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Nada de Ferrari ou Lamborghini: neste país, ter um carro já é um luxo e dirigir é um privilégio de alto custo — mas por quê?

Publicado em 18/09/2025 às 08:42
Singapura, Carros, COE
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Sistema de certificados em Singapura torna dirigir um privilégio caro, enquanto investimentos em transporte público garantem mobilidade acessível e menos carros nas ruas

Em Singapura, possuir um carro significa muito mais do que poder pagar pelo veículo. O verdadeiro obstáculo está no sistema de autorização, que transforma o simples ato de dirigir em um privilégio de alto custo.

O governo criou esse mecanismo em 1990 como forma de controlar congestionamentos e reduzir a poluição.

Desde então, quem deseja registrar um automóvel precisa, antes de qualquer coisa, conquistar um certificado.

COE: pagar para dirigir

O Certificado de Autorização, conhecido como COE, é obrigatório e tem validade de apenas dez anos. Para obtê-lo, é necessário vencer um leilão.

Esses leilões ocorrem duas vezes por mês e atraem centenas de interessados. Mas, como a demanda é sempre maior do que a oferta, o preço dispara.

Hoje, cada certificado já passa de € 70.000, cerca de R$ 437.775.

Isso significa que, mesmo depois de gastar uma fortuna para conseguir o COE, ainda é preciso comprar o carro.

O resultado é simples: um modelo popular pode custar mais de € 100.000, aproximadamente R$ 625.394.

Exemplos de quem se arriscou

O corretor de seguros Andre Lee ilustra bem essa realidade. Em 2020, ele desembolsou US$ 24.000 — quase R$ 127.604 — por um Kia Forte 2010. Esse valor equivale a cinco vezes o preço do mesmo carro nos Estados Unidos.

Lee admitiu que a compra tinha mais valor simbólico do que prático. “É como usar um Rolex“, disse. Porém, após três anos, acabou vendendo o veículo.

Entre combustível, estacionamento e manutenção, os custos se tornaram insustentáveis, mesmo com um bom salário.

Outra experiência é a de Su-Sanne Ching, proprietária de empresa, que investiu US$ 150.000 — quase R$ 797.527 — em um Mercedes-Benz.

Desse total, US$ 60.000 foram gastos apenas com o COE. Para ela, pagar por esse luxo vale pela conveniência do carro no dia a dia.

Transporte público como saída

Singapura, com 5,9 milhões de habitantes e território menor que Nova York, não teria condições de suportar uma frota muito maior. Por isso, a política de limitação funciona.

Hoje, a cidade-estado registra apenas 11 veículos para cada 100 pessoas. Para comparar, na União Europeia esse índice chega a 56 ou 57, enquanto nos Estados Unidos passa de 80.

Com menos carros, as ruas se tornam mais limpas, silenciosas e seguras. Serviços de emergência circulam com mais agilidade e pedestres ganham espaço.

Esse cenário só é viável porque o transporte público é confiável. Em Singapura, uma viagem longa de metrô custa menos que R$ 10.

Além disso, plataformas como a Grab oferecem transporte por aplicativo com rapidez e preços acessíveis.

Investimento pesado em mobilidade

Nos últimos dez anos, o governo destinou quantias significativas para ampliar a rede. Foram inauguradas novas linhas de metrô, comprados mil ônibus e adicionados 200 trens ao sistema.

Hoje, 80% das famílias moram a menos de dez minutos de uma estação, o que facilita a rotina e reduz a necessidade de carros particulares.

Exportar o modelo é possível?

Diversas cidades buscam formas de reduzir o trânsito, mas poucas chegam perto do sistema de Singapura.

O México limita o uso do carro pela placa, Londres e Estocolmo aplicam pedágios urbanos e Nova York começou a adotar a medida neste ano.

No entanto, nenhuma dessas alternativas é tão restritiva. O alto custo do COE torna o automóvel um item de luxo reservado a quem pode gastar muito.

Portanto, replicar esse modelo exige duas condições: grande investimento em transporte público e disposição política para enfrentar resistências.

Em muitas regiões, tornar o carro inacessível para a maioria pode ser inviável ou indesejável.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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