conjunto entre instituições da Nasa, observatórios da Europa, África, Ásia e América do Norte representa um avanço significativo na troca de dados, validação cruzada e desenvolvimento de novas técnicas de observação.

O esforço global reflete a crescente importância dos estudos sobre exoplanetas e sua possível relação com a busca por sinais de vida fora do Sistema Solar.

Outros registros espaciais recentes

Em paralelo à descoberta de TOI-1846 b, imagens recentes captadas pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa, mostraram detalhes de paisagens de nuvens na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia satélite anã próxima à Via Láctea.

Esses registros contribuem para o mapeamento do ambiente cósmico ao redor da Terra e para o entendimento de fenômenos que podem influenciar sistemas planetários distantes.

Diante dessas descobertas, a comunidade científica mantém as expectativas voltadas para os próximos resultados do JWST e para o aprimoramento das técnicas de detecção e análise de exoplanetas.

A cada novo planeta identificado, amplia-se a compreensão sobre a diversidade de mundos no Universo e a própria busca por sinais de vida em outras regiões da galáxia.

Considerando o avanço dos instrumentos astronômicos e a descoberta de planetas como o TOI-1846 b, será que a resposta para a pergunta “não estamos sozinhos?” está cada vez mais próxima de ser encontrada?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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