Com apoio da Epamig, produtor mineiro alcançou reconhecimento no Mundial de Queijo na França ao aprimorar qualidade do leite e maturação. O projeto de capacitação de produtores ampliou controle técnico, incluindo contagem de células somáticas e análises físico-químicas. Iniciativas científicas aproximam tradição e inovação rural
O Mundial de Queijo na França consolidou o nome da Fazenda Santo Antônio, em Alagoa, Sul de Minas Gerais, como referência entre os queijos artesanais de Minas Gerais, segundo uma matéria publicada.
O produtor Marcos Vinícius Mendes conquistou uma medalha de ouro brasileira e duas pratas na sétima edição da Exposição Mundial de Queijos e Laticínios, em Tours, na França.
O queijo tradicional, com 60 dias de maturação, atingiu cem pontos, a maior nota já recebida por um brasileiro na história da competição. Os queijos Capa Preta e Defumado, também com dois meses de maturação, renderam as pratas.
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O resultado é reflexo direto de um projeto de capacitação de produtores conduzido pela Epamig, Fapemig e ILCT, que monitora qualidade e incentiva melhorias com base em análises físico-químicas do leite e na contagem de células somáticas.
Desde 2022, o projeto “Monitoramento da qualidade de queijos artesanais de Minas Gerais e capacitação de técnicos e produtores visando agregação de valor e competitividade” acompanha 91 queijarias nas regiões da Mantiqueira, Ibitipoca, Alagoa e Campo das Vertentes.
O objetivo é ampliar o valor agregado dos queijos artesanais de Minas Gerais e reforçar padrões de segurança alimentar.
Os técnicos analisam leite, queijo, fermento, salmoura e água, utilizando parâmetros como acidez, umidade, gordura e pH.
As amostras ajudam a identificar falhas na produção e a orientar mudanças práticas que resultam em queijos mais equilibrados, saborosos e saudáveis.
Queijos artesanais de Minas Gerais e avanços na produção rural
Para Marcos Vinícius, que começou a produzir ainda criança, a chegada da Epamig transformou sua rotina.
O acompanhamento técnico mostrou a importância da contagem de células somáticas como indicador de higiene e saúde do rebanho.
Reduzir esse número significou leite mais puro e maturação mais uniforme. Além disso, a análise da salmoura passou a ser rotina. “Os resultados dos testes melhoraram, a cor e o sabor mudaram completamente”, contou o produtor.
Essas mudanças são exemplos práticos do impacto das análises físico-químicas do leite dentro da cadeia produtiva mineira.
Medalha de ouro brasileira e reconhecimento internacional
O destaque do queijo tradicional, premiado com cem pontos, foi histórico. Essa medalha de ouro brasileira simboliza o encontro entre a tradição do campo e o conhecimento científico.
O produtor mineiro reforça que os treinamentos da Epamig, Senar-MG e Emater-MG foram fundamentais.
Pequenos ajustes na temperatura de maturação, na higiene dos utensílios e na cura influenciaram diretamente a textura e o aroma.
Os extensionistas ensinaram como transformar detalhes em diferenciais competitivos. Segundo o coordenador do projeto, o pesquisador Junio de Paula, os prêmios comprovam que “é possível melhorar o que já é bom, com pequenas mudanças no processo”.
Projeto de capacitação de produtores e impacto econômico
O projeto de capacitação de produtores conduzido pelo ILCT e apoiado pela Fapemig e Epamig reforça a ideia de que inovação e pesquisa são motores da agroindústria mineira.
Além do reconhecimento internacional, há reflexos econômicos visíveis: queijarias participantes relatam aumento nas vendas e maior aceitação de produtos em feiras e mercados especializados.
O trabalho conjunto entre pesquisadores e extensionistas permite que o conhecimento científico chegue ao pequeno produtor, que aprende a valorizar a higiene, o controle térmico e o monitoramento físico-químico.
Análises físico-químicas do leite e contagem de células somáticas como diferenciais
No laboratório do Instituto Cândido Tostes, as análises físico-químicas do leite identificam variações na gordura, proteína e minerais, enquanto a contagem de células somáticas orienta ajustes imediatos na ordenha e no manejo do gado.
Esses parâmetros tornam-se ferramentas essenciais para garantir estabilidade do sabor e segurança alimentar.
Os resultados do Mundial comprovam que ciência e tradição, quando alinhadas, elevam a reputação dos queijos artesanais de Minas Gerais e consolidam o Brasil como referência na produção de queijos de excelência.