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Nada de Volkswagen, BYD ou Toyota: fábrica automotiva mais moderna do Brasil é de montadora que poucos valorizam no Brasil e agora contará com robôs de alta precisão da China; Renault quer produzir 60 carros por hora

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/10/2025 às 16:19
Renault moderniza fábrica no Paraná com robôs chineses e alta automação, elevando o ritmo de produção e tecnologia industrial.
Renault moderniza fábrica no Paraná com robôs chineses e alta automação, elevando o ritmo de produção e tecnologia industrial.
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Equipamentos chineses de alta precisão chegam ao Paraná para modernizar a fábrica da Renault, elevando o nível de automação e prometendo transformar o ritmo de produção da indústria automotiva brasileira.

Uma remessa de linhas de soldagem inteligente desenvolvidas na cidade chinesa de Weifang foi despachada em 29 de setembro com destino a Curitiba (PR) para modernizar a operação da Renault do Brasil.

De acordo com uma reportagem do portal Poder 360, a fornecedora Maihe Robotics informou que o lote, avaliado em 7,05 milhões de euros, atenderá a instalação de novos equipamentos na área de carroceria e servirá à introdução de dois modelos inéditos no país.

O pacote prevê conclusão no início de 2026 e, segundo a empresa chinesa, pode sustentar ritmo de até 60 veículos por hora em condições de plena carga.

Envio da tecnologia e cronograma da modernização

De acordo com a Maihe, o embarque marcou a etapa logística mais visível do contrato firmado para a unidade paranaense.

O cronograma indica entrega, integração e testes dos sistemas ao longo dos próximos meses, com comissionamento planejado para o primeiro trimestre de 2026.

Em termos práticos, a montadora passa a contar com novos módulos automatizados de soldagem e controle de qualidade que serão integrados às células já existentes.

Ainda conforme a fornecedora, o investimento cobre desde estruturas robóticas até softwares de programação e monitoramento de processo.

A montagem ocorrerá dentro do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde a Renault concentra sua produção nacional.

Transformações na linha de carroceria

O projeto contempla a atualização do ferramental compartilhado e a adoção de estações automatizadas para a carroceria lateral, para a linha do teto e para a linha de montagem e ajuste.

Essa arquitetura permite trocas mais rápidas entre variantes, melhorias de ergonomia e redução de retrabalho.

Além da soldagem por pontos, os conjuntos recebem sensores e sistemas de visão que auxiliam no posicionamento de painéis e no controle dimensional.

Outro ponto é a rastreabilidade.

Com mais robôs e softwares de supervisão, a fábrica registra parâmetros de cada ponto de solda, o que facilita auditorias internas e intervenções preventivas.

A expectativa é diminuir tempos de parada não programada e elevar a estabilidade do processo em turnos completos.

Capacidade declarada e o significado de “60 por hora”

A Maihe indica que as linhas fornecidas têm potencial para até 60 unidades por hora.

Esse número descreve a vazão máxima do equipamento dentro de um cenário ideal, com abastecimento sincronizado e disponibilidade total.

A Renault não publicou meta oficial de produção por hora associada a essa fase do projeto.

Portanto, a referência de capacidade deve ser lida como capacidade do sistema fornecido, e não como compromisso de volume diário da montadora.

Na prática, fábricas costumam operar abaixo do teto técnico por razões de mix, paradas planejadas, manutenção e sazonalidade de demanda.

Ainda assim, linhas nessa faixa de throughput posicionam a planta entre operações com alto nível de automação na indústria automotiva.

Fábrica reconhecida por digitalização e inovação

O Complexo Ayrton Senna já figura no mapa global de manufatura avançada.

Em 2020, a unidade foi reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial como a primeira “Advanced Lighthouse” automotiva da América Latina.

A distinção destaca o uso de dados, IoT e análises em tempo real para elevar produtividade e qualidade.

A nova etapa com robôs de alta precisão amplia esse arcabouço, projetando ganhos adicionais em repetibilidade e tempo de ciclo.

Essa base tecnológica também dialoga com movimentos recentes do grupo no país.

Em 2023, a Renault anunciou investimento para ampliar o portfólio local e preparar a fábrica para uma nova plataforma veicular.

Em 2025, a companhia comunicou parcerias industriais com foco em veículos de baixas emissões, sinalizando evolução no mix de oferta e exigências mais altas de manufatura.

Novos modelos e escopo técnico da modernização

A fornecedora afirma que o pacote suportará a introdução de dois novos modelos na linha de São José dos Pinhais.

Os nomes e segmentos não foram detalhados publicamente.

O escopo técnico, porém, indica preparação para estruturas de carroceria com requisitos de rigidez e acabamento compatíveis com padrões internacionais de segurança.

Na linha do teto, a combinação de células de soldagem e sistemas de medição ajuda a conter variações que afetam ruído e vedação.

Já a modernização da carroceria lateral reduz dispersão dimensional e melhora o alinhamento de portas e para-lamas.

O conjunto tende a repercutir no índice de retrabalho e nos tempos de ajuste na montagem final, áreas em que minutos ganhos por veículo fazem diferença no custo.

Impacto na operação e na mão de obra

A chegada dos novos equipamentos envolve fases de instalação, try-out e validação que costumam ocorrer em janelas de baixa produção ou em áreas isoladas.

A fábrica seguirá operando durante a transição, enquanto times de engenharia e manutenção recebem treinamento específico.

A adoção de robôs adicionais não implica, por si, redução de quadro.

Em indústrias automotivas, o padrão é realocar pessoas para funções de programação, manutenção preditiva e controle de processo.

Além disso, a integração com parceiros de sensores, atuadores e soluções de visão cria um ecossistema técnico que vai de calibração de células a análise de dados em tempo real.

Esse desenho visa reduzir variações entre turnos e elevar a previsibilidade de entrega aos concessionários.

Competição no setor automotivo brasileiro

O movimento ocorre em um cenário de disputa acirrada no Brasil.

Marcas como Volkswagen, BYD e Toyota ampliam portfólios e anunciam novas fábricas e estratégias de eletrificação.

Enquanto isso, a Renault aposta na digitalização da produção nacional como diferencial competitivo.

A modernização das áreas de carroceria e soldagem tende a favorecer lançamentos mais frequentes e ciclos de atualização mais curtos.

Mesmo com oscilações de demanda, a capacidade instalada com alto nível de automação atua como amortecedor, permitindo ajustes rápidos de mix entre versões.

Em um mercado sensível a preço e prazo, ganhos de produtividade e estabilidade de processo impactam diretamente o custo unitário e a qualidade percebida.

Etapas seguintes e expectativas até 2026

A integração técnica ocupará os próximos meses.

Após a instalação, seguem validações de qualidade de solda, medições dimensionais e testes de durabilidade em protótipos.

Com a conclusão prevista para o início de 2026, a planta paranaense deverá estar apta a iniciar a produção seriada dos dois novos modelos planejados.

Os detalhes comerciais, como datas de lançamento e posicionamento, ainda serão divulgados pela montadora.

Com o reforço de automação e o histórico de inovação da unidade, o avanço pode redefinir o equilíbrio da concorrência na indústria automotiva brasileira nos próximos anos.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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