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Multinacionais garimpam bilhete premiado em leilão do pré-sal sem Petrobras

Escrito por Paulo S. Nogueira
Publicado em 13/12/2023 às 06:17
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O consórcio formado pelas empresas Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobras foi o vencedor da 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal em 2013, ganhando o direito a explorar e produzir o petróleo da área de Libra, na Bacia de Santos. Na foto, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster; a diretora-geral da ANP, Magda Chambriand; e o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, sobem ao palco ao lado de representantes das empresas que integram o consórcio vencedor. Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil – Todos os direitos: EPBR

Petróleo e gás | Petroleiras aguardam grandes descobertas nos blocos exploratórios. Potencial para descobertas e viabilidade da produção são foco.

O garimpagem de bilhete premiado nos blocos de exploração do pré-sal está em destaque, uma vez que a Petrobras optou por não participar do leilão marcado para esta quarta (13/12). Este será o primeiro leilão sob o regime de partilha sem a presença da Petrobras, o que chama a atenção para possíveis interessados na garimpagem de bilhete premiado.

Grandes companhias multinacionais estão de olho no garimpagem de bilhete premiado nos blocos de exploração do pré-sal. O desinteresse da Petrobras abre espaço para novos competidores, e a tentativa das multinacionais em garimpar o bilhete premiado durante o leilão será acompanhada de perto.

Grandes multinacionais tentam garimpar bilhete premiado em leilão do pré-sal

Agarimpagem de bilhete premiado : este termo foi empregado pelo ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ao se referir ao excepcional potencial geológico do pré-sal. Não é para menos, já que a estatal fez descobertas importantes no pré-sal, como os três maiores campos produtores do país atualmente: Mero, Búzios e Tupi, todos localizados na Bacia de Santos, porém contratados sob diferentes regimes (cessão onerosa, partilha e concessão).

Leilão de blocos chega ao fim neste mês

A bilhete premiado continua atraindo a atenção de grandes multinacionais do petróleo, que entraram no setor de partilha após as reformas realizadas no governo de Michel Temer, mas ainda vivem a expectativa de anunciar uma grande descoberta comercial na região.

Neste leilão, que terá a participação de seis empresas — sendo 5 operadoras e uma como não operadora —, as áreas a serem ofertadas são Cruzeiro do Sul, Esmeralda, Jade e Tupinambá, na região de Santos.

Grandes descobertas e produção de campos atraem multinacionais

As operações de partilha têm atraído grandes multinacionais do petróleo, que buscam alcançar descobertas expressivas e viabilidade da produção, como é o caso do campo de Mero, que se consolidou como o terceiro maior produtor do país.

Ademais, a região do pré-sal ainda apresenta potencial para descobertas, o que se reflete na atuação de empresas no leilão do pré-sal, tais como bp, Chevron, CNOOC, CNPC, Equinor, ExxonMobil, Shell, TotalEnergies e Qatar Petroleum.

Como consequência, espera-se que o leilão traga mais luz sobre a viabilidade e potencial de produção das áreas de petróleo que serão ofertadas.

ANP não vê enfraquecimento da concorrência com ausência da Petrobras

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) garante que a ausência da Petrobras não enfraquece a concorrência no leilão, apesar de a estatal ter sido alvo de críticas no passado por exercer previamente seu direito de preferência na partilha.

Enquanto isso, a ausência de áreas oferecidas pela Petrobras na ocasião do leilão abre espaço para um novo capítulo na garimpagem de bilhete premiado, com uma variedade de campos de petróleo disponíveis no leilão de partilha.

Novas áreas em leilão no terceiro governo de Lula

O leilão que terá lugar marca um marco no terceiro governo Lula, com a oferta de áreas de petróleo. Esta iniciativa, inclusive, reforça a crítica de ambientalistas contrários à expansão da fronteira de óleo e gás no Brasil e seu impacto no balanço de emissões, principalmente com a adesão do Brasil à OPEP+.

Portanto, estamos diante de um contexto de grande expectativa quanto ao potencial para novas descobertas de petróleo no leilão promovido, o que reflete as intensas campanhas exploratórias, sobretudo na Bacia de Santos.

Oportunidades de descobertas e produção de petróleo no radar do setor

De acordo com o consultor e ex-diretor da ANP, Felipe Kury, as campanhas exploratórias ainda estão em andamento, abrindo oportunidades para descobertas de grandes volumes de petróleo.

Uma área que tem atraído muita atenção é o bloco de Aram, na Bacia de Santos, o qual tem grande potencial para garantir uma nova descoberta expressiva que contribua para a expansão da produção de petróleo.

Realidade dos riscos e resultados recentes das campanhas

O exploratório ambiente do pré-sal, porém, não está isento de riscos, como mostram as recentes campanhas de exploração. É o caso do bloco Dois Irmãos, na Bacia de Campos, arrematado na 4ª rodada de partilha, mas devolvido em 2022 após não anunciar descobertas significativas.

O mesmo ocorreu com outros blocos, como Peroba, Saturno e sudoeste de Libra, que foram devolvidos, refletindo as incertezas e desafios das campanhas exploratórias no Brasil. Além disso, há pendências em outros blocos que ainda aguardam a disponibilização de dados de avaliação e que mantêm a expectativa sobre eventuais descobertas expressivas.

Portanto, o cenário do pré-sal continua despertando o interesse e empenho das empresas, que buscam superar os desafios e garantir descobertas capazes de sustentar a produção de petróleo no Brasil. Este é o contexto em que se insere a bilhete premiado, cuja garimpagem continua movimentando o setor de petróleo no país.

 

Fonte: EPBR

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Paulo S. Nogueira

Criador e divulgador de conteúdo na área do petróleo, gás, offshore, renováveis, mineração, economia tecnologia, construção e outros setores da energia.

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